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domingo, 27 de novembro de 2011

Möbius

Oi.

Parece estranho, né? Milhões de anos sem uma postagem e eu (re)apareço aqui com um "Oi." lacônico. É. Lacônico.
Não saberia dizer porque estou há tanto tempo sem postar. Tenho várias postagens escritas em duas antigas provas. Se bobear tem mais de 10 lá, prontas.
Sei porque eu postei. Recebi uma reclamação bem sutil.
E eu tenho esta postagem meio feita, meio preparada, meio mentalizada há muito tempo, só esperando o gatilho correto para ser digitada. E o gatilho veio.
Um Anel de Möbius. Literalmente.




E retrata uma condição que sempre passa pela minha mente: o Anel de Möbius.
O que é isso? É uma reta que cujas extremidades se tocam. Não tem início nem fim. É uma figura tri-dimensional que só tem um lado. É uma representação de um ciclo. É muito simples de fazer, este post explica.
Eu vi no melhor blog que existe a seguinte citação:
“Pensar dói.”
E eu me lembrei de algum tempo atrás, quando conversava com uma amiga sobre uma dor de cabeça fenomenal que tive e eu disse “Só dói quando eu penso”.

E eu preciso dar um chute nisto.
Recordo ainda de uma citação de um outro blog que vi hoje:
"[Um pouco de paz.]"

O que Möbius significa para mim: o ciclo. Meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho, meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho. Para sempre. E quando eu fecho os olhos eu vejo um ventilador e ouço um relógio fazendo Tic Tac Tic Tac Tic Tac. Ensurdecedor.
E eu sei que devo explicar as duas referências: a 1ª é de um filme que assisti há alguns dias, O Palhaço. É bom. Bastante. E a outra foi uma das trocentas postagens que fiz e não coloquei aqui.

E me lembro ainda de uma citação que acabei de me esquecer. Lembrei qual é. É de Sinal e Ruído, outra coisa que me lembra Möbius. O exemplar que está comigo não é meu. "Não me olha assim," Dani.

noite

que cai
branco
que cai

sombra
que cai

homem
que cai

que cai

sábado, 15 de outubro de 2011

Omnia Mutantur, Nihil Interit.

Boa noite.

Em Sandman, mais especificamente em Despertar e sendo bem preciosista, em Exilados, tem essa citação de Ovídio. "Omnia Mutantur, Nihil Interit." É uma citação linda. É perfeita. Significa "Tudo muda, mas nada se perde realmente."

E isso é totalmente verdade. É uma coisa que me lembra Sinal e Ruído. Mas essa citação resume uma boa parte do meu mundo: nada se perde, apesar das constantes mudanças. Essa frase vei uns dois mil anos antes da de Lavoisier, se eu não me engano "Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.".

E aqui estou eu, assistindo a uma transformação do meu mundo e dos meus conceitos e de mim mesmo. Não sei o que será de mim.

Bons sonhos.

Boas mudanças.

P.S.: achei essa postagem perfeita.
http://filosofandoamarteladas.blogspot.com/2009/05/omnia-mutantur-nihil-interit.html

domingo, 4 de setembro de 2011

Muros, Remendos, Vier Mauern, Geada

Olá, Pessoas!

Eu já escrevi antes sobre o quanto Sinal e Ruído se tornou uma obsessão para mim. Cada página, quadrinho e linha me impressiona.
Robert Frost
(um aposto: tá tocando Here Comes The Sun. É uma boa música. Não sou um grande fã dos Beatles, mas essa é ótima)
E no início de Sinal e Ruído tem três... Não sei bem como descrever, deixemos como "Obras-primas", duas de McKean e uma deles dois (os dois são Gaiman e McKean). E uma delas me levou a Robert Frost.
Eu já tinha lido algumas coisas dele, mais especificamente, já tinha lido uma coisa dele, porque a "volta" de Desejo em Noites Sem Fim se chama "O Que Eu Experimentei de Desejo". É uma linha de "Fogo e Gelo".

Eu resolvi postar um poema de Robert Frost (Muro Remendado) e o Vier Mauern (este vem depois, quero colocar o Sinal, não só o Ruído [sim, eu me divirto um bocado escrevendo essas postagens e fazendo piadas de humor semi-privado :]).

Extraí o poema daqui: http://carva1.wordpress.com/2008/05/27/robert-frost/
Achei esse blog ótimo. A autora me lembrou três pessoas completamente diferentes e similares. Experimentem ler um dia.


Muro Remendado


Quem adivinhar de onde é essa  imagem, ganha um prêmio
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que enfia bojos de terra gelada por baixo,
E derrama as pedras superiores ao sol,
E faz buracos onde até dois podem passar abraçados.
O trabalho dos caçadores é outra coisa:
Eu cheguei depois deles e fiz a reparação
Onde não deixaram pedra sobre pedra,
Mas conseguiram pôr a lebre fora do esconderijo,
Para deleitar cães latidores. As brechas, quero dizer,
Ninguém as viu fazer ou as ouviu fazer,
Mas na época primaveril dos arranjos encontramo-as lá,
faço o meu vizinho saber para lá da colina;
E um dia encontramo-nos para percorrer a linha
E assentarmos o muro outra vez entre nós.
Mantemos o muro entre nós enquanto avançamos.
A cada um as pedras que caíram para cada um.
E algumas são formas e outras são tão como bolas
Que temos de usar um feitiço para as equilibrar:
“Fica onde estás até voltarmos as costas!”
Ficamos com os dedos ásperos de as manipular.
Oh, somente outro gênero de jogo ao ar livre,
Um de cada lado. Mas vai mais longe:
Aí onde se encontra, nós não precisamos de muro:
Ele é todo pinheiros e eu sou um pomar de maçãs.
As minhas macieiras nunca atravessarão
Para comer os cones sob os seus pinheiros, digo-lhe eu.
Ele só me diz, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”
A primavera instiga-me e pergunto-me
Se lhe posso despertar a razão:
“Porque razão fazem bons vizinhos? Isso não é
Onde existem vacas? Mas aqui não há vacas.
Antes de construir um muro eu inquiriria para saber
O que estaria a incluir ou a excluir,
E a quem era suposto ofender.
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que o quer no chão”. Poderia dizer-lhe “duendes”,
Mas não são duendes exactamente, e eu prefiro
Que ele o diga a si próprio. Vejo-o por ali,
A agarrar uma pedra com firmeza pelo topo
Em cada mão, como um antigo selvagem armado de pedras.
Move-se na escuridão e parece-me,
Não apenas a das florestas e a da sombra das árvores.
Ele não irá atrás do dito de seu pai,
Gosta de ter pensado naquilo tão bem

E diz novamente, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”




Muro na fazenda de Frost


Em breve postarei mais coisas de Robert Frost.
"Existe alguma coisa que não aprecia o muro." Coloquemos abaixo alguns deles.
Bons sonhos a todos.