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domingo, 27 de novembro de 2011

Möbius

Oi.

Parece estranho, né? Milhões de anos sem uma postagem e eu (re)apareço aqui com um "Oi." lacônico. É. Lacônico.
Não saberia dizer porque estou há tanto tempo sem postar. Tenho várias postagens escritas em duas antigas provas. Se bobear tem mais de 10 lá, prontas.
Sei porque eu postei. Recebi uma reclamação bem sutil.
E eu tenho esta postagem meio feita, meio preparada, meio mentalizada há muito tempo, só esperando o gatilho correto para ser digitada. E o gatilho veio.
Um Anel de Möbius. Literalmente.




E retrata uma condição que sempre passa pela minha mente: o Anel de Möbius.
O que é isso? É uma reta que cujas extremidades se tocam. Não tem início nem fim. É uma figura tri-dimensional que só tem um lado. É uma representação de um ciclo. É muito simples de fazer, este post explica.
Eu vi no melhor blog que existe a seguinte citação:
“Pensar dói.”
E eu me lembrei de algum tempo atrás, quando conversava com uma amiga sobre uma dor de cabeça fenomenal que tive e eu disse “Só dói quando eu penso”.

E eu preciso dar um chute nisto.
Recordo ainda de uma citação de um outro blog que vi hoje:
"[Um pouco de paz.]"

O que Möbius significa para mim: o ciclo. Meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho, meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho. Para sempre. E quando eu fecho os olhos eu vejo um ventilador e ouço um relógio fazendo Tic Tac Tic Tac Tic Tac. Ensurdecedor.
E eu sei que devo explicar as duas referências: a 1ª é de um filme que assisti há alguns dias, O Palhaço. É bom. Bastante. E a outra foi uma das trocentas postagens que fiz e não coloquei aqui.

E me lembro ainda de uma citação que acabei de me esquecer. Lembrei qual é. É de Sinal e Ruído, outra coisa que me lembra Möbius. O exemplar que está comigo não é meu. "Não me olha assim," Dani.

noite

que cai
branco
que cai

sombra
que cai

homem
que cai

que cai

domingo, 18 de setembro de 2011

36 Tzaddikim. Ou seriam 2?

Oi.

Estive pensando há um bom tempo em fazer essa postagem.
E hoje eu peguei meu Fábulas e Reflexões para conferir uma citação e abriu nessa página. "Chamam de acaso..."
Resolvi que era hora de fazer essa postagem.

Em Três Setembros e Um Janeiro, em dado momento, Morte conversa com Joshua Norton sobre os 36 Tzaddikim. E ela diz "Dizem que o mundo se apoia nas costas de 36 santos... 36 homens e mulheres abnegados, por causa deles, o mundo segue existindo. São os reis e rainhas secretos deste mundo.".
Há um bom tempo (quando comecei a planejar essa postagem)  eu pesquisei um pouco sobre isso (li a página da Wikipedia e umas outras duas no Google. Não tenho um exemplar do Torá em casa, mas gostaria) e o que eu entendi é: o Judaismo prega que, a cada geração, ocorrem os 36 Tzaddikim, sendo metade na Terra Santa e 18 no resto do mundo e que se apenas um não existisse, o mundo chegaria a um fim.

E eu achei este conceito extremamente interessante, se um dia eu fundar uma religião, este com certeza estará presente. Mas a religião não é foco da postagem. O foco é: posso nomear com certeza absoluta 2 dos Tzaddikim do meu mundo. Não sei se os outros eu já conheci e não consegui identificar ou se ainda estão por vir. E eu espero poder nomear todos até o fim do meu mundo.

Já parou para pensar sobre os seus? Experimente fazer uma lista com os seus Tzaddikim. Conte quantos dão.

Bons sonhos, amigos.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Fênix...

Oi!

Então, como está a noite?

Tenho refletido um bocado sobre algumas coisas que tem acontecido na minha vida. E esta postagem está intimamente relacionada a essas coisas. Estou dando adeus ao um "Mestre Li".

Tenho andado para cima e para baixo com o meu Despertar.
E a parte que eu mais tenho lido é Exilados.
E tem este trecho. O velho sábio pergunta a Daniel o que foi dito pelo bárbaro. Este responde:
"Omnia mutantur, nihil interit.
'Tudo muda, mas nada se perde realmente.'

Adeus, mestre Li."

Este é o meu memento de hoje, pessoas.

Acho esta música linda. E o clipe achei perfeito. Ou filme. Espero que vocês apreciem.




Bons sonhos...

"Adeus, Mestre Li...

Somente a fênix ascende e não desce. E tudo muda.

E nada se perde realmente."

domingo, 4 de setembro de 2011

Muros, Remendos, Vier Mauern, Geada

Olá, Pessoas!

Eu já escrevi antes sobre o quanto Sinal e Ruído se tornou uma obsessão para mim. Cada página, quadrinho e linha me impressiona.
Robert Frost
(um aposto: tá tocando Here Comes The Sun. É uma boa música. Não sou um grande fã dos Beatles, mas essa é ótima)
E no início de Sinal e Ruído tem três... Não sei bem como descrever, deixemos como "Obras-primas", duas de McKean e uma deles dois (os dois são Gaiman e McKean). E uma delas me levou a Robert Frost.
Eu já tinha lido algumas coisas dele, mais especificamente, já tinha lido uma coisa dele, porque a "volta" de Desejo em Noites Sem Fim se chama "O Que Eu Experimentei de Desejo". É uma linha de "Fogo e Gelo".

Eu resolvi postar um poema de Robert Frost (Muro Remendado) e o Vier Mauern (este vem depois, quero colocar o Sinal, não só o Ruído [sim, eu me divirto um bocado escrevendo essas postagens e fazendo piadas de humor semi-privado :]).

Extraí o poema daqui: http://carva1.wordpress.com/2008/05/27/robert-frost/
Achei esse blog ótimo. A autora me lembrou três pessoas completamente diferentes e similares. Experimentem ler um dia.


Muro Remendado


Quem adivinhar de onde é essa  imagem, ganha um prêmio
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que enfia bojos de terra gelada por baixo,
E derrama as pedras superiores ao sol,
E faz buracos onde até dois podem passar abraçados.
O trabalho dos caçadores é outra coisa:
Eu cheguei depois deles e fiz a reparação
Onde não deixaram pedra sobre pedra,
Mas conseguiram pôr a lebre fora do esconderijo,
Para deleitar cães latidores. As brechas, quero dizer,
Ninguém as viu fazer ou as ouviu fazer,
Mas na época primaveril dos arranjos encontramo-as lá,
faço o meu vizinho saber para lá da colina;
E um dia encontramo-nos para percorrer a linha
E assentarmos o muro outra vez entre nós.
Mantemos o muro entre nós enquanto avançamos.
A cada um as pedras que caíram para cada um.
E algumas são formas e outras são tão como bolas
Que temos de usar um feitiço para as equilibrar:
“Fica onde estás até voltarmos as costas!”
Ficamos com os dedos ásperos de as manipular.
Oh, somente outro gênero de jogo ao ar livre,
Um de cada lado. Mas vai mais longe:
Aí onde se encontra, nós não precisamos de muro:
Ele é todo pinheiros e eu sou um pomar de maçãs.
As minhas macieiras nunca atravessarão
Para comer os cones sob os seus pinheiros, digo-lhe eu.
Ele só me diz, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”
A primavera instiga-me e pergunto-me
Se lhe posso despertar a razão:
“Porque razão fazem bons vizinhos? Isso não é
Onde existem vacas? Mas aqui não há vacas.
Antes de construir um muro eu inquiriria para saber
O que estaria a incluir ou a excluir,
E a quem era suposto ofender.
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que o quer no chão”. Poderia dizer-lhe “duendes”,
Mas não são duendes exactamente, e eu prefiro
Que ele o diga a si próprio. Vejo-o por ali,
A agarrar uma pedra com firmeza pelo topo
Em cada mão, como um antigo selvagem armado de pedras.
Move-se na escuridão e parece-me,
Não apenas a das florestas e a da sombra das árvores.
Ele não irá atrás do dito de seu pai,
Gosta de ter pensado naquilo tão bem

E diz novamente, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”




Muro na fazenda de Frost


Em breve postarei mais coisas de Robert Frost.
"Existe alguma coisa que não aprecia o muro." Coloquemos abaixo alguns deles.
Bons sonhos a todos.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um soneto perdido (no meio de prosa) achado em um filme

Olá, pessoas!

Então, percebi que já tem um tempinho que eu não posto um poema.
Não na integra, visto que o ultimo, há quatro dias (21/08/2011) não conta.
E hoje eu resolvi fazer algo de útil com meu tempo extra e assistir um bom filme. Resolvi assistir, entre outros, O Homem que Copiava.

Há uns quatro anos, talvez, eu comecei a assistir, mas por alguma razão que não me lembro mais, parei de assistir e há quase três meses eu consegui o filme, mas não estava muito a fim de assistir. Oh, que naïve eu sou...
O filme é ótimo.
Perfeito, magnífico, maravilhoso e mágico. Tem senso de humor, críticas, trilha sonora bacana, roteiro, personagens... Ah, personagens... E tem esse soneto. É de Shakespeare.


Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate

E ele me lembrou bastante um soneto que eu postei há muuuuuuuito tempo de Camões.
http://sonhosteoriasepalavras.blogspot.com/2011/04/mudam-se-os-tempos.html

Para os camaradas que ainda não assistiram O Homem que Copiava: assistam.
Para os camaradas que já assistiram O Homem que Copiava: um brinde aos finais felizes. Para os que os terão e para os que sonharão em tê-los.

Bons sonhos...

domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre Rodas, Ameixas e Jardins

Um prelúdio roubado de... Claro, Neil Gaiman.
"A Roda de Íxion de assombro para.
Os abutres cruéis não mordem Tício.
A fugaz linfa Tântalo não corre."
Boa noite, pessoas. Ou monstros do Id. Ou Krellianos (duas referências a Planeta Proibido, esse filme é supercalifragilisticoespialidoso). Ou quem quer que esteja aí.

Hoje eu fiz uma maratona Sandman.

Li um pouco dos tomos e comecei a pensar sobre... Bem, sobre. E a minha conclusão é que

"Hoje a morte está diante de mim:
como a recuperação de um doente,
como caminhar em um jardim após a doença.


Hoje a morte está diante de mim:
como o odor da mirra,
como sentar sobre uma vela com bons ventos.


Hoje a morte está diante de mim:
como o curso de um riacho,
como o retorno de um homem, da guerra para a sua casa.


Hoje a morte está diante de mim:
como o lar que o homem anseia ver,
depois de anos aprisionado."



Lembrei de alguns acontecimentos que passaram há pouco e há muito tempo. E...

"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.

Então, ela olha fixamente para o papel,
incapaz de pensar em algo mais.




Por fim, começa a escurecer."



Senti a falta de vocês.
Muita.

E pensei um bom tempo sobre como iria encerrar a postagem. Eu já sei como.
Com Johnny Cash.
Hurt. Infelizmente o dono do vídeo não permitiu a incorporação...

"If I could start again...
A million miles away..."
http://www.youtube.com/watch?v=WWE8zCzPJYk

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mudam-se os Tempos

Olá, Pessoas!

Como estão?

Espero que esteja tudo ótimo.

Enfim, irei à postagem.

Li este poema do Camões ontem e achei-o lindo. O nome é Mudam-se os Tempos

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.

Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.

O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.

E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.


Eu... Eu não tenho palavras  para comentar sobre a singeleza deste incrivel soneto. Deixarei para vocês.

Espero que ele tenha a mesma importância que tem para mim.


Bons sonhos...

domingo, 27 de março de 2011

Oh Morte, Não te Orgulhes

Boa noite, Pessoas do Mundo!

Como estão vocês?

Eu... Gostaria de pedir desculpas por ter demorado mais ou menos duas semanas para fazer esta postagem. No pedido de desculpas está incluido o meu arrependimento por ter faltado com minha palavra para com vocês e por ter deixado o blog às moscas.

Pois bem, vou ao motivo da postagem. Estou ainda brigado com minha Perpétua preferida. Não com ela, pois acredito que a Morte é mais natural do que a Vida, mas por algumas mortes específicas. A postagem é um poema do John Donne, se chama Oh Morte, Não te Orgulhes. De quebra, postarei um outro do autor, Nenhum Homem é Uma Ilha. A interpretação é livre.

Oh, Morte, Não te Orgulhes

Oh, Morte, não te orgulhes, pois ruim
Como dizem não és, medonha e forte;
Quem pensas que abateste, pobre Morte,
Não morre; nem matar podes a mim.
Se o sono, o teu retrato, agrada assim,
Contigo fluirá melhor a sorte;
E o bom, ao conhecer o teu transporte,
Descansa o corpo e se liberta enfim.

Serva de reis, destino, acasos e ânsia,
À droga, à peste e à guerra te associas;
E adormecem-nos ópios e magias
Mais que teu golpe. Então, por que a jactância?
Um breve sono a vida eterna traz,
E, vai-se a morte. Morte, morrerás.

Nenhum Homem é uma Ilha

Nenhum homem é uma ilha, sozinho em si mesmo; cada homem é parte do continente, parte do todo; se um seixo for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se fosse um promontório, assim como se fosse uma parte de seus amigos ou mesmo sua; a morte de qualquer homem me diminui, porque eu sou parte da humanidade; e por isso, nunca procure saber por quem os sinos dobram, eles dobram por ti.



Tendo feito a postagem, só me falta dizer mais uma coisa: o segundo poema me soa bem mais real do que o primeiro. Beem mais real.

Bem, meus amigos... Tenham uma boa noite de sono...

Bons sonhos.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Abismos e Monstros

Boa madrugada!


♠ Como vão desde o ultimo post?


♠ Duas coisas devo comentar antes do post:


 No post anterior, cometi um erro. O nome do personagem de The Pretender é Sydney, não Sidney. (tenho principios de TOC, não me olhe assim!).


 A segunda coisa é... No post intitulado  Passagem de Lugar Nenhum com "As Fúrias", eu falei mais do que devia, e agora estou, nas palavras de um sábio que certa vez conheci "numa sinuca de bico". Há duas frases igualmente memoráveis que no momento me esqueci, e são as seguintes: "Em boca fechada não entra mosca" e "Quem come e guarda, come duas vezes".


♠ Agora, lá vou eu:


♠ Lembrei mais cedo de um de meus seriados preferidos, Criminal Minds, e uma de suas mais belas citações.


♠ Nietzsche: 


"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."


♠ Me lembrei de Os Outros. Me lembrei de uma música de Fleet Foxes cujo nome eu não me lembro, mas que já apareceu aqui antes. Me lembrei de quando eu era jovem e tolo, e tinha tempo e mais escolhas. E percebi que o abismo mais uma vez começava a me encarar. E esta frase é muito bela (nos dois sentidos). Me fez refletir sobre o Determinismo e o Possibilismo. Se somos o produto do meio, fruto de nossas companhias, amizades, escolhas ou se somos tudo isto, mas podemos alterar tanto ao meio quanto a nós mesmos.


♠ E lembrei de uma outra citação que não tem realmente relação com o assunto, mas que passa e passa pela minha mente: 
Um homem saudável não tortura os outros.
Em geral, é o torturado que se torna o torturador.
(Carl Jung)

♠ E acredito que seja por aqui que eu fique esta noite. Já são duas da manhã (horário real, não o de verão), eu estou meio cansado e um amigo meu com que estou conversando há talvez quatro horas acabou de colocar "Fala que eu te escuto" em volume alto. Isto é suficiente para fazer qualquer um ir dormir.

Bons sonhos a todos! Que eles se realizem!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Sem ideia para o título...

♠ Boa tarde! ♠ Como estão todos? ♠ E como foi o Ano Novo? ♠ Imagino que todos os muitos camaradas que leem isto aqui estejam bem, já que não são muitos. ♠ Como deu para vocês perceberem, estou sem ideia para o título. ♠ Agora, vou para a postagem (são dois posts em um). ♠ Estava eu no Youtube ouvindo uma música e me deparei com este comentário: "They sing in english in this song so PLEASE speak the mothafucking english language or do not even comment" ♠ Traduzindo é algo como: "Eles cantam esta música em Inglês, então, por favor, falem na maldita lingua inglesa ou nem comentem". É claro que não é bem isto, retirei o xingamento e adicionei pontuação, mas o significado é bem parecido. Eu fiquei um tanto quanto horrorizado e revoltado. ♠ Quer dizer... Todo mundo tem que saber Inglês para fazer um comentário numa música? ♠ E quem não tem dinheiro para fazer um curso, ou mesmo não tem condições de ir a um colégio? Poxa, ano passado tinha 11 milhões passando fome aqui no Brasil, se for considerar que não come todo dia, tem quase 70 milhões. Isso é quase o,5% ou 1/3 da população, respectivamente, e um suequinho quer que todos saibam falar Inglês! Onde está o Direito de... Não sei, talvez Liberdade de Expressão?! ♠ Certo, certo. Esta postagem é uma espécie de desabafo, mas... Convenhamos! Ninguém reclama quando alguém posta algo em Inglês numa música de Sergio Mendes, Ivete Sangalo ou O Rappa. Por que alguém reclama que outro alguém poste em polonês? Ou Espanhol? Ou... Esperanto? ♠ Agora, assunto dois do post: tem milhões de pessoas passando fome no meu país. O chute da ONU é de 815 milhões de pessoas passando fome no mundo. Isso é quase a população das Américas. E aí tem o Bill (certo, o cara é um santo. Ele doa fortunas e fortunas, mas é só um exemplo) que tem 53 BILHÕES! E o Carlos Slim, com 53,5! E mais estes camaradas aqui. Cara, eu não tenho mais palavras. O que podemos fazer? O que acontece(u) com o mundo? ♠ Deixo-lhes uma música. E um link. Tenham bons sonhos.
http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=1072034&tit=112-milhoes-ainda-passam-fome

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Os Outros

Outro dia minha mãe me disse "Rafael, seu gênio tá com um conto novo, se chama Os Outros". Aí, é claro que eu fui procurar o conto. Descobri, que mais uma vez, o conto tem uma extrema significancia para mim. Representa coisas. O comentário virá em seu tempo. Os Outros.
Neil Gaiman
"O tempo é fluido por aqui", disse o demônio. Soube que era um demônio no momento em que o viu. Ele apenas sabia, assim como tinha consciência de que aquele local era o Inferno. Não havia outra possibilidade de existência para ambos. A sala era longa, e o demônio o esperava próximo de um braseiro fumegante na ponta oposta. Uma miríade de objetos encontava-se pendurada nas paredes pétreas, sendo que não parecia inteligente ou tentador analisá-los com maior minúcia. O teto era baixo; o chão, estranhamente etéreo. "Aproxime-se", disse o demônio, e ele obedeceu. O demônio estava nu e inclinado. Possuía cicatrizes profundas, e sua pele parecia ter sido arrancada à força em algum ponto de seu passado distante. Não possuía orelhas, não possuía sexo. Seus lábios eram finos e austeros, e seus olhos eram verdadeiramente demoníacos: haviam visto demais e ido longe demais; sob seu olhar, o homem se sentia mais insignificante do que um verme. "O que acontece agora?", perguntou. "Agora," disse o demônio, em uma voz desprovida de angústia e regozijo, dona unicamente de uma resignação seca e aterrorizante, "você será torturado." "Até quando?" O demônio balançou a cabeça e permaneceu em silêncio. Andou devagar, rente à parede, examinando um dos instrumentos pendurados nela, e então outro. Na outra ponta da parede, próxima à porta, jazia um flagelo de nove pontas, feito de arame farpado gasto. O demônio o pegou com a sua mão de três dedos e retornou à outra ponta da sala, carregando-o reverentemente. Colocou as pontas do flagelo no braseiro, e observou-as enquanto começavam a esquentar. "Isso é desumano." "Sim." As pontas do flagelo brilhavam em um laranja mórbido. Enquanto levantava o braço para desferir o primeiro golpe, afirmou que "Na hora certa, você se recordará desse momento com ternura." "Mentiroso." "Não," disse o demônio, "A próxima etapa", explicava enquanto desferia a chicotada, "é pior." As pontas do flagelo pousaram sobre as costas do homem com um estalo e um chiado, perfurando através das roupas caras, queimando, despedaçando e rasgando a cada golpe e, não pela última vez naquele lugar, arrancando gritos. Havia duzentos e onze instrumentos nas paredes daquela sala, e era sua sina experimentar cada um deles. Quando, finalmente, a Filha Lázara¹ - a qual acabou por conhecer de forma íntima - fora limpa e posta na parede no ducentésimo décimo-primeiro suporte, o homem soluçou com seus lábios arruinados: "E agora?" "Agora," disse o demônio, "a verdadeira dor começa." E começou. Cada ato que não deveria ter sido posto em prática. Cada mentira contada - para si, ou para outrem. Cada pequena ferida, e todas as grandes. Tudo fora arrancado de suas entranhas, detalhe por detalhe, lentamente. O demônio destruiu o manto do esquecimento, rasgando-o até a verdade se sobressair, e aquilo doeu mais do que tudo. "Diga-me o que você sentiu enquanto ela saía pela porta," afirmava o demônio. "Senti meu coração se estilhaçando." "Não," afirmou o demônio, sem ódio, "diga-me a verdade." "Senti alívio, pois a partir de então ela nunca saberia que eu transava com a irmã dela." O demônio desmanchou a vida de sua vítima momento por momento, relembrando-a de todos os instantes desconfortáveis. Aquilo durou cem anos, talvez mil - ambos tinham todo o tempo do mundo naquela sala cinzenta - e, perto do fim, o homem concluiu que o demônio estava certo: a tortura física fora mais gentil. E então, a tortura se encerrou. E, no mesmo momento em que se encerrara, se iniciou novamente. Havia o sentimento de que a primeira vez jamais ocorrera, o que de alguma maneira tornava tudo muito pior em seus olhos. A partir de então, a cada palavra balbuciada, o ódio do homem em relação a si mesmo aumentava. Não havia dentro de si lugar para mentiras, fugas ou qualquer outro elemento que não fosse a dor e a cólera. E então, deixou as palavras correrem de sua boca. Parou de derramar lágrimas por elas. Quando decidiu parar, um milênio depois, rezou para que, naquele momento, o demônio se dirigisse à parede e escolhesse a faca de esfolar, ou a mordaça, ou até mesmo os parafusos. "Mais uma vez," disse o demônio. Era como descascar uma cebola - mais uma camada que ocultava a vítima era destruída. Desta vez, aprendeu sobre consequências. Aprendeu sobre os resultados daquilo que praticara; tomou consciência de coisas para as quais estava cego ao colocá-las em prática; as maneiras pelas quais tornou o mundo algo pior; os danos causados a pessoas que nunca conhecera, encontrara ou tinha consciência da existência. Fora a mais dura lição até então. "Mais uma vez," repetiu o demônio, passados mil anos. A vítima se ajoelhou no chão, em frente ao braseiro, contorcendo-se suavemente de olhos fechados enquanto contava a história de sua vida. Experimentava-a novamente assim que a recontava - do nascimento à morte, com uma fidelidade ímpar à verdade, sem se esquecer de nada e suportando cada momento. Seu coração se abriu. Quando terminou, sentou-se de olhos fechados, esperando a voz demoníaca dizer "mais uma vez", mas nada aconteceu. Abriu os olhos. Se levantou devagar. Estava sozinho. Na outra ponta da sala, havia uma porta. Ela se abriu. Um homem passou por ela. Havia terror em sua face, bem como arrogância e orgulho. Vestia roupas caras, e hesitou em dar os primeiros passos dentro da sala longa e cinzenta. Então, compreendeu. "O tempo é fluido por aqui", disse ao recém chegado. Vou ler por trás do que foi escrito:
Nós mesmos:
Nossos demônios nos torturam com todas as nossas ações. Nos torturam profundamente, fisica e emocionalmente. Eles despirão as nossas camadas de cebola - nunca se esqueça que ao cortar uma cebola, você irá chorar - lentamente, ou seja, de forma bem dolorosa. Eles nos farão sofrer tudo. Tudo mesmo. "Cada ato que não deveria ter sido posto em prática. Cada mentira contada - para si, ou para outrem. Cada pequena ferida, e todas as grandes. Tudo fora arrancado de suas entranhas, detalhe por detalhe, lentamente. O demônio destruiu o manto do esquecimento, rasgando-o até a verdade se sobressair, e aquilo doeu mais do que tudo." Isto significa que cada ato de maldade que fizermos, cada mentira que contarmos, cada ação má que realizarmos o nosso demônio fará voltar contra nós memsos. "Era como descascar uma cebola - mais uma camada que ocultava a vítima era destruída. Desta vez, aprendeu sobre consequências. Aprendeu sobre os resultados daquilo que praticara; tomou consciência de coisas para as quais estava cego ao colocá-las em prática; as maneiras pelas quais tornou o mundo algo pior; os danos causados a pessoas que nunca conhecera, encontrara ou tinha consciência da existência. Fora a mais dura lição até então." Isto é terrível. Simplesmente doloroso. A dor é profunda e forte. Real. Não para. Simplesmente não vai embora. "Seu coração se abriu." Isto para mim não é nada bom. Todas as vezes que o meu se abriu, algo ruim aconteceu. Muito tempo sofrendo. Ainda não sei o que vai me acontecer amanhã [12/11/09], mas estou preparado para o pior. Mas, a conclusão do texto é impressionante: seu demônio é você mesmo. Você mesmo que se fez sofrer voltará para te fazer sofrer mais. Você tem a chave da sua felicidade. Você tem a chave da sua tortura. Você, e não um demônio. Por favor, acreditem em mim: não se torturem. A coisa não é boa. Você conseguirá te fazer mais dor do que você pode imaginar. Deixe seu demônio sob controle. Não seja idiota que nem o cara que digitou este comentário aqui numa tentativa de parar de se torturar. Ele está depressivo e querendo que o dia passe logo, para ler uma carta que lhe será entregue. Ele tá mal. E sabe que quem fez isto foi ele mesmo. E quer parar de sofrer. Extraído daqui. ¹: Filha Lázara é, de acordo com a minha pesquisa, um instrumento que faz com que a pessoa sinta a dor de ter uma filha bastarda.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A mentira e a desinformação/informação seletiva

Há um grande equívoco conceitual em relação as duas formas de engodo. A mentira, mãe das grandes abominações, é algo muito pouco praticado pelos políticos e pela elite em geral. A mentira suja as mãos e é injustificável.
"Mentira é uma declaração feita por alguém que acredita ou suspeita que ela seja falsa, na expectativa de que os ouvintes ou leitores possam acreditar nela. Portanto uma declaração verdadeira pode ser uma mentira se o falante acredita que ela seja falsa; e histórias de ficção, embora falsas, não são mentiras."
Logo, mentir é criar um falso engodo, baseado em fatos não existentes (os quais o enunciante acredita serem falsos) e enuncia-lo como sendo uma verdade, no intuito de enganar e incutir idéias de uma forma larápia.
A mentira não pode ser explicada, por isso, seu uso é de risco muito alto. Já a desinformação seletiva é um método mais inteligente e sutil de enganar. Neste processo, o enunciante, munido de um fato ou idéia verdadeira, altera sua sequência ou omite fatos de forma que a história pareça outra. Desinformar seletivamente é exibir apenas os pontos de seu interesse de forma que a comédia que você invetou pareça realidade. Se você tem uma afirmação (tomemos por exemplo "eu matei"), você tem dois caminhos para nega-la. A primeira é mentir. Mentir de forma seca (eu não matei) é o artefato mais inútil para uma pessoa em apuros (como um ladrão que diz na delegacia "não roubei não senhor"). Com muito pouco de jogo mental qualquer um é capaz de inverter a história e encontrar a suposta verdade. Rodeios e enfeites na mentira (como por exemplo, jogar a culpa nos outros, negando a sua) é uma forma um pouco mais inteligente de evitar que desvendem o seu engodo. Mas desinformar seletivamente é uma arte. Se você possui "eu matei", narrativa de um único fato, você pode alterar a ordem cognitiva da frase de forma que uma pessoa entenda uma coisa que você nunca disse. A desinformação seletiva é irmã da informação seletiva.
Se você informa a pessoa com "eu jamais seria capaz de matar alguém" (exemplo mais simples da informação seletiva) você torna subjetivo para a maioria das pessoas que você não matou. Assim, com um pouco apenas de trabalho, você pode fazer alguém entender algo que você nunca enunciou, podendo assim desviar das futuras acusações, inclusive, gerando mais informação inútil ou ocultando peças da narrativa de forma que ela se pareça com a história ao inverso.

sábado, 31 de outubro de 2009

Nem todo o mal é mau

João 13 21 Dito isso, Jesus ficou perturbado em seu espírito e declarou abertamente: Em verdade, em verdade vos digo: um de vós me há de trair!... 22 Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saber de quem falava. 23 Um dos discípulos, a quem Jesus amava, estava à mesa reclinado ao peito de Jesus. 24 Simão Pedro acenou-lhe para dizer-lhe: Dize-nos, de quem é que ele fala. 25 Reclinando-se este mesmo discípulo sobre o peito de Jesus, interrogou-o: Senhor, quem é? 26 Jesus respondeu: É aquele a quem eu der o pão embebido. Em seguida, molhou o pão e deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. 27 Logo que ele o engoliu, Satanás entrou nele. Jesus disse-lhe, então: O que queres fazer, faze-o depressa. 28 Mas ninguém dos que estavam à mesa soube por que motivo lho dissera. 29 Pois, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe falava: Compra aquilo de que temos necessidade para a festa. Ou: Dá alguma coisa aos pobres. 30 Tendo Judas recebido o bocado de pão, apressou-se em sair. E era noite... 31 Logo que Judas saiu, Jesus disse: Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele. 32 Se Deus foi glorificado nele, também Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará em breve. 33 Filhinhos meus, por um pouco apenas ainda estou convosco. Vós me haveis de procurar, mas como disse aos judeus, também vos digo agora a vós: para onde eu vou, vós não podeis ir. 34 Dou-vos um novo mandamento: Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. 35 Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros. Visto isso, com um pouco de lógica nos é dado perceber que o próprio Lúcifer, adversário de Adonai, participou da salvação da humanidade. Se não fosse o ódio e a inveja da Besta, o homem não teria recebido a graça da morte de Yeshua, sacrifício humano para expiar nossos erros. Paremos para pensar: o Tai-Chi é verdadeiro. Nem o mal personificado destila sua essência a todo tempo. Paremos de lutar contra os sentimentos e entendamos que deles necessitamos. Aquele que busca o amor busca a personificação do Sol. Yeshua disse: Não vim para trazer a paz mas a espada. Yeshua afirmou a si a ao mundo que ele e seu pai eram UNO. Aquele que adentra nos meandros do Sol sabe: quem busca o amor primordial, jamais encontrará a paz.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Lágrimas são divinas

O.B.S.: Este texto não segue uma ordem clara de pensamento. Foi escrito em um estado alterado de consciência fruto da meditação dos dois corações. Autoria própria. “Filho meu não pode chorar”, “Homem não chora” e várias outras frases de cunho machista suprimem do homem a inata capacidade e beleza de chorar. Já dizia eu mesmo: “Lágrimas são a mais divina manifestação humana; elas nascem da mais profunda essência do EU para lavar dos olhos da alma a poeira que a vida lhes jogou”. Mas porque chorar? Sempre que esta pergunta me vem a mente eu me lembro da Estrela do Tarot de Marselha. Ali, totalmente despida de qualquer conceito mundano, concentrada somente em verter no solo fértil do consciente e na corrente de águas límpidas da vida o conteúdo dos dois vasos que tem em mãos. Em dado momento parei para perguntar a bela moça o que eram aqueles dois lindos vasos. Ela sorriu para mim e me respondeu carinhosamente: “São meus olhos. Deles verto lágrimas para fazer brotar as belas árvores da vida humana”. Então se calou e negou a mim qualquer outra questão que eu pudesse fazer. Não me dando por satisfeito resolvi questionar a bela senhora que figurava no próximo arcano o porque do seu pranto. Ela então respondeu rispidamente: “Do que vale a vida se não pranteias a morte?”. Ela então fechou os olhos e vi seus cães ladrarem ameaçadoramente para mim. Dei um passo para trás e decidi terminar a jornada. Passei dias deglutindo o que as duas belas mulheres haviam me dito. Então lembrei da frase de Crowley: “Desperdicei o tempo, agora o tempo me desperdiça”. Estava ali, na minha frente, a não resolução dos meus problemas. Eu finalmente havia entendido a dureza da Lua. Do que adianta viver se não pranteamos a morte dos velhos estigmas e egos? Do que vale a vida se as velhas torres em que nos guardamos da iluminação não são derrubadas? A roda da fortuna gira uma vida por dia. Somente a morte explica a vida e a vida explica a morte. Nossos ciclos estão fadados a terminar, e neste fim, as lágrimas emergem como o sangue da presa morta. Então em uma ordem inversa brota da morte a vida. Dos sonhos mortos recolhidos pela lua é gerada a água que verte dos olhos da estrela. “Que nenhum homem seja privado da beleza de chorar. Que todo o homem tenha o direito de fazer brotar na sua face o brilho do ouro primordial que cintila dentro do seu ser. Que a luz refletida nas lágrimas seja a estrela a guiar nossas vidas. Emoções são cavalos selvagens, são mais belos quando correm soltos pelo vasto campo da vida.”

sábado, 17 de outubro de 2009

Duas Profecias

Outro dia, meu querido professor de Filosofia instruiu-nos fazer um trabalho que deu um enorme trabalho. Incluia ler, resumir e fazer um parecer de O Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels, O Sermão da Montanha, O Decálogo e Os Dez Mandamentos para posteriormente analisar um texto de Richard Rorty. Eu pensei -perdão às damas que venham a ler isto- "Caralho, esse miserável faz ideia de quanto trabalhoso isso será?" e fiquei morrendo de raiva, mas sabia que era melhor fazer o trabalho. Eu bati na boca depois de ler o texto de Rorty e O Manifesto. Peço perdão aqui ao meu professor por ter pensado tal coisa. Se arrependimento matasse... O texto dele está abaixo, assim como o parecer que fiz. Em breve postarei um apendice com as referencias que Rorty faz. Texto bom é texto cheio de referencia! Boa leitura! Ж---Ф---Ф---Ж---Ж---Ф---Ф---Ж---Ж---Ф---Ф---Ж---Ж---Ф---Ф---Ж
Duas Profecias
Richard Rorty
Profecias falhas muitas vezes ensejam leituras inestimavelmente inspiradoras. Tome dois exemplos: o Novo Testamento e o "Manifesto Comunista". Ambos foram pensados por seus autores como previsões do que iria acontecer -previsões baseadas no conhecimento supremo das forças que determinam a história humana. Ambos os conjuntos de previsões foram, até agora, um fiasco risível. Ambas as pretensões de conhecimento tornaram-se objetos do ridículo. Cristo não voltou. Aqueles que sustentam que seu retorno é iminente e que seria prudente tornar-se membro de uma seita particular, a fim de preparar-se para esse evento, são corretamente vistos com suspeita. Ninguém pode provar, é claro, que o segundo advento não ocorrerá — o que forneceria evidência empírica da encarnação. Mas estamos à espera há um bom tempo. Analogamente, ninguém poderá provar que Marx e Engels estavam errados ao afirmarem que "a burguesia forjou as armas que lhe trazem a morte" (die Bourgoisie hat... die Waffen geschmiedet, die ihr den Tod bringen). É possível que a globalização do mercado de trabalho, no próximo século, reverta a progressiva burguesificação do proletariado europeu e norte-americano e que se torne verdade que "a burguesia é incapaz de seguir reinando, pois é incapaz de assegurar uma existência aos escravos no interior da própria escravidão" (die Bourgeoisie ist unfähig noch länger zu herrschen, weil sie unfähig ist ihrem Sklaven die Existenz selbst innerhalb der Sklaverei zu sichern). Talvez ocorra, então, o colapso do capitalismo e a tomada do poder político por um proletariado virtuoso e esclarecido. Talvez, em resumo, Marx e Engels tenham errado por um ou dois séculos. Contudo, o capitalismo superou muitas crises no passado e aguardamos há um bom tempo por esse proletariado. Mais uma vez, nenhum zombeteiro poderá dizer ao certo se o que os cristãos evangélicos designam como "tornar-se um Novo Ser em Jesus Cristo" não é uma experiência autenticamente transformadora, miraculosa. Mas os que declaram ter renascido dessa forma não parecem portar-se de maneira diversa do que se portavam no passado, pelo menos não tanto quanto esperávamos. Esperamos há um bom tempo que os prósperos cristãos se portem com mais dignidade do que os prósperos pagãos. De modo análogo, não podemos dizer ao certo se algum dia vislumbraremos novos ideais que tomarão o lugar daqueles que Marx e Engels chamaram — com desdém — de "individualidade, independência e liberdade burguesas" (Bourgeoispersönlichkeit, selbständigkeit und freiheit). Mas aguardamos pacientemente que os regimes ditos marxistas expliquem exatamente como são esses ideais e como devem ser transformados em realidade. Até agora, todos esses regimes provaram ser retrocessos a uma barbárie pré-iluminista, e não estágios iniciais de uma utopia pós-iluminista. Há também, é claro, aqueles que lêem as Escrituras cristãs para descobrir o que o futuro, dentro de alguns anos ou décadas, lhes reserva. Foi o caso de Ronald Reagan, por exemplo. Até recentemente, inúmeros intelectuais liam o "Manifesto Comunista" com o mesmo propósito. Assim como os cristãos aconselharam paciência e nos asseguraram que é injusto julgar Cristo pelos erros de seus fiéis sequazes, os marxistas nos asseguraram que todos os regimes "marxistas" foram, até hoje, perversões absurdas dos propósitos de Marx. Os poucos marxistas sobreviventes admitem, agora, que os partidos comunistas de Lênin, Mao e Castro não guardavam nenhuma semelhança com o poderoso proletariado dos sonhos de Marx, mas foram simples instrumentos de autocratas e oligarcas. Mas, nos dizem, algum dia haverá um genuíno partido revolucionário, um genuíno partido do proletariado — um partido cujo triunfo nos trará uma liberdade tão diversa da "liberdade burguesa" quanto a doutrina cristã de que o amor é a única lei difere dos ensinamentos arbitrários do Levítico. A maioria de nós não leva mais a sério nem os adiamentos ou as ratificações marxistas ou cristãs. Mas isso não nos impede, nem deve nos impedir, de buscar inspiração e encorajamento no Novo Testamento e no "Manifesto". Pois ambos os documentos são expressão da mesma esperança: que um dia seremos capazes de tratar as necessidades de todos os seres humanos com o respeito e a consideração com que tratamos as necessidades daqueles que nos são mais próximos e que amamos. Ambos os textos acumularam um grande poder inspirador ao longo dos anos. Os dois são documentos fundadores de movimentos que fizeram muito pela liberdade e igualdade humanas. Até hoje, ambos inspiraram inúmeros homens e mulheres valentes e abnegados, que arriscaram as suas vidas e fortunas para impedir que as gerações futuras sofressem inutilmente. É possível que haja tantos mártires socialistas quanto mártires cristãos. Se a esperança humana puder sobreviver a ogivas carregadas de carbúnculo, a inventos nucleares do tamanho de valises, à superpopulação, ao mercado de trabalho globalizado e aos desastres ambientais do próximo milênio, e se tivermos descendentes que, daqui a um século, ainda sejam capazes de consultar os registros históricos ou buscar inspiração no passado, talvez eles se recordem de Santa Inês e Rosa Luxemburgo, de São Francisco e Eugene Debs, de Padre Damien e Jean Jaurès como membros de um só movimento. Do mesmo modo que o Novo Testamento é lido por milhões de pessoas que não perdem muito tempo pensando se Cristo retornará algum dia, assim também o "Manifesto Comunista" ainda é lido por quem espera e acredita que a justiça social pode ser atingida sem uma revolução do tipo previsto por Marx: que uma sociedade sem classes, um mundo "em que o livre desenvolvimento de cada um é a condição para o livre desenvolvimento de todos" (worin die freie Entwicklung eines jeden, die Bedingung für die freie Entwicklung aller ist), pode surgir como consequência daquilo que Marx desdenhava como "reformismo burguês". Pais e professores deviam encorajar os jovens a ler esses dois livros. O jovem será moralmente melhor por tê-los lido. Devemos educar nossos filhos para que considerem insuportável o fato de nós, leitores do Frankfurter Allgemeine Zeitung, sentados atrás de mesas e computadores, ganharmos dez vezes mais do que aqueles que sujam as mãos limpando lavabos e cem vezes mais do que aqueles que fabricam nossos computadores no Terceiro Mundo. Devemos nos certificar de que eles tenham consciência de que os países pioneiros na industrialização possuem uma riqueza cem vezes maior do que aqueles que ainda não se industrializaram. Os nossos filhos têm de aprender, desde cedo, a enxergar as desigualdades de suas fortunas e aquelas de outras crianças não como a "Vontade de Deus", nem como "o preço necessário da eficiência econômica", mas como uma tragédia evitável. Eles devem começar a pensar, o mais cedo possível, sobre como modificar o mundo, de modo a fazer com que ninguém passe fome enquanto outros se empanturram. As crianças precisam ler a mensagem de fraternidade humana de Cristo em conjunto com o relato de Marx e Engels sobre como o capitalismo industrial e o mercado livre -indispensáveis como são hoje- tornaram muito difícil instituir essa fraternidade. Elas precisam ver as suas vidas como esforços no sentido de realizar a nossa potencialidade moral, inerente a nossa capacidade de comunicar as nossas necessidades e esperanças. Elas devem ouvir histórias sobre as congregações cristãs que se reuniam nas catacumbas e sobre os comícios de operários nas praças de metrópoles. De fato, ambos cumpriram papéis igualmente importantes no longo processo de realização dessas potencialidades. O conteúdo inspirador do Novo Testamento e do "Manifesto Comunista" não é diminuído pelo fato de milhões de pessoas terem sido escravizadas, torturadas ou terem morrido de fome a mando de pessoas sinceras ou moralmente sérias, que recitavam trechos de um ou de outro texto, a fim de justificar seus atos. A lembrança dos porões da Inquisição e das salas de interrogatório da KGB, da cobiça e arrogância impiedosas do clero cristão e da nomenclatura comunista deve, de fato, advertir-nos contra o perigo de depositar o poder nas mãos de algumas pessoas que alegam saber o que Deus, ou a História, quer. Muitas vezes, a esperança assume a forma de uma previsão errada, como ocorreu em ambos os documentos. Porém a esperança pela justiça social é a única base para uma vida humana digna desse nome. Cristianismo e marxismo ainda podem causar muito mal, pois tanto o Novo Testamento quanto o "Manifesto Comunista" ainda podem, efetivamente, ser evocados por hipócritas morais ou gângsteres egocêntricos. No meu próprio país, por exemplo, uma organização chamada Coalizão Cristã mantém sob rédea curta o Partido Republicano (e portanto o Congresso). Os líderes de tal movimento convenceram milhões de eleitores que taxar os bairros ricos para auxiliar os guetos é algo pouco cristão. Em nome dos "valores da família cristã", a coalizão ensina que o amparo do governo norte-americano a crianças de mães adolescentes, desempregadas e solteiras acabaria por "minar a responsabilidade individual". As atividades da coalizão são menos violentas do que as do movimento peruano Sendero Luminoso, hoje já moribundo. Mas os resultados de sua obra são igualmente funestos. O Sendero Luminoso, em seu auge assassino, era encabeçado por um professor de filosofia perturbado, que acreditava ser o sucessor de Lênin e Mao: um intérprete contemporâneo inspirado nos escritos de Marx. A Coalizão Cristã é encabeçada por um tele-evangelista carola: o reverendo Pat Robertson — um intérprete contemporâneo dos Evangelhos que, provavelmente, causa muito mais sofrimento nos Estados Unidos do que Abiel Guzmán conseguiu causar no Peru. Em suma: é melhor, ao ler o "Manifesto" ou o Novo Testamento, ignorar os profetas que se dizem intérpretes autorizados de um ou outro texto. Ao ler os próprios textos, devemos relevar as previsões e nos concentrar nas expressões de esperança. Devemos ler a ambos como documentos inspiradores, apelos ao que Lincoln chamava "os melhores anjos de nossa natureza", e não como relatos precisos da história do destino humano. Se tratarmos o termo "cristianismo" como o nome deste apelo, e não como uma pretensão ao conhecimento, essa palavra ainda designará uma força poderosa, a serviço da dignidade e da igualdade humanas. "Socialismo", de forma semelhante, será o nome da mesma força -um nome atualizado, mais preciso. "Socialismo cristão" será um pleonasmo: hoje, não se pode esperar pela fraternidade que pregam os Evangelhos sem esperar que os governos democráticos redistribuam a renda e as oportunidades, em oposição ao mercado. Não se pode levar a sério o Novo Testamento como um imperativo moral, e não como uma profecia, sem levar igualmente a sério a necessidade de uma tal redistribuição. Datado como é o "Manifesto", ainda assim ele é uma declaração admirável da grande lição que aprendemos ao ver o capitalismo industrial em ação: que a derrubada de governos autoritários e o advento da democracia constitucional não bastam para assegurar a igualdade ou a dignidade humanas. Hoje, assim como em 1848, é inegável que os ricos tentarão ficar mais ricos ao fazer os pobres mais pobres, que a total mercantilização do trabalho levará à miséria dos assalariados, que "o Executivo do Estado moderno é apenas um comitê que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa" (Die moderne Staatgewalt ist nur ein Ausschuss, der die gemeinschaftlichen Geschäfts der ganzen Bourgeoisklasse verwaltet). A distinção proletariado-burguesia hoje talvez soe tão antiquada como a distinção cristão-pagão, mas se substituirmos "os 20% mais ricos" pelo termo "burguesia" e "os outros 80%" pelo termo "proletariado", a maioria das frases do "Manifesto" permanecerá verdadeira (é claro, porém, que elas soam um pouco menos verdadeiras em "Welfare States" totalmente desenvolvidos, como a Alemanha, e um pouco mais verdadeiras em países como o meu, no qual a cobiça predomina e as conquistas do "Welfare State" são rudimentares). Dizer que a história é a história da luta de classes ainda é verdadeiro, se seu significado for que, em toda cultura, sob qualquer forma de governo e em todas as situações imagináveis (na Inglaterra, quando Henrique 8º dissolveu os monastérios, na Indonésia, depois que os holandeses partiram, na China, após a morte de Mao, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos de Thatcher e Reagan), as pessoas que já tenham posto as mãos no poder e no dinheiro farão de tudo para que seus descendentes os monopolizem para sempre. Se a história apresenta um espetáculo moral, este é a luta para romper tais monopólios. O uso da doutrina cristã para pleitear a abolição da escravatura (e para repudiar o equivalente norte-americano das leis de Nurembergue — as leis de segregação racial) revela o melhor do cristianismo. O uso da doutrina marxista para despertar a consciência dos operários, para esclarecer-lhes como eles são explorados, revela o melhor do marxismo. Quando elas se fundem, como no movimento "Evangelho Social", nas teologias de Paul Tillich e Walter Rauschenbusch e nas encíclicas papais mais socialistas, a luta pela justiça social pode transcender as controvérsias entre teístas e ateístas. Tais controvérsias devem ser superadas: importa muito mais (é o que ensina o Novo Testamento) a forma de tratarmos os outros no dia-a-dia do que o resultado de disputas sobre a existência ou a natureza de outro mundo. O movimento sindical, que Marx e Engels pensavam apenas como uma transição para os partidos políticos revolucionários, revelou-se a encarnação mais inspirada das virtudes cristãs da abnegação e da ágape fraternal já registrada na história. A ascensão dos sindicatos, sob o aspecto ético, é o desenvolvimento mais promissor dos tempos modernos. Ele testemunhou o mais puro e altruísta heroísmo. Embora muitos sindicatos tenham se tornado corruptos e outros, petrificados, a estatura moral dos sindicatos faz sombra à igreja e às empresas, aos governos e às universidades. Pois os sindicatos foram fundados por homens e mulheres que tinham muito a perder -arriscava-se perder o trabalho e não levar comida para os familiares. Eles assumiram esse risco em proveito de um futuro humano melhor, e todos lhes somos gratos. As organizações por eles fundadas estão santificadas pelos seus sacrifícios. O "Manifesto" inspirou os fundadores da maioria dos sindicatos dos tempos modernos. Ao citarem as suas palavras, os fundadores dos sindicatos são capazes de incitar milhões de operários contra as condições degradantes e os salários de fome. Tais palavras reforçaram a crença de que o sacrifício dos grevistas -sua disposição de ver suas crianças passarem fome, mas não de ceder às exigências de maior retorno para o investimento do proprietário- não seria em vão. Um texto que foi capaz disso sempre fará parte dos tesouros de nosso legado intelectual e espiritual. De fato, o "Manifesto" exprimiu algo de que os trabalhadores aos poucos se davam conta: "Em vez de se erguer com o progresso da indústria", o trabalhador corria o risco de "afundar, cada vez mais, abaixo das condições de existência de sua própria classe" (Die moderne Arbeiter dagegen, statt sich mit dem Fortschritt der Industrie zu heben, sinkt immer tiefer unter die Bedingungen seiner eignen Klasse hinab). Na Europa e nos Estados Unidos, tal risco foi evitado, ao menos por certo tempo, graças à coragem de trabalhadores que leram o "Manifesto" e, como resultado, sentiram-se no dever de exigir sua parcela de poder político. Se esperassem pela bondade e caridade de seus superiores, suas crianças ainda seriam analfabetas e mal-nutridas. As palavras do Evangelho e do "Manifesto" talvez tenham proporcionado igual quantidade de coragem e inspiração. Mas, em muitos aspectos, o "Manifesto" é um livro mais apropriado ao jovem do que o Novo Testamento. Este último, de fato, padece do defeito moral do escapismo: a sua sugestão de que podemos separar o problema de nossa relação individual com Deus — a nossa chance individual de salvação — de nossa participação nos esforços cooperativos para dar cabo de sofrimentos inúteis. Muitas passagens dos Evangelhos sugeriram que os proprietários de escravos tinham legitimidade em fustigar seus escravos e que os ricos podiam deixar os pobres morrerem de fome. Afinal de contas, todos eles iriam para o céu e seus pecados seriam perdoados por terem aceitado Cristo como Senhor. Como texto do mundo antigo, o Novo Testamento aceita uma das convicções centrais dos filósofos gregos, para quem a contemplação das verdades universais era a vida ideal para um ser humano. Segundo essa convicção, as condições sociais da vida humana nunca mudarão, ao menos em nenhum aspecto importante: sempre teremos pobres ao nosso lado — e talvez também escravos. Tal convicção leva os autores do Novo Testamento a desviarem a atenção da possibilidade de um futuro melhor e a se concentrarem na esperança de um lugar no céu. A única utopia que tais autores imaginam situa-se num outro mundo, totalmente diverso. Nós, modernos, somos superiores aos antigos -tanto pagãos quanto cristãos- em nossa capacidade de imaginar uma utopia aqui na Terra. Os séculos 18 e 19 testemunharam, na Europa e na América do Norte, uma alteração radical na esperança humana -uma alteração da eternidade para o tempo futuro, da especulação sobre como ganhar as benesses divinas para o planejamento da felicidade das gerações futuras. Essa noção de que o futuro humano pode ser modificado pelo passado, desvinculado de poderes não-humanos, é magnificamente expresso no "Manifesto". Seria melhor, é claro, se tivéssemos um novo documento para dar inspiração e esperança às crianças — que fosse isento dos defeitos do Novo Testamento e do "Manifesto". Seria bom se houvesse um texto reformista, que prescindisse do caráter apocalíptico dos dois livros -que não dissesse que todas as coisas precisam ser refeitas ou que a justiça "só pode ser alcançada por meio da destruição violenta de toda a ordem social existente" (nur erreicht werden -kann- durch den gewaltsamen Umsturz aller bisherigen Gesellschasftsordnung). Seria bom se houvesse um documento que exprimisse os detalhes dessa utopia terrena, sem nos assegurar que essa utopia emergirá com plena maturidade, e rapidamente, tão logo algumas mudanças decisivas sejam tomadas — tão logo a propriedade privada seja abolida ou tão logo aceitemos Jesus em nosso coração. Seria melhor, em suma, poder conviver sem profecias ou pretensões ao conhecimento das forças determinantes da história -se é que esta esperança pode se sustentar sem tal apoio. Talvez algum dia tenhamos um novo texto para dar a nossas crianças -um que se abstenha de previsões, mas expresse o mesmo anseio por fraternidade que o Novo Testamento e esteja cheio de acuradas descrições das formas mais recentes de desumanidade, como o "Manifesto". Nesse ínterim, só temos a agradecer a esses dois textos, que nos ajudaram a ser pessoas melhores e a superar, em certa medida, nosso egoísmo grosseiro e nosso sadismo cultivado. Ж---Ф---Ф---Ж---Ж---Ф---Ф---Ж---Ж---Ф---Ф---Ж---Ж---Ф---Ф---Ж Eu adorei ler esse texto e fazer esse parecer. Infelizmente não está numa ordem inteligível e tem emoção demais, um pecado inefável para um escritor. Pensei várias vezes se deveria ordenar numa ordem "aceitável", mas decidi que não, vai assim mesmo. Este parecer apresentado aqui é levemente diferente do que apresentei em sala, alterei uma ou outra coisa. As coisas parecem melhores ou piores quando revistas. Lá vai!

♠ Tenho conversado muito com um amigo sobre política. Chego cada vez mais à conclusão de que uma mudança é necessária. É necessário ensinar o povo.

♠ Um dia seremos todos iguais. Mas não da forma sugerida por George Orwell, em A Revolução dos Bichos. Haverá um dia em que todos aqueles que lutaram, de uma forma (religiosa) ou de outra (comunista) ou ainda de uma terceira (culturalmente) ou quarta (militarmente) serão reconhecidos como heróis. Heróis que lutaram dignamente ou não pelo que acreditam. “O que nós precisamos é de um herói”.

♠ O poder corrompe. Ou fez com quem o manipula já fosse corrompido antes de poderem controlá-lo.

♠ Este próximo vem de uma das muitas conversas que tive tem pouco tempo. Digamos apenas que tudo o que esta pessoa diz reluz (irei chamá-la de "Amy", como um pseudonimo). "Sobre política, meu ex marido foi um político, e como todos, ele se transformou. Vi isso dentro da minha casa, com um cara que fui casada por 11 anos. Então fica minha teoria: todo mundo com poder vira Smeagol e olha pro anel dizendo: meu precioso. Espero que nada disso aconteça nem a você nem ao seu amigo.".

Por algum motivo, fiquei com um nó na garganta quando li isto, especialmente a parte do "espero que nada disso aconteça nem a você nem ao seu amigo.". Cara... isto realmente me bateu forte! Não sei o que a política faria a mim e nem a um cidadão que conheço (chamemos de "General Lopez", por enquanto), mas eu sonho em mudar o Brasil. Tenho princípios demais num mundo mau, em que há poucas pessoas que ainda fazem valer algo. O Brasil precisa ser mudado. Sem duvida, o poder corrompe. Algum filosofo já disse isso. Mas os principios não estão à venda. O Brasil precisa de Educação de qualidade, e este é um principio meu. Não está à venda. Sem duvida, o poder corrompe. E não sei se sou forte o suficiente para lutar contra ele. Mas acredito nos meus ideais, e talvez as pessoas achem que eu e meu amigo sejamos tolos jovens sonhadores, e provavelmente somos, mas ainda assim, corro o risco de estar repetindo este paragrafo demais e de forma. Acho que vou encerrar este por aqui, com uma citação que nunca lembro se quem disse foi Winston Churchil ou Aleister Crowley: "você pode matar um homem, mas nunca seus ideais.". A maior prova disto é Jesus Cristo. Morreu pelo que acreditava, e até hoje é lembrado de forma quase exaustiva em grande parte do mundo.

♠ O Brasil precisa ser mudado. Precisa-se mudar seus conceitos de importância.

♠ Talvez isto explique um pouco do que é necessário acontecer: estava no Respostas e vi uma pergunta Você gostou ou não da nomeação do Rio de Janeiro como sede das Olimpíadas de 2016?. Minha resposta teve como base duas que já havia respondido:

♠ " eu não dou a mínima para as Olimpíadas". A mais pura verdade. ♠ "afinal pouco me importa se o BRASIL ganhar medalhas e blá blá blá". No Brasil se investe teoricamente muito em Esportes e nada em Cultura. ♠ "até porque não irá mudar nada na minha vida se isso acontecer", apenas os competidores e emissoras serão beneficiadas se isso ocorrer ♠ "o povo é muito fútil , existe tantas coisas para nos preocuparmos" estava conversando com um amigo meu (General Lopez) assistindo um jogo de futebol amigo. Em pouco tempo, uma discussão profunda irrompeu no campo, sobre se havia sido falta ou não. Eu e meu amigo começamos a filosofar sobre este assunto e como o Brasileiro Médio é futil. ♠ ,"no fundo OLÍMPIADAS significa : Ganhar dinheiro dos trouxas", não tenho nem ideia do quanto LULA e sua corja irá ganhar com isto. ♠ "quantos brasileiros irão juntar dinheiro pra ir lá pro Rio ver os Jogos Olímpicos? Te garanto que muitos" As pessoas irão deixar de usar dinheiro para comprarem livros e educação para irem para os jogos. Com o preço de um ingresso (cerca de R$ 87 [preço previsto para cada ingresso]), uma pessoa poderia comprar um livro escolar volume único de Filosofia, Sociologia, Historia e quase todos os outros e ainda sobraria. Mas estas três seriam minha recomendação pessoal. Se a pessoa não quiser comprar um desses, vou citar o preço máximo das editoras mais acessiveis (embora, não necessáriamente as mais corretas [fui avisado pela Amy que existe roubo de direitos autorais quanto a MC]): Martin Claret: R$ 10,50 edição normal de 'Coleção a Obra Prima de Cada Autor'. L&PM Pocket: R$ 14,50 edição Pocket. Martin Claret: R$ 18,50 edição da Serie Ouro. A MC tem cerca de 295 livros publicados na normal, 60 na Ouro e a L&PM mais de 700 volumes. Fazendo as contas, você pode comprar entre 8 e 4 ou 5 livros, estou com preguiça de calcular direito... ♠ "e te garanto também que se eles for parar pra refletir eles não irão ganhar nada com isso" O Brasileiro Médio não ganhará nada indo assitir a um destes jogos. ♠ "achei tao fula essa comemoraçao do governos , Pelé, brasileiros , me desculpe ser um pouco rude mas essa é my opinion ;]". É extremamente fútil, assim como muitas coisas relacionadas a esportes. Se não me engano, Pitágoras ou Platão já escreveu sobre isso. ♠ "Na verdade eu acho que as pessoas são muito influenciadas por coisas sem impotância, sendo hipnotizadas á perder dinheiro e tempo no que realmente importa" são levadas pelas crenças e preconceitos, influencias e ignorancia. ♠ "Vai trazer muito dinheiro pro BRASIL ,mas não para nosso bolso". O Brasileiro Médio, muito pelo contrário, só irá gastar em obras ultra-hiper-mega-giga-tera-superfaturada… Serão estádios reformados, construções novas, tudo! Digamos que um estádio saia por R$ 800 milhões. Para fins de "aproximação e tornar o calculo mais fácil", os encarregados arredondarão para o valor fechado mais próximo: R$ 1 bilhão. E aí, cadê os R$ 200 milhões a mais? Numa(s) conta(s) da Suiça. Agora, imagine se todos os R$ 1 bilhão fossem para Educação e/ou Saude. O Brasil seria menos desmoralizante. ♠ Esta citação é de outro respondente: ♠ "quem deve estar comemorando é a Rede Globo, SBT, Record etc..." Ele foi "agudo" nesta. ♠ "eles vão faturar bastante, não é?" Muitos bilhões em propagandas e anunciantes e patrocinadores. ♠ "Soltaria uma caixa de foguete e ficaria feliz da vida... se fosse aprovado a diminuição da idade penal. Isso me afeta [mais] diretamente," Concordo também. Uma pessoa com 16 anos já serve para votar, então ela já serve para beber (legalmente, pois ilegalmente, quase todos já fazem) e ser presa. Já tem ideia das consequencias dos seus atos. ♠ "Entende?"

♣ Encerradas aqui as citações do Yahoo! Respostas. ♣

♠ O Brasileiro gastará R$ 87 para assistir um único jogo que durará pouco tempo. Se ao invés disso parasse para comprar algum dos livros sugeridos, ele ganharia muito mais. Ganharia conhecimento. Perderia ignorância e a capacidade de ser enganado. Mas isto não é interessante para o Estado, é? Deve-se deixar o povo ignorante para que ele continue sendo enganado.

♠ Talvez este parecer esteja completamente equivocado. Provavelmente está. Talvez também esteja muito mal feito. Mas foi assim que eu entendi o texto: uma metáfora para mudarmos o mundo.

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♠ E foi só até aí que foi o parecer.

♠ Mas ainda posso relacioná-lo posteriormente com um discurso de Martin Luther King sobre os Sonhos. E este eu farei questão de publicar.

♠ Hoje meu professor me enviou uma pequena mensagem sobre Mikhail Bakunin, (o "inventor" do Anarquismo e russo [caramba, amo a Rússia. É meu sonho de consumo. Podem me chamar de louco, mas desejo falar russo e ir para lá.]). Ela comprovava o que a Amy dizia. Acho que clicando na imagem você amplia.

♠ Irei estudar mais sobre Bakunin e postarei algo aqui. Mas antes, minha prioridade é o discurso de MLK.

Obrigado a quem leu (que sei que são pouquíssimos, atualmente). xoxo