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domingo, 21 de agosto de 2011

Sobre Rodas, Ameixas e Jardins

Um prelúdio roubado de... Claro, Neil Gaiman.
"A Roda de Íxion de assombro para.
Os abutres cruéis não mordem Tício.
A fugaz linfa Tântalo não corre."
Boa noite, pessoas. Ou monstros do Id. Ou Krellianos (duas referências a Planeta Proibido, esse filme é supercalifragilisticoespialidoso). Ou quem quer que esteja aí.

Hoje eu fiz uma maratona Sandman.

Li um pouco dos tomos e comecei a pensar sobre... Bem, sobre. E a minha conclusão é que

"Hoje a morte está diante de mim:
como a recuperação de um doente,
como caminhar em um jardim após a doença.


Hoje a morte está diante de mim:
como o odor da mirra,
como sentar sobre uma vela com bons ventos.


Hoje a morte está diante de mim:
como o curso de um riacho,
como o retorno de um homem, da guerra para a sua casa.


Hoje a morte está diante de mim:
como o lar que o homem anseia ver,
depois de anos aprisionado."



Lembrei de alguns acontecimentos que passaram há pouco e há muito tempo. E...

"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.

Então, ela olha fixamente para o papel,
incapaz de pensar em algo mais.




Por fim, começa a escurecer."



Senti a falta de vocês.
Muita.

E pensei um bom tempo sobre como iria encerrar a postagem. Eu já sei como.
Com Johnny Cash.
Hurt. Infelizmente o dono do vídeo não permitiu a incorporação...

"If I could start again...
A million miles away..."
http://www.youtube.com/watch?v=WWE8zCzPJYk

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Virando Wodwo - Neil Gaiman

Esta é a minha última postagem do ano. Espero terminá-la a tempo.
Virando Wodwo
Despir minha camisa, meu livro, meu casaco, minha vida
Deixá-los, cascas vazias e folhas secas
Ir em busca de comida e de uma nascente
De água fresca.
Encontrarei uma árvore tão grossa quanto dez homens gordos
Água cristalina correndo entre suas raízes cinzentas
Bagos encontrarei, maçãs selvagens e nozes,
E chamarei tudo de lar.
Direi ao vento meu nome, e a mais ninguém.
A verdadeira loucura nos toma ou nos deixa na floresta
na metade da vida de todos nós. Minha pele será
meu rosto agora.
Eu devo ser doido. Deixando a razão com os sapatos e a casa,
meu estômago dói. Cambalearei através do verde
rumo a minhas raízes, e folhas e espinhos e botões,
e tremerei.
Abandonarei as palavras para andar no mato
Serei o homem da floresta, saudarei o sol,
E sentirei o silêncio brotar na minha lingua
como linguagem.
Análise... É um homem (quero dizer ser humano) (ele me lembra um pouco Richard Mayhew de Lugar Nenhum) que se cansa da vida de... humano e abandona tudo para ser um Wodwo (ou Wodwose, protetor das florestas). E não há muito mais para se dizer, o poema fala por si. O eu-lírico (deve ter alguns meses que não uso esta palavra) deixa tudo que ele tinha como sagrado para tentar ser feliz. Ele escolhe a felicidade da floresta, longe do Ser Humano, em contato apenas com seres que não desejam mal uns aos outros. Não é uma má troca. Vocês a fariam?
Pois bem, estou cansado, tenho alguma fome e é ano novo em cinco minutos. Vou-me agora. Até o ano que vem.
Bons sonhos, bom ano novo e boa vida a todos.
P.S.: a hora de publicação estará como 00:5equalquercoisa, mas continuo me referindo como 23:5emuitos porque o Brasil está em horário de verão, mas o Norte-Nordeste não. Bem, lá vai... Boa noite, bons sonhos. Que Sandman e todos os Perpétuos lhe abençoem.

A Dança Das Fadas - Neil Gaiman

Boa noite a todos.
Estava pensando se postaria alguma coisa no dia do ano novo e pensei... Pra quê melhor? Neil Gaiman!
Talvez poste mais um poema depois deste, mas devo avisar: descumprirei minha promessa da análise de A Câmara Secreta, ao menos no futuro próximo.
Boa leitura.
A Dança Das Fadas
Se eu fosse jovem e o sonho e a morte
fossem distantes como então,
Não partiria minh'alma ao meio,
guardando dela aqui um quinhão
Que tentaria o mundo das fadas
alcançar, mas sempre em vão
Enquanto a outra parte dela
andasse pela escuridão
Até curvar-se e dar três beijos
numa bela fada de maio
Que águias do céu arrancaria, com elas
pregando-me a um raio
E se meu coração fugisse dela,
se se desvencilhasse dela,
Num ninho de estrelas envolto
a fada ainda o traria com ela
Até que dele se cansasse,
quando enfarada o deixaria
Num rio de fogo onde meninos
o acabariam roubando um dia,
O iriam pegar, dele abusar,
puxando-o, deixando-o fino,
Partindo-o em quatro fios
p'ra encordoar algum violino.
E todo dia e toda noite
tocariam nele um madrigal
Que todos poria p'ra dançar
de tão estranho e sensual,
E o público rodopiaria,
saltitaria, cantaria em coro
Até que, com o olhar em brasa,
desabaria em rodas de ouro....
Mas isso foi há sessenta anos,
e jovem eu já não mais sou:
Para tocar além do sol
meu coração já alçou voo.
Com mente e olhar cheios de inveja,
admiro as almas isoladas
Que tal vento lunar não sentem,
alheias à Dança das Fadas,
Que não seduzem que não as ouve,
quem não se atreve a ser tão forte.
Quando eu era jovem, eu era um tolo. Então
me envolvam em sonho e morte.
Ok. Faltam quarenta (e um) minutos para o Ano Novo aqui na Bahia. Isso me dá mais uns dez minutos para terminar esta postagem e mais meia hora para fazer a próxima.
Certo, certo, a análise.
Considero este um dos melhores poemas do livro e possivelmente um dos melhores do Neil (ainda não é melhor que A Paixão do Arlequim, mas...). Este belo poema fala sobre um senhor que está se lembrando de sua juventude (ao menos é o que me parece). Ele então discorre sobre suas peripécias de jovem e tolo. Sobre como ele se apaixonou por uma fada, sobre como se amarrou a uma águia, como divertiu jovens na Grande Noite (não me pergunte o que quero dizer com isso, ainda não tenho certeza).
Então, ele acorda, e percebe que tudo aquilo já passou, e ele é apenas um velho. Gosto de pensar que ele se volta para o "sonho e a morte" como Morpheus fez: uma espécie de constatação da realidade: está na hora de mudar. Espero que quando chegue a minha hora, eu possa fazer esta constatação com tanta elegância assim.
Provavelmente estou falando baboseiras, estou meio cansado, estou triste, estou com borboletas no estômago. Estou também com vergonha e há séculos eu não analiso um poema. E, como sempre, estou analisando este poema com base em como me sinto.
Bons sonhos a todos.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

A Câmara Secreta - Neil Gaiman

Olá a todos que ainda passam por aqui.
Passamos muito tempo afastados, e sei que isso é em grande parte, minha culpa.
Para que possam me desculpar, irei postar A Câmara Secreta, de Neil Gaiman. Sage, esta é para você:
A Câmara Secreta
Não tema os fantasmas desta casa; eles são a menor de suas preocupações.
Pessoalmente, acho os barulhos que eles fazem reconfortantes,
os rangidos e passos no meio da noite,
seus truquezinhos de esconder coisas, ou tirá-las do lugar, acho
meigos, não pertuquietantes. Fazem o lugar se parecer muito mais com um lar.
Habitado.
À parte os fantasmas, nada vive aqui por muito tempo. Nem gatos,
nem ratos, nem moscas, nem sonhos, nem morcegos. Dois dias atrás
vi uma borboleta,
uma monarca, acho, que dançava de quarto em quarto
e pousava nas paredes e esperava perto de mim.
Não há flores nesta casa vazia,
e, temendo que a borboleta morresse de fome, forcei uma janela até escancará-la,
fiz minhas duas mãos em copas em torno do seu ser farfalhante,
e, sentindo suas asas beijando-me as palmas tão suavemente,
a pus para fora, e a vi voar para longe.
Tenho pouca paciência com as estações aqui, mas
a sua chegada aliviou o frio deste inverno.
Por favor, ande por aí. Explore quanto quiser.
Rompi com a tradição em alguns pontos. Se há
um cômodo trancado aqui, você jamais saberá. Não vai encontrar
velhos ossos ou cabelos na lareira do porão. Não encontrará sangue.
Olhe:
só ferramentas, uma máquina de lavar, uma secadora, um aquecedor
de água e um molho de chaves.
Nada que possa alarmar você. Nada sombrio.
Posso ser carrancudo, talvez, mas apenas tão carrancudo
como qualquer um que tenha sofrido o que sofri. Infortúnio,
descuido ou dor, o que importa é a perda. Você verá
a mágoa perdurar em meus olhos, e sonhará
pelos corredores desta casa. Trazendo um pouco de verão
no seu olhar, e com seu sorriso
Enquanto estiver aqui, é claro, você ouvirá os fantasmas, sempre no quarto ao lado,
e pode acordar ao meu lado à noite,
sabendo que há um espaço sem porta
sabendo que há um lugar que está trancado mas que não está lá. Ouvindo-os
lutar, gemer, bater, pisar.
Se você for sábia, correrá para a noite, farfalhando para o ar frio
vestindo, talvez, a camisola mais rendada. Os seixos duros da estrada
farão seus pés sangrarem enquanto corre,
portanto, se eu quisesse, poderia segui-la,
saboreando o sangue e os oceanos de suas lágrimas. Em vez disso, esperarei,
aqui, no meu lugar particular, e logo porei
uma vela
na janela, amor, para guiá-la na volta.
O mundo farfalha feito insetos. Acho que é assim que hei de me lembrar de você,
minha cabeça entre as saliências brancas de seus seios,
ouvindo as câmaras do seu coração.
Eu ainda não tenho certeza se entendi este poema. Amanhã posto minha análise.
Tenham uma boa noite, bons sonhos e um feliz ano novo.

domingo, 15 de novembro de 2009

♠ Sem Você...

"Esta música não é pros que tiveram o coração partido...". Ao contrário do que Bon Jovi diz, esta música, apesar de ser de uma banda metaleira [não vejo nada de mal nisso], esta música é pros que tiveram o coração partido. Esta música fala sobre Saudade e Paixão. Vou analizá-la com vocês: Eu irei para onde há árvores abertas Lá é onde eu a vi pela última vez Mas o entardecer lança um pano sobre os campos E nos caminhos por trás do fim da floresta E isso faz das árvores tão negras e vazias Dói-me, oh dói-me E os passáros não cantam mais O Eu-Lírico está dizendo boa noite para sua amada. Boa noite no mau sentido da expressão: "Adeus". Pode ser adeus ou até logo. Till Lindemann [Untill?] está deixando de ver as cores do mundo, de ouvir as melódias e simplesmente tenta se aproximar de todas as coisas que fazem lembrar sua amada. Sei como é isso de olhar as coisas que lembram a sua paixão: todas as vezes que passo por um lugar, faço a volta toda, só para olhar o lugar onde eu e minha nova paixão nos beijamos pela primeira vez. Sem você eu não existo Sem você Com você eu estou sozinho Sem você Sem você eu conto as horas Sem você Com você os segundos não valem Sem você Ah, se você não estiver com sua paixão você vai sofrer, o tempo não vai passar e você não vai conseguir pensar. Estando com ela o tempo voa! Nos galhos, nos fossos Está tudo quieto e tão sem vida E minha respiração está tão pesada Dói-me, oh dói-me E os pássaros não cantam mais Saudade é uma coisa horrível! Você fica triste, depressivo e com uma sensação de que o tempo não passa! Você não consegue respirar, as feridas são profundas e as alegrias são transformadas em tristeza. Sem você eu não existo Sem você Com você eu estou sozinho Sem você Sem você eu conto as horas Sem você Com você os segundos não valem Sem você Você fica vazio, tudo é tão triste... Tão escuro e sombrio... Sem você E minha respiração está tão pesada dói-me, oh dói-me E os pássaros não cantam mais A respiração não sai. Não dá para conviver consigo mesmo. Tarefa simplesmente impossível. Sem você eu não existo Sem você Com você eu estou sozinho Sem você Sem você eu conto as horas Sem você Com você os segundos não valem Sem você Sem você (4x) Sabe qual o pior disso tudo? Que apesar de ser uma coisa tão ruim estar apaixonado, eu gosto. A saudade aflige os amantes o tempo todo, a paixão doi, você fica sem apetite... Resumindo: eu fico na fossa. E eu gosto disso. Eu adoro estar apaixonado, mesmo sabendo de tudo que acarreta isto. E agora eu estou apaixonado. Apaixone-se. Viva la vie!

terça-feira, 6 de outubro de 2009

My Immortal...

Evanescence é ótimo. É meio sinistro, mas simplesmente ótimo. E a Amy Lee... Ela tem uma voz linda e profunda. A maquiagem é gótica, sombria e misteriosa, mas... Linda. Este é um bom jeito de se definir a melódia de My Immortal: Linda e profunda. É uma história de Amor e Dor. Nossa heroína sente uma dor inefável após a perda de alguém. Pode ser alguém amado que se foi, pode ser um filho, pode ser uma irmã. Segundo alguns comentários que li (e que não foram confirmados), esta música pode ter relação com a morte da irmã da Amy Lee. Todas as pessoas que já amaram platônicamente podem se identificar com esta música. Todas as pessoas que já perderam alguém que amaram podem se identificar com esta música. Todas as pessoas que já sofreram por alguém querido que está doente podem se identificar com esta música. Vou tomar como base alguém apaixonado para escrever a maior parte deste comentário. É mais fácil, embora não queira dizer que eu pertença a este grupo. É mais teórico. Depois irei pegar o fio de sofrimento por alguém que está doente. "Estou tão cansada de estar aqui Reprimida por todos os meus medos infantis E se você tiver que ir, Eu desejo que você vá logo Porque sua presença ainda permanece aqui E isso não vai me deixar em paz" "É uma delícia estar apaixonado, mas é horrível não ser correspondido. Isso vai acontecer na vida de todo mundo várias vezes, apesar de pensarmos quando estamos sofrendo que vai ser a última". Estas palavras são da melhor escritora que conheço atualmente, apesar de ela não gostar do que escreve. No fundo, todos os nossos medos são infantís. Você tem medo de algo que não consegue entender ou compreender. E não acho que minha interpretação deste verso esteja boa. Quando você se apaixona e não é correspondido, uma hora você irá se curar. Mas enquanto você não se cura, a Dor é uma personalidade própria, com nome, sobrenome e meia vida (muito longa, por sinal). Você fica desejando que seus sentimentos vão embora. E eles irão. E, no final, você perceberá que o vazio que você sente é pior do que a alternativa. A presença dela(e) continua nos seus pensamentos, te torturando. "Essas feridas parecem não querer cicatrizar Essa dor é muito real Isso é simplesmente muito mais do que o tempo não pode apagar" A dor é extremamente aguda! Como disse minha amiga "quando sofremos, pensamos que vai ser a última". Ora, "há muito que o tempo não pode apagar". Shakespeare disse justamente o contrário, num texto maravilhoso. Mas eu acho (e estou acompanhado por algumas pessoas) que há muito que o tempo não pode apagar. A dor de se perder alguém é uma dessas. "Quando você chorou eu enxuguei todas as suas lágrimas Quando você gritou eu lutei contra todos os seus medos Eu segurei a sua mão por todos esses anos Mas você ainda tem tudo de mim" Uma pessoa que ama se sente tentada a sofrer por seu amor. Se ele tem algum mal, sofre duas vezes, pois sente o que a outra sente e por não poder fazer algo para melhorar. "Você ainda tem tudo de mim". Quando se dá adeus a alguém, não se pode deixar tudo ir embora tão rápido. É impossivel. Um amigo meu, outro dia me perguntou "Ei, Castro, você ainda tá nessa?", ao que eu respondi "Cara, eu gostaria que pudesse ser tão simples assim. O frio que se passa não sai tão facilmente assim.". Metade disto é verdade. A outra metade é um pouco de prosa. "Você costumava me cativar Pela sua luz ressonante Agora eu estou limitada pela vida que você deixou para trás Seu rosto assombra Todos os meus sonhos, que já foram agradáveis Sua voz expulsou Toda a sanidade em mim" Aqui, Amy Lee já está se curando do "mal" que é o Amor Platônico. A pessoa amada começa a perder o encanto que tinha. Os sonhos que tivemos com ela(e) se tornam assombrosos, a voz começa a não ter mais tanta força em nossos corações. "Eu tentei com todas as forças dizer a mim mesma que você se foi Mas embora você ainda esteja comigo Eu tenho estado sozinha todo esse tempo". O fim de tudo. A pessoa vai embora e tudo o que continua é um pouco de dor reincidente. Agora, vou contar um segredinho: há umas duas semanas (dia 26/09/2009) uma pessoa que adoro ficou doente. Sofri muito por conta disto. A música também fez sentido para mim naquele momento. Ok, agora deixarei vocês. Todos os românticos, platônicos, amantes, pessoas no luto e sofredores em geral, saibam que não estão sozinhos. Se cuidem! Ouçam Evanescence! P.S.: este post marca o início da divulgação do Blog e de uma parceiria (no caso, com um canal do Youtube).