"Not words, Worlds".
Oi.
Gosto muito desse gracejo do Gaiman em Fim dos Mundos. Na edição brasileira, foi alterado para "Fim dos mudos. Não mudos, mundos", e eu prefiro o original.
Há algumas semanas, me deparei com uma imagem, e eu discordei tanto dela...
Não vou fazer uma outra postagem sobre, literalmente, o fim dos mundos. Lembrei agora de um gracejo em Os Filhos de Anansi. Sobre onde era o fim do mundo e que era também o início, depende apenas da forma omo você olha.
Discordei por causa de um dos contos de Fim Dos Mundos, o "Uma História de Duas Cidades".
"Robert sacudiu a cabeça. 'Passei a vida inteira caminhando pela cidade. Esta não é a cidade, ainda que em certos momentos eu reconheça fragmentos dela, como alguém identificando um verso de um poema familiar num livro que nunca leu.'
O velho pôs a mão sobre o ombro de Robert.
'Esta é a cidade', repetiu.
'Então... Em que parte dela estamos?'
"Acho...' O velho fez uma pausa. O vento soprava frio no alto da ponte. 'Estou aqui há muitos, muitos anos. Quantos, não sei. E nesse tempo todo tive tempo para pensar.
Talvez uma cidade seja um ser vivo. Afinal, todas tem sua própria personalidade.
Los Angeles não é Viena. Londres não é Moscou. Chicago não é Paris. Toda cidade é uma coleção de vidas e construções, e a personalidade de cada uma é única.'
'E daí?'
'Daí que, se uma cidade tem personalidade, talvez também possua alma. Talvez sonhe.
Acho que estamos nisso. Nos sonhos da cidade. É por isso que alguns lugares são quase reconhecíveis. É por isso que quase sabemos onde estamos.'
'Você acha que estamos dormindo?'
'Não. Estamos acordados, imagino. Mas acredito que a cidade esteja dormindo e estejamos zanzando por seus sonhos.'
[...]
'Talvez algum dia eu retorne ao mundo desperto. Estou procurando por alguma rua que conheço na cidade verdadeira - e quando encontrar, andarei por ela até voltar ao mundo real.
É a minha esperança, e rezo por isso. Afinal, é preferível à alternativa.'
'Que seria...'
'A cidade acordar', disse o velho. 'Que ela acorde e...'
[...]
Conheci Robert num vilarejo do litoral escocês, poucos anos depois dos eventos que acabo de relatar.
[...]
'Você teme algum dia voltar aos sonhos da cidade?'
'O que eu temo é o dia em que as cidades acordarão. O dia em que as cidades se levantarão.'
Prefiro acreditar que foi o frio que me fez estremecer, que fiquei sem fôlego apenas porque uma réstia de névoa invadiu minha garganta.
Robert se afastou pela charneca e nunca mais o vi.
Desde então, cruzo as cidades com menos tranquilidade."
Algumas histórias do Gaiman tem a capacidade de me deixar de olhos arregalados todas as vezes que eu as leio. Essa é uma delas. Ramadã é outra. E Mortalha.
Bons sonhos.
Ramadã é tão lindo. "Assim, o seu palácio era o palácio das maravilhas"
Este blog é dedicado para os amantes das diversas coisas, entre elas, Palavras, Sonhos, Teorias, Conspirações, Livros e Músicas. Sei que há muitas pessoas assim. Meu desafio (e da minha equipe) será encontrá-las. Postaremos aqui as mais diversas coisas, mas sempre com um curto parecer sobre o que foi postado. Boa leitura.
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Words End.
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sábado, 15 de outubro de 2011
Omnia Mutantur, Nihil Interit.
Boa noite.
Em Sandman, mais especificamente em Despertar e sendo bem preciosista, em Exilados, tem essa citação de Ovídio. "Omnia Mutantur, Nihil Interit." É uma citação linda. É perfeita. Significa "Tudo muda, mas nada se perde realmente."
E isso é totalmente verdade. É uma coisa que me lembra Sinal e Ruído. Mas essa citação resume uma boa parte do meu mundo: nada se perde, apesar das constantes mudanças. Essa frase vei uns dois mil anos antes da de Lavoisier, se eu não me engano "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.".
E aqui estou eu, assistindo a uma transformação do meu mundo e dos meus conceitos e de mim mesmo. Não sei o que será de mim.
Bons sonhos.
Boas mudanças.
P.S.: achei essa postagem perfeita.
http://filosofandoamarteladas.blogspot.com/2009/05/omnia-mutantur-nihil-interit.html
Em Sandman, mais especificamente em Despertar e sendo bem preciosista, em Exilados, tem essa citação de Ovídio. "Omnia Mutantur, Nihil Interit." É uma citação linda. É perfeita. Significa "Tudo muda, mas nada se perde realmente."
E isso é totalmente verdade. É uma coisa que me lembra Sinal e Ruído. Mas essa citação resume uma boa parte do meu mundo: nada se perde, apesar das constantes mudanças. Essa frase vei uns dois mil anos antes da de Lavoisier, se eu não me engano "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.".
E aqui estou eu, assistindo a uma transformação do meu mundo e dos meus conceitos e de mim mesmo. Não sei o que será de mim.
Bons sonhos.
Boas mudanças.
P.S.: achei essa postagem perfeita.
http://filosofandoamarteladas.blogspot.com/2009/05/omnia-mutantur-nihil-interit.html
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domingo, 9 de outubro de 2011
Saramago. E Morte.
Boa noite!
Há quanto tempo!
Hoje eu estava pensando sobre a Morte. Sem nenhum motivo em especial, apenas lembrando de algumas teorias sobre ela. Talvez tenha sido devido a uma das minhas últimas postagens e o fato de Pandora ter comentado que a taxa de sobrevivência de alguém ter chegado a zero.
E eu lembrei de As Intermitências da Morte, de Saramago.
"No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómenos semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.".
(Sinopse de As Intermitências da Morte. E um trecho também.)
Eu lembrei de Didi hoje. De uma forma completamente diferente da que eu tinha lembrado antes. Lembrei de como ela é. E como eu gosto de pensar que ela é. E eu senti uma profunda saudade dela. E de tudo o que ela representa. E estou me sentindo um pouco como Sexton Furnival.
E não, a postagem não faz muito sentido. É basicamente uma forma de tirar algumas coisas da mente. E de aproveitar o ensejo para dar um aviso: o único outro autor que continua constante está mais louco (podem ler no lugar de louco "alienado de esquerda") do que nunca. Desculpem por isso.
Bons sonhos.
Há quanto tempo!
Hoje eu estava pensando sobre a Morte. Sem nenhum motivo em especial, apenas lembrando de algumas teorias sobre ela. Talvez tenha sido devido a uma das minhas últimas postagens e o fato de Pandora ter comentado que a taxa de sobrevivência de alguém ter chegado a zero.
E eu lembrei de As Intermitências da Morte, de Saramago.
"No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómenos semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.".
(Sinopse de As Intermitências da Morte. E um trecho também.)
![]() |
Sexton e Didi |
E não, a postagem não faz muito sentido. É basicamente uma forma de tirar algumas coisas da mente. E de aproveitar o ensejo para dar um aviso: o único outro autor que continua constante está mais louco (podem ler no lugar de louco "alienado de esquerda") do que nunca. Desculpem por isso.
Bons sonhos.
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quinta-feira, 15 de setembro de 2011
Fênix...
Oi!
Então, como está a noite?
Tenho refletido um bocado sobre algumas coisas que tem acontecido na minha vida. E esta postagem está intimamente relacionada a essas coisas. Estou dando adeus ao um "Mestre Li".
Tenho andado para cima e para baixo com o meu Despertar.
E a parte que eu mais tenho lido é Exilados.
E tem este trecho. O velho sábio pergunta a Daniel o que foi dito pelo bárbaro. Este responde:
"Omnia mutantur, nihil interit.
'Tudo muda, mas nada se perde realmente.'
Adeus, mestre Li."
Este é o meu memento de hoje, pessoas.
Acho esta música linda. E o clipe achei perfeito. Ou filme. Espero que vocês apreciem.
Bons sonhos...
"Adeus, Mestre Li...
Somente a fênix ascende e não desce. E tudo muda.
E nada se perde realmente."

Tenho refletido um bocado sobre algumas coisas que tem acontecido na minha vida. E esta postagem está intimamente relacionada a essas coisas. Estou dando adeus ao um "Mestre Li".
Tenho andado para cima e para baixo com o meu Despertar.
E a parte que eu mais tenho lido é Exilados.
E tem este trecho. O velho sábio pergunta a Daniel o que foi dito pelo bárbaro. Este responde:
"Omnia mutantur, nihil interit.
'Tudo muda, mas nada se perde realmente.'
Adeus, mestre Li."
Este é o meu memento de hoje, pessoas.
Acho esta música linda. E o clipe achei perfeito. Ou filme. Espero que vocês apreciem.
Bons sonhos...
"Adeus, Mestre Li...
Somente a fênix ascende e não desce. E tudo muda.
E nada se perde realmente."
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011
Apocatástase
Oi.
Então, pessoas.
Eu resolvi começar um novo blog.
O nome é Apocatástase. É aquele lugar para onde eu irei gritar quando não quiser ser ouvido.
Não vou abandonar esse blog, não mesmo. Gosto muito dele.
E é isso...
Bons sonhos.
Então, pessoas.
Eu resolvi começar um novo blog.
O nome é Apocatástase. É aquele lugar para onde eu irei gritar quando não quiser ser ouvido.
Não vou abandonar esse blog, não mesmo. Gosto muito dele.
E é isso...
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quinta-feira, 25 de agosto de 2011
Um soneto perdido (no meio de prosa) achado em um filme
Olá, pessoas!

Então, percebi que já tem um tempinho que eu não posto um poema.
Não na integra, visto que o ultimo, há quatro dias (21/08/2011) não conta.
E hoje eu resolvi fazer algo de útil com meu tempo extra e assistir um bom filme. Resolvi assistir, entre outros, O Homem que Copiava.
Há uns quatro anos, talvez, eu comecei a assistir, mas por alguma razão que não me lembro mais, parei de assistir e há quase três meses eu consegui o filme, mas não estava muito a fim de assistir. Oh, que naïve eu sou...
O filme é ótimo.
Perfeito, magnífico, maravilhoso e mágico. Tem senso de humor, críticas, trilha sonora bacana, roteiro, personagens... Ah, personagens... E tem esse soneto. É de Shakespeare.
E ele me lembrou bastante um soneto que eu postei há muuuuuuuito tempo de Camões.
http://sonhosteoriasepalavras.blogspot.com/2011/04/mudam-se-os-tempos.html
Para os camaradas que ainda não assistiram O Homem que Copiava: assistam.
Para os camaradas que já assistiram O Homem que Copiava: um brinde aos finais felizes. Para os que os terão e para os que sonharão em tê-los.
Bons sonhos...

Então, percebi que já tem um tempinho que eu não posto um poema.
Não na integra, visto que o ultimo, há quatro dias (21/08/2011) não conta.
E hoje eu resolvi fazer algo de útil com meu tempo extra e assistir um bom filme. Resolvi assistir, entre outros, O Homem que Copiava.
Há uns quatro anos, talvez, eu comecei a assistir, mas por alguma razão que não me lembro mais, parei de assistir e há quase três meses eu consegui o filme, mas não estava muito a fim de assistir. Oh, que naïve eu sou...
O filme é ótimo.
Perfeito, magnífico, maravilhoso e mágico. Tem senso de humor, críticas, trilha sonora bacana, roteiro, personagens... Ah, personagens... E tem esse soneto. É de Shakespeare.
Quando a hora dobra em triste e tardo toque
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate
E em noite horrenda vejo escoar-se o dia,
Quando vejo esvair-se a violeta, ou que
A prata a preta tempora assedia;
Quando vejo sem folha o tronco antigo
Que ao rebanho estendia a sobra franca
E em feixe atado agora o vejo trigo
Seguir o carro, a barba hirsuta e branca;
Sobre tua beleza então questiono
Que há de sofrer do Tempo a dura prova,
Pois as graças do mundo em abandono
Morrem ao ver nascer a graça nova.
Contra a foice do tempo é vão combate
Salvo a prole, que o enfrenta se te abate
http://sonhosteoriasepalavras.blogspot.com/2011/04/mudam-se-os-tempos.html
Para os camaradas que ainda não assistiram O Homem que Copiava: assistam.
Para os camaradas que já assistiram O Homem que Copiava: um brinde aos finais felizes. Para os que os terão e para os que sonharão em tê-los.
Bons sonhos...
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domingo, 21 de agosto de 2011
Sobre Rodas, Ameixas e Jardins
Um prelúdio roubado de... Claro, Neil Gaiman.
Boa noite, pessoas. Ou monstros do Id. Ou Krellianos (duas referências a Planeta Proibido, esse filme é supercalifragilisticoespialidoso). Ou quem quer que esteja aí.
Hoje eu fiz uma maratona Sandman.
Li um pouco dos tomos e comecei a pensar sobre... Bem, sobre. E a minha conclusão é que
"Hoje a morte está diante de mim:
como a recuperação de um doente,
como caminhar em um jardim após a doença.
Hoje a morte está diante de mim:
como o odor da mirra,
como sentar sobre uma vela com bons ventos.
Hoje a morte está diante de mim:
como o curso de um riacho,
como o retorno de um homem, da guerra para a sua casa.
Hoje a morte está diante de mim:
como o lar que o homem anseia ver,
depois de anos aprisionado."
Lembrei de alguns acontecimentos que passaram há pouco e há muito tempo. E...
"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.
Então, ela olha fixamente para o papel,
incapaz de pensar em algo mais.
Por fim, começa a escurecer."
Senti a falta de vocês.
Muita.
E pensei um bom tempo sobre como iria encerrar a postagem. Eu já sei como.
Com Johnny Cash.
Hurt. Infelizmente o dono do vídeo não permitiu a incorporação...
"A Roda de Íxion de assombro para.
Os abutres cruéis não mordem Tício.
A fugaz linfa Tântalo não corre."Boa noite, pessoas. Ou monstros do Id. Ou Krellianos (duas referências a Planeta Proibido, esse filme é supercalifragilisticoespialidoso). Ou quem quer que esteja aí.
Hoje eu fiz uma maratona Sandman.
Li um pouco dos tomos e comecei a pensar sobre... Bem, sobre. E a minha conclusão é que
"Hoje a morte está diante de mim:
como a recuperação de um doente,
como caminhar em um jardim após a doença.
Hoje a morte está diante de mim:
como o odor da mirra,
como sentar sobre uma vela com bons ventos.
Hoje a morte está diante de mim:
como o curso de um riacho,
como o retorno de um homem, da guerra para a sua casa.
Hoje a morte está diante de mim:
como o lar que o homem anseia ver,
depois de anos aprisionado."
Lembrei de alguns acontecimentos que passaram há pouco e há muito tempo. E...
"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.
Então, ela olha fixamente para o papel,
incapaz de pensar em algo mais.
Por fim, começa a escurecer."
Senti a falta de vocês.
Muita.
E pensei um bom tempo sobre como iria encerrar a postagem. Eu já sei como.
Com Johnny Cash.
Hurt. Infelizmente o dono do vídeo não permitiu a incorporação...
"If I could start again...
A million miles away..."
http://www.youtube.com/watch?v=WWE8zCzPJYk
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sábado, 2 de julho de 2011
Fim.
Oi.
Tem um bom tempo, né?
Quero dizer, eu sei que tem um bom tempo.
Não tanto quanto no ano passado.
Não vou tentar criar desculpas para ter sumido. É contra a Regra Nº 1 da lindissima, fofissima, charmosissima Agente Especial Abby Borin (nunca fazer desculpas [ela é de NCIS. É interpretada por Diane Neal, que fez Casey Novak em Law & Order SVU]). Vou pedí-las. Sinto muito.
E eu estive procrastinando essa postagem a muito tempo.
Cerca de um mês e dez dias.
Ontem eu assisti o ultimo episódio da 3ª Temporada de Castle (sendo honesto, ontem eu devo ter assistido no mínimo seis episódios dessa temporada.) e pensei "Amanhã eu faço essa postagem. Não tem como adiar mais.".
É sobre fim. O Fim. (nota póstuma: a postagem está longa e é baseada em citações. Trechos inteiros. Se desistirem, de ler, não vou julgar vocês. E, mais importante: eu estou malucão hoje [só hoje?!], então, eu vou entender se quiserem colocar nos comentários coisas como "Rafael, na salada se coloca vinagre, não cachaça." ou "Acho que o Zé da sua mercearia está te vendendo outras coisas no lugar de coentro".)
Tem mais ou menos um mês e dez dias que eu comprei Sinal e Ruído.
É lindo.
Em certos momentos, é o melhor trabalho da parceiria Gaiman-Mckean (é claro que eu escreveria o nome de Gaiman antes, não poderia ser diferente no meu mundo).
Em certos momentos, é o melhor trabalho da parceiria Neil-Richard-Gaiman.
Em outros, é o que mais aproxima Gaiman da realidade.
Aprendi muito lendo esse livro.
Aprendi como sobreviver.
Aprendi como morrer.
Sobrevivi e morri.
Mas essa postagem não é sobre mim.
Ou talvez seja totalmente sobre mim.
Desculpa, estou me adiantando. E fazendo uma piadinha bem sutil, que só quem já leu muito pode perceber. Não é mais do que uma curta parafrase de um trecho de Signal to Noise. Divagando. Este trecho eu não escrevi na ordem que lhes aparece, devo dar um aviso: estou divagando demais hoje.
Minha ideia era postar um pouquinho só sobre Castle (uma parte eu já coloquei, a outra vem agora: é um dos meus seriados favoritos. Assistir o ultimo episódio disponível me fez pensar sobre fins e o quanto podem ser dificeis. Estou com saudade do seriado. E Stana Katic está lindíssima esta temporada. Caramba, ela é que nem um bom vinho: fica melhor com a idade. Quando eu a vi no inicio da temporada eu fiz ":-O Beckett? A mesma Beckett?".
E estou elocubrando demais. Saindo do foco.
Enfim, minha ideia era postar sobre Castle, Sinal e Ruído e fazer um link entre Sinal e Ruído e uma música que eu tenho ouvido... Bem, eu diria "obcecadamente", roubando as palavras de um amigo meu, mas o correto é 24/7, porque na minha mente, mesmo o mais obcecado tem que pausar por um momento sua obsessão (mesmo que seja para dormir durante 1/4 de segundo e voltar a lurkar. O mais dedicado stalker continua tendo sono, não? Embora ele possa dormir enquanto a presa que ele está stalkando [essa palavra não existe] também está [divagando de novo... Por favor, não me deixem sair assim do foco, tá?]). Voltando ao assunto, entre Sinal e Ruído e uma música que tenho ouvido o tempo todo. Literalmente. Estou ouvindo agora no Youtuberepeat.
Acho que eu deveria ter nomeado a postagem propriamente, e vou me retificar. É fazer um link entre a música e Sinal e Ruído.
A música é Waiting For The End.
Marquei um trecho.
Esse não é o fim, esse não é o começo
Apenas uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento
Embora as palavras pareçam firmes, tem algo vazio dentro delas
Nós dizemos, "yeah"
Com os punhos voando no ar
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Pois estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos,
Esquecermos,
Deixarmos tudo desaparecer
Esperando o fim chegar,
Desejando que eu tivesse força para suportar
Não é isso que eu tinha planejado
Isto saiu do meu controle
Voando à velocidade da luz,
Pensamentos giravam na minha cabeça
Tantas coisas que não foram ditas
É difícil deixar você partir
(oh) Eu sei o que é preciso para seguir em frente
(oh) Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive
Sentando em um quarto vazio,
Tentando esquecer o passado...
Isso nunca foi feito para durar
Eu queria que não fosse assim
(oh) Eu sei o que é preciso para seguir em frente
(oh) Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive
O que restou quando o fogo acabou
Eu achei que era o certo,
Mas o certo era errado
Tudo apanhado no meio da tempestade
E tentando entender qual era a sensação de seguir em frente
E eu nem mesmo sei que tipo de coisas eu disse
A minha boca continuava mexendo e a minha mente morreu
Juntando os pedaços sem ter por onde começar
A parte mais difícil de terminar é recomeçar
Tudo que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive
Esse não é o fim, esse não é o começo
É só uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento
Embora as palavras pareçam firmes algo se esvazia dentro delas
Nós dizemos, "yeah!"
Com os punhos voando no ar
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Pois estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos,
Esquecermos,
Deixarmos tudo desaparecer
(segurando naquilo que eu não tenho)
Agora eu vou para Sinal e Ruído.
Tem andado comigo todo dia desde que eu comprei.
Praticamente não sai das minhas vistas.
A sinopse é "Em Londres, um diretor de cinema descobre que está com câncer e tem pouco tempo de vida. Ele estava para iniciar a produção do que seria seu maior filme: a história de um vilarejo na Europa Central durante os últimos minutos do ano 999 d.C, aguardando a vinda do apocalipse. Agora, esse roteiro jamais será filmado.
No entanto, ele continua trabalhando na pr odução em sua mente, fazendo um filme que ninguém jamais verá. Ninguém a não ser você."
Um dia talvez eu digitalize esse que nem eu fiz com A Paixão do Arlequim, cujo arquivo em .rar, acabei de reparar, está M.I.A... Tenho que achar... Talvez eu ache no meu antigo e-mail. Divagando... Enfim, eu digitalizo quando descobrir um jeito de digitalizar que não envolva machucar o meu bebê. E isto significa dobrar ou colocá-lo numa multifuncional. Ou seja, não tão cedo.
Pensei em tirar fotos de alguns trechos interessantes, mas a qualidade das fotos está horrível.
Não vou dar nenhum Spoiler.
Usarei citações desconexas e fora da ordem. Leiam Sinal e Ruído. Amem, riam, chorem. Desesperem-se. Mas não deixem de ler. Vale a pena. Cada milésimo de página.
"999 d.C., ultimo dia do ultimo mês do ano."
"A mortalidade é algo difícil de encarar.
'Aquilo que não nos mata nos fortalece'. Pode até ser, mas o que nos mata nos mata, e isso é dureza.
O que é preciso para a vida ter sentido?
Sinal e ruído:
O que é sinal? O que é ruído?"
Há algum tempo eu pensei um bocado sobre isso. Às vezes é melhor morrer que se fortalecer. Pode ser mais justo ou menos doloroso ou o certo. Às vezes é o errado. Às vezes, simplesmente é.
"A história é menos verdadeira por ser uma mentira?"
"Talvez eles estejam olhando para o céu.
Ali, está vendo?
Um deles está gritando...
...mas não conseguimos escutar o que diz.
Talvez estejam se preparando para deixar para trás tudo que possuem.
Talvez estejam, lenta e verdadeiramente, começando a acreditar..."
"Parado em um sinal de trânsito, olho de relance as linhas da minha mão - da mesma forma como o faço agora.
Vejo uma cicatriz na base do polegar, onde me cortei na infância com uma garrafa quebrada. Meu passado está escrito ali.
Mas e o meu futuro?
Examino a minha mão, tentando adivinhar um futuro na sua rede de ranhuras e caminhos.
Eles se mantêm ilegíveis.
E eu retorno ao passado."
Eu coloquei vários trechos para dizer coisas a um amigo. Tópicos que surgiram na nossa ultima conversa. Este é simplesmente para dizer a ele que não acredito em Destino. Ou se acredita em Destino ou em Justiça. Prefiro esse ultimo.
"Inanna falando,
dizendo coisas,
ela sente muito,
os médicos cometem erros,
ela sente muito mesmo,
novos tratamentos a cada dia,
se ela puder fazer alguma coisa,
sente muito de verdade,
e por aí vai,
falando,
mas sem dizer nada.
Somente ruído".
"Estão indo para um lugar mais alto esperar pelo fim do seu mundo."
"Só que eu não acredito no apocalipse.
Acredito na apocatástase.
Acho que esse é o título ideal para o Filme. É uma palavra difícil, e ninguém sabe o que significa, mas, fora isso, é um ótimo nome.
A-po-ca-tás-ta-se.
o significado:
1) Restauração, restabelecimento, restituição;
2) Retorno a um estado ou condição anterior;
3) (Astronomia) Retorno de um astro à sua posição aparente, conclusão de um período de rotação.
Pense a respeito."
Não acredito na Apocatástase. Nada retorna a um "estado ou condição anterior". Na primeira vez que pensei em voz alta (para mim mesmo, sendo honesto) sobre não acreditar na Apocatástase, me apareceu um diálogo entre duas pessoas. Dois amigos. Um homem e uma mulher (certo, vou admitir quem são e contar um segredo meu. Eram Castle e Beckett. Eu assisto isso tem mais de um ano, quando foi ao ar aqui. E gostei muito mesmo. É engraçado e divagando. Mas toda vez que eu gosto assim de um seriado ou filme, ou livro, ou um acontecido na minha realidade, entre um episódio e outro eu paro um pouco e penso como poderia ter sido ou um possivel diálogo que não foi às telas. Da ultima vez que isso me aconteceu, ou da penúltima, foi com O Livro do Cemitério) e ele falava para ela o porque de não acreditar. E ele ia "Não dá pra acontecer isso. Pense comigo. Estamos aqui, sentados. Se eu me inclino por esta mesa e te beijo, mesmo que não significasse nada pra mim ou que não signifique nada pra você e nós nunca mais falemos sobre isso e que isso não mude nada no nosso relacionamento, nunca vai voltar a ser o que era antes. Porque nós sabemos o que aconteceu." Inventei isso tudo. Agora. Não que eu brinco com possiveis realidades que aconteceram, não, isso eu faço. Acredito na MWI, e tenho certeza que há pelo menos uma centena de outros mundos em que eu estou escrevendo uma postagem diferente. Inventei a metáfora agora. Na minha mente deturpada e cansada, ficou legal. No papel site, eu não sei. Tem um mundo em que a Primavera em Paris nem sangrou nem terminou. Tem um que em que ela sangrou por um motivo completamente diferente. Tem um que nunca existiu. E por aí vai. Deixo aqui outras duas recomendações: FlashForward, livro e seriado. Eu amava esse seriado. Há um mundo em que esse seriado não foi cancelado na 1ª temporada, um em que ele nunca foi filmado, outro em que é um remake, outro que Gaiman faz o roteiro de um episódio, outro que Jack Sparrow aparece faz uma belíssima cena de luta de sabres de luz com o Comodoro Norrington (piadinha... Jack Davenport [Norrington] faz um dos papeis principais no seriado, o qual, por acaso, é no livro o protagonista), outro em que... Vocês já entenderam. Em qualquer um dos mundos.
"Eles disseram - os críticos, os resenhistas - que as minhas imagens eram desoladoras. E eu concordei com eles.
Na época eu concordei. Mas agora...
Talvez seja verdade.
Eu não sei. Vivemos em um mundo onde as únicas imagens utópicas são as que aparecem em intervalos comerciais: visões mágicas de um mundo impossivelmente hospitaleiro, povoado de homens, mulheres e crianças dotados de grande beleza, olhos faiscantes...
Onde ninguém morre...
Onde tudo o que é necessário se resume a um produto barato e fácil de encontrar - um pacote de amendoim salgado, ou um novo produto para limpar tapetes -, que trará felicidade imediata em altas concentrações.
Nos meus mundos as pessoas morriam.
E eu achava isso honesto.
Achava que estava sendo honesto.
Achava que estava dizendo a verdade. Achava que..."
"Os seres humanos estão sempre vivendo os seus ultimos dias.
Quanto tempo nós temos?
No máximo cem anos antes que o nosso mundo acabe."
"E eu me pergunto:
Por que estou escrevendo um filme que nunca vou filmar,
criando algo que ninguém vai ver?
O mundo está sempre acabando para alguém.
É uma boa fala.
Eu a coloco na boca do pai da crianla.
Ele diz isso à esposa.
'O mundo está sempre acabando para alguém', ele diz.
Ela está tentando acalmar o bebê, e não o ouve.
Duvido que faria diferença se tivesse ouvido."
"O grande apocalipse não existe. Só uma procissão de pequenos apocalipses."
Em algum momento em Signal to Noise, é afirmado algo como "Não acredito no Apocalipse. Existem diversos apocalipses. Um para cada um de nós.". Não concordo com essa ultima parte. Existem muito mais que apenas um apocalipse pessoal. Não sou a mesma pessoa que acordou esta manhã às 09:13 ou às 09:23 ou algo do tipo de um sábado. E que não era qualquer sábado. Mudei desde então. Não sou a mesma pessoa que almoçou. Ela morreu. Todo mundo muda. Ninguém nunca muda. Eu continuo sendo eu. Tenho a mesma altura, quase o mesmo peso, mesma cor de cabelo. Mesmos gostos. Mas na pior das hipóteses eu estou mais velho. E isso me muda completamente. E não muda nada. E esta postagem está mais louca do quê conversa de um bêbado com um poste, mas precisava tirar isto da mente.
"A parte mais dificil do fim é recomeçar." É. Em todos os níveis. Pensei em fazer uma relação com um trecho de O Livro do Cemitério, mas vou poupar vocês.
"Os apocalipses estão a cada esquina. As palavras significam o que nós queremos que signifiquem."
Está ficando tarde a a postagem está começando a feder de tão longa. Na realidade, acho que o que está fedendo são os cadáveres dos camaradas que tentaram ler a postagem toda e morreram no meio do caminho de velhice. É sério, Matusalém vai postar um comentário dizendo que ele demorou mais tempo lendo esse post do que vivendo antes de ser arrematado ou foi arrebatado, algo do tipo. E foram 969 anos. Saio com a uma sensação de dúvida: disse ou não tudo o que tinha pra dizer? Acho melhor pensar que disse tudo o que era pra dizer hoje.
Tinha uma nota que eu deveria fazer. E eu esqueci.
Uma eu ainda me lembro: o sábado é especial porque é Dois de Julho. Independência da Bahia. Me faz lembrar das aulas de Filosofia com Belzinho... Deus... Faz tempo. Toda uma vida.
Tem uma outra nota: é chato ter que esperar até uma temporada de um seriado querido ir ao ar. A 4ª de... Castle, é claro, não deve começar antes do dia 20/09/2011. Talvez, com sorte, seja no meu aniversário. Ia ser muuuuuuuito bom.
Desejo bons sonhos a vocês, meus amigos...
"But in the end,
It doesn't even matter."
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quarta-feira, 18 de maio de 2011
Inventando Alladim - Neil Gaiman
Hey, pessoas!
Estive levando uns puxões de orelha.
Duas pessoinhas estão reclamando que estou postando pouco.
Enfim, que melhor para pedir desculpas do quê Gaiman?
Lá vai.
Na cama com ele, aquela noite, como toda noite,
sua irmã a seus pés, ela termina a história,
então espera. Sua irmã rapidamente entende
e diz: - Não consigo dormir. Conta outra, por favor?
Scheherazade inspira nervosamente
e começa: - Na distante Pequim
vivia um jovem preguiçoso com sua mãe.
Seu nome? Alladim. Seu pai tinha morrido...
Ela conta como um mágico sombrio chegou,
dizendo ser seu tio, com um plano:
Levou o garoto para um lugar isolado,
deu-lhe um anel que, disse, o protegeria,
jogou-o numa caverna cheia de pedras preciosas,
-Traga-me a lâmpada! - e quando Alladim se recusou,
na escuridão foi abandonado e sepultado...
Pronto.
Alladim preso debaixo da terra,
ela para, seu marido fisgado por mais uma noite.
No dia seguinte
ela cozinha
alimenta os filhos
e sonha...
Sabendo que Alladim está preso,
e que sua história
só lhe deu mais um dia.
O que acontece agora?
Ela gostaria de saber.
É só quando a noite chega
e seu marido diz, como sempre:
-Amanhã cortarei sua cabeça-,
quando Dunyazade, sua irmã, pergunta: -Mas, por favor,
o que houve com Alladim? - só então ela sabe...
E, numa caverna adornada com joias,
Alladim esfrega sua lâmpada. O Gênio surge.
A história prossegue. Alladim conquista
a princesa e um palácio feito de pérolas.
Vejam só, o mago das trevas está voltando:
-Lâmpadas novas pelas velhas- ele canta pela rua.
E depois que Alladim perde tudo,
ela para.
Ele a deixará viver mais uma noite.
Sua irmã e seu marido adormecem.
Acordada, ela olha a escuridão
Vendo mentalmente as variações:
as maneiras de devolver a Alladim seu mundo,
seu palácio, sua princesa, seu todo.
E então ela adormece. O conto precisa de um final,
mas agora ele se desfaz em sonhos em sua mente.
Ela acorda,
Alimenta os filhos
Penteia o cabelo
Vai ao mercado
Compra um pouco de óleo
O vendedor de óleo o derrama para ela,
decantando-o
de um jarro enorme.
Ela pensa:
E se um homem se escondesse aí?
Ela compra também um pouco de sésamo.
Sua irmã diz: - Ele ainda não matou você.
-Ainda não. - Não dita, a frase espera: - Mas matará.
Na cama, ela lhes conta do anel mágico
que Alladim esfrega. O escravo do Anel aparece...
Mágico morto, Alladim salvo, ela para.
Mas se a história acaba, a narradora morre,
sua única esperança é começar outra.
Scheherazade inspeciona seu armazém de palavras,
ideias e sonhos semiprontos, mal cozidos, combinam-se
com jarros capazes de esconder um homem,
e ela pensa: Abre-te, Sésamo, e sorri.
-Ali Babá era um homem direito,
mas era pobre... - ela começa, e já engrenou,
e assim sua vida é salva por mais uma noite,
até que ela o entedie ou a imaginação falte.
Ela não sabe onde ficam as histórias
antes de serem contadas. (Tampouco eu sei.)
Mas quarenta ladrões soa bem, por isso serão quarenta
ladrões. Ela reza para ter ganhado mais um punhado de dias.
Nós nos salvamos de formas bastante improváveis.
E...
É isso.
Me pergunto se há alguma possibilidade de Scheherazade morrer.
Me pergunto se há alguma possibilidade dela fugir.
Me pergunto se há alguma
Não me pergunto nada.
Pensar sobre o que poderia ter ocorrido, as coisas boas que poderiam ter ocorrido, a felicidade que poderia existir é mais desesperador do que simplesmente encarar a realidade.
Estive levando uns puxões de orelha.
Duas pessoinhas estão reclamando que estou postando pouco.
Enfim, que melhor para pedir desculpas do quê Gaiman?
Lá vai.
Inventando Alladim,
Neil Gaiman
Na cama com ele, aquela noite, como toda noite,
sua irmã a seus pés, ela termina a história,
então espera. Sua irmã rapidamente entende
e diz: - Não consigo dormir. Conta outra, por favor?
Scheherazade inspira nervosamente
e começa: - Na distante Pequim
vivia um jovem preguiçoso com sua mãe.
Seu nome? Alladim. Seu pai tinha morrido...
Ela conta como um mágico sombrio chegou,
dizendo ser seu tio, com um plano:
Levou o garoto para um lugar isolado,
deu-lhe um anel que, disse, o protegeria,
jogou-o numa caverna cheia de pedras preciosas,
-Traga-me a lâmpada! - e quando Alladim se recusou,
na escuridão foi abandonado e sepultado...
Pronto.
Alladim preso debaixo da terra,
ela para, seu marido fisgado por mais uma noite.
No dia seguinte
ela cozinha
alimenta os filhos
e sonha...
Sabendo que Alladim está preso,
e que sua história
só lhe deu mais um dia.
O que acontece agora?
Ela gostaria de saber.
É só quando a noite chega
e seu marido diz, como sempre:
-Amanhã cortarei sua cabeça-,
quando Dunyazade, sua irmã, pergunta: -Mas, por favor,
o que houve com Alladim? - só então ela sabe...
E, numa caverna adornada com joias,
Alladim esfrega sua lâmpada. O Gênio surge.
A história prossegue. Alladim conquista
a princesa e um palácio feito de pérolas.
Vejam só, o mago das trevas está voltando:
-Lâmpadas novas pelas velhas- ele canta pela rua.
E depois que Alladim perde tudo,
ela para.
Ele a deixará viver mais uma noite.
Sua irmã e seu marido adormecem.
Acordada, ela olha a escuridão
Vendo mentalmente as variações:
as maneiras de devolver a Alladim seu mundo,
seu palácio, sua princesa, seu todo.
E então ela adormece. O conto precisa de um final,
mas agora ele se desfaz em sonhos em sua mente.
Ela acorda,
Alimenta os filhos
Penteia o cabelo
Vai ao mercado
Compra um pouco de óleo
O vendedor de óleo o derrama para ela,
decantando-o
de um jarro enorme.
Ela pensa:
E se um homem se escondesse aí?
Ela compra também um pouco de sésamo.
Sua irmã diz: - Ele ainda não matou você.
-Ainda não. - Não dita, a frase espera: - Mas matará.
Na cama, ela lhes conta do anel mágico
que Alladim esfrega. O escravo do Anel aparece...
Mágico morto, Alladim salvo, ela para.
Mas se a história acaba, a narradora morre,
sua única esperança é começar outra.
Scheherazade inspeciona seu armazém de palavras,
ideias e sonhos semiprontos, mal cozidos, combinam-se
com jarros capazes de esconder um homem,
e ela pensa: Abre-te, Sésamo, e sorri.
-Ali Babá era um homem direito,
mas era pobre... - ela começa, e já engrenou,
e assim sua vida é salva por mais uma noite,
até que ela o entedie ou a imaginação falte.
Ela não sabe onde ficam as histórias
antes de serem contadas. (Tampouco eu sei.)
Mas quarenta ladrões soa bem, por isso serão quarenta
ladrões. Ela reza para ter ganhado mais um punhado de dias.
Nós nos salvamos de formas bastante improváveis.
E...
É isso.
Me pergunto se há alguma possibilidade de Scheherazade morrer.
Me pergunto se há alguma possibilidade dela fugir.
Me pergunto se há alguma
Não me pergunto nada.
Pensar sobre o que poderia ter ocorrido, as coisas boas que poderiam ter ocorrido, a felicidade que poderia existir é mais desesperador do que simplesmente encarar a realidade.
domingo, 15 de maio de 2011
Retratos de Desespero - Números 6, 7, 9 e 10, fora o 3
Boa noite.
Não tenho um Scanner aqui.
Não tenho como arranjar um também. Vou direto para a postagem.
"E as pessoas perguntam
será que a Desespero se desespera,
será que o Sonho sonha,
será que o (a) Desejo deseja?
É mais simples que isso.
Ele é Sonho.
Ela(e) é Desejo.
Ela é Desespero.
Tire o desespero e nada sobra.
Nada, exceto um quarto vazio,
e um anzol de tamanho e forma
perfeitos para fisgar seu coração.".
"Seu beijo é o oceano profundo.
Seu beijo não é o oceano profundo.
Seu beijo são os céus cinzentos.
Seu beijo é um beco sem saída.
Seu beijo é seu toque, é sua respiração
é seu dedo, é o que resta
quando os risos se encerram.
Seu beijo é o cão negro que segue você na escuridão.
Existe um cão negro sob os céus cinzentos, pelo
beco sem saída, junto ao oceano profundo.
Não é o beijo dela. Aproxime-se..."
"Não foi o fato de se amarem, ou saberem que nunca poderiam estar juntos,
Não foi o fato de acordar com ela morta, enquanto você ainda estava vivo.
Foi a maneira como seus dedos tremeram. Fui um gagejar e o jeito de sua lingua
quando tentou falar. Foi o som das sirenes chegando mais perto.
Foi saber que nunca mais você teria outra chance."
"Desespero se lembra.
É uma recordação peculiar e chata,
na qual as coisas se tornam desoladoras e atadas à escuridão.
Existe alegria aqui,
é claro,
e amor,
e carícias.
A presença que faz
o presente ser absolutamente
insuportável.
"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.
Então, ela olha fixamente o papel,
incapaz de pensar em algo mais.
Por fim, começa a escurecer."
E eu estou experimentando alguns retratos de Desespero.
Já escureceu também.
Não matei ninguém, porém.
Não que eu saiba.
Não tenho um Scanner aqui.
Não tenho como arranjar um também. Vou direto para a postagem.
"E as pessoas perguntam
será que a Desespero se desespera,
será que o Sonho sonha,
será que o (a) Desejo deseja?
É mais simples que isso.
Ele é Sonho.
Ela(e) é Desejo.
Ela é Desespero.
Tire o desespero e nada sobra.
Nada, exceto um quarto vazio,
e um anzol de tamanho e forma
perfeitos para fisgar seu coração.".
"Seu beijo é o oceano profundo.
Seu beijo não é o oceano profundo.
Seu beijo são os céus cinzentos.
Seu beijo é um beco sem saída.
Seu beijo é seu toque, é sua respiração
é seu dedo, é o que resta
quando os risos se encerram.
Seu beijo é o cão negro que segue você na escuridão.
Existe um cão negro sob os céus cinzentos, pelo
beco sem saída, junto ao oceano profundo.
Não é o beijo dela. Aproxime-se..."
"Não foi o fato de se amarem, ou saberem que nunca poderiam estar juntos,
Não foi o vento no beiral da casa vazia, ou o ruido secoTambém não foi o gosto amargo com apenas uma caixa velha de vinho tinto para lavá-lo.
dos remédios dentro da garrafa de vidro marrom.
Não foi o fato de acordar com ela morta, enquanto você ainda estava vivo.
Foi a maneira como seus dedos tremeram. Fui um gagejar e o jeito de sua lingua
quando tentou falar. Foi o som das sirenes chegando mais perto.
Foi saber que nunca mais você teria outra chance."
"Desespero se lembra.
É uma recordação peculiar e chata,
na qual as coisas se tornam desoladoras e atadas à escuridão.
Existe alegria aqui,
é claro,
e amor,
e carícias.
A presença que faz
o presente ser absolutamente
insuportável.
Sem triunfo,
sem amor,
sem alegria,
o trabalho dela seria em vão."
"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.
Então, ela olha fixamente o papel,
incapaz de pensar em algo mais.
Por fim, começa a escurecer."
E eu estou experimentando alguns retratos de Desespero.
Já escureceu também.
Não matei ninguém, porém.
Não que eu saiba.
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quarta-feira, 20 de abril de 2011
Mudam-se os Tempos
Olá, Pessoas!
Como estão?
Espero que esteja tudo ótimo.
Enfim, irei à postagem.
Li este poema do Camões ontem e achei-o lindo. O nome é Mudam-se os Tempos
Como estão?
Espero que esteja tudo ótimo.
Enfim, irei à postagem.
Li este poema do Camões ontem e achei-o lindo. O nome é Mudam-se os Tempos
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,
Muda-se o ser, muda-se a confiança;
Todo o Mundo é composto de mudança,
Tomando sempre novas qualidades.
Continuamente vemos novidades,
Diferentes em tudo da esperança;
Do mal ficam as mágoas na lembrança,
E do bem, se algum houve, as saudades.
O tempo cobre o chão de verde manto,
Que já coberto foi de neve fria,
E em mim converte em choro o doce canto.
E, afora este mudar-se cada dia,
Outra mudança faz de mor espanto:
Que não se muda já como soía.
Eu... Eu não tenho palavras para comentar sobre a singeleza deste incrivel soneto. Deixarei para vocês.
Espero que ele tenha a mesma importância que tem para mim.
Bons sonhos...
Eu... Eu não tenho palavras para comentar sobre a singeleza deste incrivel soneto. Deixarei para vocês.
Espero que ele tenha a mesma importância que tem para mim.
Bons sonhos...
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quinta-feira, 10 de março de 2011
Volta de Viagem...
Boa noite, meus amigos e amigas.
♠ Como vão vocês? Faço esta postagem como uma espécie de desculpas por não haver postado nos ultimos dias, e destrincho as minhas ações como justificativa. E também (principalmente) porque faço hoje à noite reflexões sobre o porque de Amar é Para Todos e sobre a Querida Liese*, e acho que é bom ter alguem com quem conversar sobre isto. No fundo, este post é muito mais sobre música do que qualquer outra coisa.
♠ Muita coisa pode ter mudado nos ultimos dias, eu espero que as mudanças na vida de vocês tenha sido para melhor.
♠ Pois bem, eu voltei de viagem, e o saldo foi bem positivo, embora o saldo em conta corrente esteja muito próximo do negativo.
♣ Tirei muitas fotos, vi animais incriveis, vi o voo de um flamingo. É uma das coisas mais belas que já vi. Arranjei ainda uma pena de arara e duas de flamingo.
♣ Comprei algumas coisas para mim, algumas lembranças para amigos. Nada demais. E uma das compras que mais me alegrou foi um xadrez, provavelmente feito à mão, comprado em uma cidadezinha chamada Punto do Iguazu, salvo engano. Há engano, depois eu descubro o nome.
♣ Me "apaixonei" três vezes. Provavelmente a palavra real é me "encantei", e faço aqui um aposto para falar sobre isto, e não irá se repetir. A razão para este aposto é que há poucos dias conversei com uma amiga sobre paixonites, e elas também me divertem.
♦ Uma das moças era uma jovem brasileira, acredito que de São Paulo, por quem passei no Parque das Aves. Lembrava bastante a linda Pauley Perrette, e a paixonite passou cerca de duas horas depois, quando peguei a pena da arara.
♦ A segunda foi uma também jovem, também brasileira, cujo nome eu conheço. Passou também depois de pouco tempo, acredito que tenha sido depois de ouvir que meu irmão que quatro meses completa hoje, já está engatinhando.
♦ A ultima foi uma bela mulher, de cerca de trinta anos, argentina, ruiva. A vi por dois momentos, ambos no Parque das Nacional das Águas argentino. E isto me divertiu um pouco enquanto durou, que neste caso seria após andar um bocado até o Salto Adan y Eva.
♠ E agora me retiro deste entorpecimento pueril e volto à minha usual atitude. Me pergunto o que me está fazendo encantar por tantas moças nos ultimos tempos, sendo que foram quatro num espaço de um mês. Me pergunto porque existem as paixões. Me pergunto o porque do amor. E se o Amor é Para Todos?
♠ Eu me lembro que há alguns dias descobri o que é dialética, mas achei estranho. E eu não faço ideia do porque de ter comentado sobre isto. E agora concluirei minha postagem, pois Coraline me aguarda. E ela está segurando uma vela, me convocando. Bons sonhos.
* Esclarecimento: Liebe Ist Für Alle Da é um cd do Rammstein, com músicas belissimas e músicas que eu acho que pode-se classificar como excepcionalmente sinistras [muitas vezes os dois] e Liese é uma música que foi de bônus para quem comprou a edição de colecionador. É uma das belas e sinistras. Não recomendo a leitura da letra de Liese, apenas que escutem. Já a de Roter Sand, cuja melodia é compartilhada com Liese, tudo bem. Agora, vou-me. Estou esperando o Ultimo Voo do Flamingo.
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Apresentação de dois novos membros:
Bom dia, pessoal!
♠ Te(re)mos mais dois membros na equipe: um é o Camarada Caio e o outro é o Sahge.
♠ Caio é um camarada que conheço há tempo, e busca o revisionismo histórico sobre temas polêmicos. A maior parte de suas postagens é sobre temas polêmicos, como Segunda Guerra Mundial. Ele busca (um)a verdade e foi convidado a juntar-se a nós. Sei que às vezes, este tipo de atitude pode vir a ser difícil, mas minhas citações sobre ele são:
♠ Sahge é um Harlequin/Pierrot sonhador... E eu passei muito tempo procurando por esta palavra. Ele busca o mesmo que eu. Ainda não sei exatamente sobre o quê ele irá postar aqui, mas posso-lhes garantir que é tudo de ótima qualidade. Dou minha palavra de Harlequin, que apesar de não valer um tostão furado, é sempre impressionante. Aqui está o blog atual dele. E me pergunto: o que dizer sobre ele? O que dizer sobre mim mesmo, porque, sem dúvida, somos muito parecidos? Só há uma citação que ache apropriada:
♠ Daremos as nossas boas vindas a ambos, não?
♠ Te(re)mos mais dois membros na equipe: um é o Camarada Caio e o outro é o Sahge.
♠ Caio é um camarada que conheço há tempo, e busca o revisionismo histórico sobre temas polêmicos. A maior parte de suas postagens é sobre temas polêmicos, como Segunda Guerra Mundial. Ele busca (um)a verdade e foi convidado a juntar-se a nós. Sei que às vezes, este tipo de atitude pode vir a ser difícil, mas minhas citações sobre ele são:
♣ Voltaire: "Posso não concordar com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o vosso direito de dizê-la." Liberdade de expressão é um direito assegurado por Lei e peço-lhes que, caso se sintam incomodados com as postagens dele, pulem-nas.
♣ Eugène Lonesco: Ideologias nos separam, sonhos e aflição nos unem.
♠ Sahge é um Harlequin/Pierrot sonhador... E eu passei muito tempo procurando por esta palavra. Ele busca o mesmo que eu. Ainda não sei exatamente sobre o quê ele irá postar aqui, mas posso-lhes garantir que é tudo de ótima qualidade. Dou minha palavra de Harlequin, que apesar de não valer um tostão furado, é sempre impressionante. Aqui está o blog atual dele. E me pergunto: o que dizer sobre ele? O que dizer sobre mim mesmo, porque, sem dúvida, somos muito parecidos? Só há uma citação que ache apropriada:
♣ A questão que às vezes me deixa louco; Louco sou eu ou são os outros?
♠ Daremos as nossas boas vindas a ambos, não?
♠ Até breve, senhoras e senhores. E não se esqueçam:
Bons sonhos.
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Um curto comentário
Abismos e Monstros
Boa madrugada!
♠ Como vão desde o ultimo post?
♠ Duas coisas devo comentar antes do post:
♣ No post anterior, cometi um erro. O nome do personagem de The Pretender é Sydney, não Sidney. (tenho principios de TOC, não me olhe assim!).
♣ A segunda coisa é... No post intitulado Passagem de Lugar Nenhum com "As Fúrias", eu falei mais do que devia, e agora estou, nas palavras de um sábio que certa vez conheci "numa sinuca de bico". Há duas frases igualmente memoráveis que no momento me esqueci, e são as seguintes: "Em boca fechada não entra mosca" e "Quem come e guarda, come duas vezes".
♠ Agora, lá vou eu:
♠ Lembrei mais cedo de um de meus seriados preferidos, Criminal Minds, e uma de suas mais belas citações.
♠ Nietzsche:
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."
♠ Me lembrei de Os Outros. Me lembrei de uma música de Fleet Foxes cujo nome eu não me lembro, mas que já apareceu aqui antes. Me lembrei de quando eu era jovem e tolo, e tinha tempo e mais escolhas. E percebi que o abismo mais uma vez começava a me encarar. E esta frase é muito bela (nos dois sentidos). Me fez refletir sobre o Determinismo e o Possibilismo. Se somos o produto do meio, fruto de nossas companhias, amizades, escolhas ou se somos tudo isto, mas podemos alterar tanto ao meio quanto a nós mesmos.
♠ E lembrei de uma outra citação que não tem realmente relação com o assunto, mas que passa e passa pela minha mente:
Um homem saudável não tortura os outros.
♠ Como vão desde o ultimo post?
♠ Duas coisas devo comentar antes do post:
♣ No post anterior, cometi um erro. O nome do personagem de The Pretender é Sydney, não Sidney. (tenho principios de TOC, não me olhe assim!).
♣ A segunda coisa é... No post intitulado Passagem de Lugar Nenhum com "As Fúrias", eu falei mais do que devia, e agora estou, nas palavras de um sábio que certa vez conheci "numa sinuca de bico". Há duas frases igualmente memoráveis que no momento me esqueci, e são as seguintes: "Em boca fechada não entra mosca" e "Quem come e guarda, come duas vezes".
♠ Agora, lá vou eu:
♠ Lembrei mais cedo de um de meus seriados preferidos, Criminal Minds, e uma de suas mais belas citações.
♠ Nietzsche:
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."
♠ Me lembrei de Os Outros. Me lembrei de uma música de Fleet Foxes cujo nome eu não me lembro, mas que já apareceu aqui antes. Me lembrei de quando eu era jovem e tolo, e tinha tempo e mais escolhas. E percebi que o abismo mais uma vez começava a me encarar. E esta frase é muito bela (nos dois sentidos). Me fez refletir sobre o Determinismo e o Possibilismo. Se somos o produto do meio, fruto de nossas companhias, amizades, escolhas ou se somos tudo isto, mas podemos alterar tanto ao meio quanto a nós mesmos.
♠ E lembrei de uma outra citação que não tem realmente relação com o assunto, mas que passa e passa pela minha mente:
Um homem saudável não tortura os outros.Em geral, é o torturado que se torna o torturador.(Carl Jung)
♠ E acredito que seja por aqui que eu fique esta noite. Já são duas da manhã (horário real, não o de verão), eu estou meio cansado e um amigo meu com que estou conversando há talvez quatro horas acabou de colocar "Fala que eu te escuto" em volume alto. Isto é suficiente para fazer qualquer um ir dormir.
Bons sonhos a todos! Que eles se realizem!
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Virando Wodwo - Neil Gaiman
♠ Esta é a minha última postagem do ano. Espero terminá-la a tempo.
Virando Wodwo
Despir minha camisa, meu livro, meu casaco, minha vida
Deixá-los, cascas vazias e folhas secas
Ir em busca de comida e de uma nascente
De água fresca.
Encontrarei uma árvore tão grossa quanto dez homens gordos
Água cristalina correndo entre suas raízes cinzentas
Bagos encontrarei, maçãs selvagens e nozes,
E chamarei tudo de lar.
Direi ao vento meu nome, e a mais ninguém.
A verdadeira loucura nos toma ou nos deixa na floresta
na metade da vida de todos nós. Minha pele será
meu rosto agora.
Eu devo ser doido. Deixando a razão com os sapatos e a casa,
meu estômago dói. Cambalearei através do verde
rumo a minhas raízes, e folhas e espinhos e botões,
e tremerei.
Abandonarei as palavras para andar no mato
Serei o homem da floresta, saudarei o sol,
E sentirei o silêncio brotar na minha lingua
como linguagem.
♠ Análise... É um homem (quero dizer ser humano) (ele me lembra um pouco Richard Mayhew de Lugar Nenhum) que se cansa da vida de... humano e abandona tudo para ser um Wodwo (ou Wodwose, protetor das florestas). E não há muito mais para se dizer, o poema fala por si. O eu-lírico (deve ter alguns meses que não uso esta palavra) deixa tudo que ele tinha como sagrado para tentar ser feliz. Ele escolhe a felicidade da floresta, longe do Ser Humano, em contato apenas com seres que não desejam mal uns aos outros. Não é uma má troca. Vocês a fariam?
♠ Pois bem, estou cansado, tenho alguma fome e é ano novo em cinco minutos. Vou-me agora. Até o ano que vem.
♠ Bons sonhos, bom ano novo e boa vida a todos.
P.S.: a hora de publicação estará como 00:5equalquercoisa, mas continuo me referindo como 23:5emuitos porque o Brasil está em horário de verão, mas o Norte-Nordeste não. Bem, lá vai... Boa noite, bons sonhos. Que Sandman e todos os Perpétuos lhe abençoem.
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Verso
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
A Câmara Secreta - Neil Gaiman
Olá a todos que ainda passam por aqui.
♠ Passamos muito tempo afastados, e sei que isso é em grande parte, minha culpa.
♠ Para que possam me desculpar, irei postar A Câmara Secreta, de Neil Gaiman. Sage, esta é para você:
A Câmara Secreta
Não tema os fantasmas desta casa; eles são a menor de suas preocupações.
Pessoalmente, acho os barulhos que eles fazem reconfortantes,
os rangidos e passos no meio da noite,
seus truquezinhos de esconder coisas, ou tirá-las do lugar, acho
meigos, não pertuquietantes. Fazem o lugar se parecer muito mais com um lar.
Habitado.
À parte os fantasmas, nada vive aqui por muito tempo. Nem gatos,
nem ratos, nem moscas, nem sonhos, nem morcegos. Dois dias atrás
vi uma borboleta,
uma monarca, acho, que dançava de quarto em quarto
e pousava nas paredes e esperava perto de mim.
Não há flores nesta casa vazia,
e, temendo que a borboleta morresse de fome, forcei uma janela até escancará-la,
fiz minhas duas mãos em copas em torno do seu ser farfalhante,
e, sentindo suas asas beijando-me as palmas tão suavemente,
a pus para fora, e a vi voar para longe.
Tenho pouca paciência com as estações aqui, mas
a sua chegada aliviou o frio deste inverno.
Por favor, ande por aí. Explore quanto quiser.
Rompi com a tradição em alguns pontos. Se há
um cômodo trancado aqui, você jamais saberá. Não vai encontrar
velhos ossos ou cabelos na lareira do porão. Não encontrará sangue.
Olhe:
só ferramentas, uma máquina de lavar, uma secadora, um aquecedor
de água e um molho de chaves.
Nada que possa alarmar você. Nada sombrio.
Posso ser carrancudo, talvez, mas apenas tão carrancudo
como qualquer um que tenha sofrido o que sofri. Infortúnio,
descuido ou dor, o que importa é a perda. Você verá
a mágoa perdurar em meus olhos, e sonhará
pelos corredores desta casa. Trazendo um pouco de verão
no seu olhar, e com seu sorriso
Enquanto estiver aqui, é claro, você ouvirá os fantasmas, sempre no quarto ao lado,
e pode acordar ao meu lado à noite,
sabendo que há um espaço sem porta
sabendo que há um lugar que está trancado mas que não está lá. Ouvindo-os
lutar, gemer, bater, pisar.
Se você for sábia, correrá para a noite, farfalhando para o ar frio
vestindo, talvez, a camisola mais rendada. Os seixos duros da estrada
farão seus pés sangrarem enquanto corre,
portanto, se eu quisesse, poderia segui-la,
saboreando o sangue e os oceanos de suas lágrimas. Em vez disso, esperarei,
aqui, no meu lugar particular, e logo porei
uma vela
na janela, amor, para guiá-la na volta.
O mundo farfalha feito insetos. Acho que é assim que hei de me lembrar de você,
minha cabeça entre as saliências brancas de seus seios,
ouvindo as câmaras do seu coração.
♠ Eu ainda não tenho certeza se entendi este poema. Amanhã posto minha análise.
♠ Tenham uma boa noite, bons sonhos e um feliz ano novo.
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Teorias sobre o Medo
♠ "O Medo está apenas na mente, mas nos toma a todo, todo momento".
Evanescence
♠ Ora, temos medo a todo momento, das coisas mais bobas.
♠ E todas as pessoas tem medo.
♠ Algumas tem medo de altura, de cachorros, de escuro.
♠ Todo medo é irracional, e, como cantou Amy Lee, "está apenas na mente".
♠ Um velho ditado baiano diz "Quem tem...", bem, passo o ditado.
♠ Tenho alguns medos. Na verdade muitos. Medo de gente... Medo de mim. Medo do que posso fazer às pessoas.
♠ Ao iniciar esta postagem, pensei que escreveria muito mais. Só que mudei de ideia. Mudei para o Arrependimento.
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Um curto comentário
domingo, 31 de janeiro de 2010
Apresentação - Marte, o Início do novo Mundo
"A Galáxia é o paraíso cheio de vidas.
Rhodes:

Nela, em volta de diversos planetas e asteróides, remaremos diretamente para Marte, o planeta conhecido por ser palco da maior batalha entre a humanidade de toda a galáxia: Capitalismo (Estados Unidos) e Comunismo (União Soviética)."
Estamos no Futuro. Estamos no ano 3000.
Há 1.009 anos atrás, exatamente no ano 1991, o historiador Hepróx definia eternamente a extinção da União Soviética. Mas a vida nos revelou ao contrário: o Comunismo voltara a existir no ano 2411, após uma forte crise do sistema capitalista da Rússia até então.
Marte, o planeta que passou a ser explorado e dominado pelos soviéticos foi o motivo que levaram os americanos a invadirem o planeta e capturassem o poder das mãos dos soviéticos.
Foi o suficiente para iniciar a sexta e última Guerra Mundial, por descuido da humanidade, o planeta Terra já dominado pelos americanos e seus aliados se viu dividir ao meio após o colapso da gigante bomba atômica, permitindo assim que as lavas vulcânicas do centro do planeta pudessem entrar em ação e devorar toda a natureza.
Não havia mais nada o que fazer, o mundo já tinha virado um armazén de lixo atômico e o planeta Terra, sem mais poder receber as luzes do Sol, voltara ao ínicio da Era Glaciar.
Os soviéticos e alguns americanos foram únicos sobreviventes.
Anos depois, a grande massa de população da União Soviética vazou por desidratação e fome azeda, matando quase todas as vidas humanas em Marte, únicas vidas restantes da Galáxia.
As últimas cidades em vida que restam nesta Galaxia do ano 3000:
Atlanta:
Mercúrio:

Chernobyl:
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Palavras, Imagens ou Olhares...?
♠ O tempo ouço pessoas dizendo "Uma imagem vale mais do que mil palavras!".
♠ Ora, eu sou um poeta, nós poetas sabemos o efeito positivo ou negativo que as palavras podem ter nas pessoas.
♠ As palavras encantam e destróem, apaixonam e quebram relacionamentos, enaltecem e poem na lama, fazem um sorriso aparecer ao dizer "Eu te amo" e fazem Lágrimas rolarem ao dizer "Me esqueça".
♠ As palavras abalam o Mundo! Os maiores governantes de todos os tempos [todos eles] tinham na Retórica seu campo de ação. E Retórica é uns 95% Palavra.
♠ Logo, eu acho esta expressão muito erronea.
♠ Mas aí chega o que minha melhor amiga e mentora me disse certa vez "Uma imagem pode valer mais do que mil palavras, pois o que tem de palavra ruim por aí não é pouco". E aí eu entendi.
♠ Ela estava certa, se a Imagem for boa, as palavras ruins podem ser suplantadas.
♠ Mas... E os olhares?
♠ Olhares são Imagens também, não são?
♠ Mas transmitem mil palavras.
♠ Dizem "Eu te adoro!", "Se prepare.", "Vamos sair mais tarde?", "Hoje eu não estou bom pra nada" e por aí vai.
♠ Mas ainda assim, as palavras tem valor maior.
♠ Para você interpretar um Olhar ou uma Imagem você precisa saber das palavras. Interpretação.
♠ E Interpretação vem das Palavras.
♠ "1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.
2 Ele estava no princípio junto de Deus.
3 Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito.
4 Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens."
♠ As palavras são a Alma do Mundo. Não se esqueçam delas.
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