quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um soneto perdido (no meio de prosa) achado em um filme

Olá, pessoas!

Então, percebi que já tem um tempinho que eu não posto um poema.
Não na integra, visto que o ultimo, há quatro dias (21/08/2011) não conta.
E hoje eu resolvi fazer algo de útil com meu tempo extra e assistir um bom filme. Resolvi assistir, entre outros, O Homem que Copiava.

Há uns quatro anos, talvez, eu comecei a assistir, mas por alguma razão que não me lembro mais, parei de assistir e há quase três meses eu consegui o filme, mas não estava muito a fim de assistir. Oh, que naïve eu sou...
O filme é ótimo.
Perfeito, magnífico, maravilhoso e mágico. Tem senso de humor, críticas, trilha sonora bacana, roteiro, personagens... Ah, personagens... E tem esse soneto. É de Shakespeare.


Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;

Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;

Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono

Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate

E ele me lembrou bastante um soneto que eu postei há muuuuuuuito tempo de Camões.
http://sonhosteoriasepalavras.blogspot.com/2011/04/mudam-se-os-tempos.html

Para os camaradas que ainda não assistiram O Homem que Copiava: assistam.
Para os camaradas que já assistiram O Homem que Copiava: um brinde aos finais felizes. Para os que os terão e para os que sonharão em tê-los.

Bons sonhos...

4 comentários:

  1. Eu sou apaixonada por esse filme, é lindo, doce e tem um perfeito final feliz!!! Aliás, não só o filme em si é perfeito como me trás boas recordações, assistir ele pela primeira vez com um bom amigo que apesar de debochar do meu romantismo, não deixa de ser um amigo decente!

    Ah, realmente "Contra a foice do tempo é vão combate".

    Saudades de você Rafael, e sim, é impossivel ler Sadman e não lembrar de você e essa semana justamente eu estava lendo o episódio que Gaiman falo sobre Shakespeare em "Sonho de uma noite de Verão".

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  2. Olá!
    Esse filme é realmente lindo. E o poema me remete a um monte de recordações que apesar de não serem tão lindas quanto o filme, estão relacionadas a ele e de todo modo, ver o folder do filme em seu blog resgatou essas lembranças. Vou assistir de novo no fim de semana. Creio que serei um dos que sonharão com um final feliz (não acredito muito em finais felizes, mas gosto deles mesmo assim), mas posso estar enganado quanto a isso. Como estive e estou enganado em relação a muita coisa, meu amigo.

    Pandora tem razão. Impossivel ler Gaiman sem lembrar de você, porque cada vez que você cita uma das obras dele e vou lá relê-las, percebo que deixei muito escapar na primeira leitura.

    E porque, de vez em quando, é bom que taquem um pão na nossa cabeça.
    Bosn sonhos pra você!

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  3. Oi, Pandora!
    Eu já te disse que você tem um ótimo gosto?
    Pois você tem.
    E os dialogos de Sonho e Shakespeare são sempre lindos, mas eu não sei se em algum momento da minha vida entenderei tudo o que eles conversam.
    E isso é uma das coisas que mais admiro no Gaiman: as diversas possibilidades de interpretação. Não só isso, claro.
    Tenha ótimos sonhos, Jaci.
    Cheiros.

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  4. Hey, Sage!
    Também não confio muito nos happy endings, mas esse eu não tenho do que reclamar. Quero dizer, é um final feliz extremamente plausível.
    Não deu para assistir esse filme sem me identificar com cada um dos personagens principais. Cada um em um momento diferente. E ao mesmo tempo.
    Eu gostaria bastante de estar enganado quanto a várias coisas, mas... Só o tempo dirá. Enquanto isso, caminho rumo ao meu próximo apocalipse.
    E compartilho do seu sentimento quanto a Gaiman: muitas vezes me pego tendo um entendimento bem diferente do que tivera antes.
    E não se preocupe: comprei mais pão.
    Bons sonhos.

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