"Not words, Worlds".
Oi.
Gosto muito desse gracejo do Gaiman em Fim dos Mundos. Na edição brasileira, foi alterado para "Fim dos mudos. Não mudos, mundos", e eu prefiro o original.
Há algumas semanas, me deparei com uma imagem, e eu discordei tanto dela...
Não vou fazer uma outra postagem sobre, literalmente, o fim dos mundos. Lembrei agora de um gracejo em Os Filhos de Anansi. Sobre onde era o fim do mundo e que era também o início, depende apenas da forma omo você olha.
Discordei por causa de um dos contos de Fim Dos Mundos, o "Uma História de Duas Cidades".
"Robert sacudiu a cabeça. 'Passei a vida inteira caminhando pela cidade. Esta não é a cidade, ainda que em certos momentos eu reconheça fragmentos dela, como alguém identificando um verso de um poema familiar num livro que nunca leu.'
O velho pôs a mão sobre o ombro de Robert.
'Esta é a cidade', repetiu.
'Então... Em que parte dela estamos?'
"Acho...' O velho fez uma pausa. O vento soprava frio no alto da ponte. 'Estou aqui há muitos, muitos anos. Quantos, não sei. E nesse tempo todo tive tempo para pensar.
Talvez uma cidade seja um ser vivo. Afinal, todas tem sua própria personalidade.
Los Angeles não é Viena. Londres não é Moscou. Chicago não é Paris. Toda cidade é uma coleção de vidas e construções, e a personalidade de cada uma é única.'
'E daí?'
'Daí que, se uma cidade tem personalidade, talvez também possua alma. Talvez sonhe.
Acho que estamos nisso. Nos sonhos da cidade. É por isso que alguns lugares são quase reconhecíveis. É por isso que quase sabemos onde estamos.'
'Você acha que estamos dormindo?'
'Não. Estamos acordados, imagino. Mas acredito que a cidade esteja dormindo e estejamos zanzando por seus sonhos.'
[...]
'Talvez algum dia eu retorne ao mundo desperto. Estou procurando por alguma rua que conheço na cidade verdadeira - e quando encontrar, andarei por ela até voltar ao mundo real.
É a minha esperança, e rezo por isso. Afinal, é preferível à alternativa.'
'Que seria...'
'A cidade acordar', disse o velho. 'Que ela acorde e...'
[...]
Conheci Robert num vilarejo do litoral escocês, poucos anos depois dos eventos que acabo de relatar.
[...]
'Você teme algum dia voltar aos sonhos da cidade?'
'O que eu temo é o dia em que as cidades acordarão. O dia em que as cidades se levantarão.'
Prefiro acreditar que foi o frio que me fez estremecer, que fiquei sem fôlego apenas porque uma réstia de névoa invadiu minha garganta.
Robert se afastou pela charneca e nunca mais o vi.
Desde então, cruzo as cidades com menos tranquilidade."
Algumas histórias do Gaiman tem a capacidade de me deixar de olhos arregalados todas as vezes que eu as leio. Essa é uma delas. Ramadã é outra. E Mortalha.
Bons sonhos.
Ramadã é tão lindo. "Assim, o seu palácio era o palácio das maravilhas"
Este blog é dedicado para os amantes das diversas coisas, entre elas, Palavras, Sonhos, Teorias, Conspirações, Livros e Músicas. Sei que há muitas pessoas assim. Meu desafio (e da minha equipe) será encontrá-las. Postaremos aqui as mais diversas coisas, mas sempre com um curto parecer sobre o que foi postado. Boa leitura.
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terça-feira, 27 de dezembro de 2011
Words End.
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domingo, 27 de novembro de 2011
Möbius
Oi.
Parece estranho, né? Milhões de anos sem uma postagem e eu (re)apareço aqui com um "Oi." lacônico. É. Lacônico.
Não saberia dizer porque estou há tanto tempo sem postar. Tenho várias postagens escritas em duas antigas provas. Se bobear tem mais de 10 lá, prontas.
Sei porque eu postei. Recebi uma reclamação bem sutil.
E eu tenho esta postagem meio feita, meio preparada, meio mentalizada há muito tempo, só esperando o gatilho correto para ser digitada. E o gatilho veio.
![]() |
Um Anel de Möbius. Literalmente. |
E retrata uma condição que sempre passa pela minha mente: o Anel de Möbius.
O que é isso? É uma reta que cujas extremidades se tocam. Não tem início nem fim. É uma figura tri-dimensional que só tem um lado. É uma representação de um ciclo. É muito simples de fazer, este post explica.
Eu vi no melhor blog que existe a seguinte citação:
“Pensar dói.”
E eu me lembrei de algum tempo atrás, quando conversava com uma amiga sobre uma dor de cabeça fenomenal que tive e eu disse “Só dói quando eu penso”.
E eu preciso dar um chute nisto.
Recordo ainda de uma citação de um outro blog que vi hoje:
"[Um pouco de paz.]"
O que Möbius significa para mim: o ciclo. Meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho, meu Desespero, meu/minha Desejo, minha Morte, minha Destruição, meu Sonho. Para sempre. E quando eu fecho os olhos eu vejo um ventilador e ouço um relógio fazendo Tic Tac Tic Tac Tic Tac. Ensurdecedor.
E eu sei que devo explicar as duas referências: a 1ª é de um filme que assisti há alguns dias, O Palhaço. É bom. Bastante. E a outra foi uma das trocentas postagens que fiz e não coloquei aqui.
E me lembro ainda de uma citação que acabei de me esquecer. Lembrei qual é. É de Sinal e Ruído, outra coisa que me lembra Möbius. O exemplar que está comigo não é meu. "Não me olha assim," Dani.
noite
que cai
branco
que cai
sombra
que cai
homem
que cai
que cai
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domingo, 9 de outubro de 2011
Saramago. E Morte.
Boa noite!
Há quanto tempo!
Hoje eu estava pensando sobre a Morte. Sem nenhum motivo em especial, apenas lembrando de algumas teorias sobre ela. Talvez tenha sido devido a uma das minhas últimas postagens e o fato de Pandora ter comentado que a taxa de sobrevivência de alguém ter chegado a zero.
E eu lembrei de As Intermitências da Morte, de Saramago.
"No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómenos semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.".
(Sinopse de As Intermitências da Morte. E um trecho também.)
Eu lembrei de Didi hoje. De uma forma completamente diferente da que eu tinha lembrado antes. Lembrei de como ela é. E como eu gosto de pensar que ela é. E eu senti uma profunda saudade dela. E de tudo o que ela representa. E estou me sentindo um pouco como Sexton Furnival.
E não, a postagem não faz muito sentido. É basicamente uma forma de tirar algumas coisas da mente. E de aproveitar o ensejo para dar um aviso: o único outro autor que continua constante está mais louco (podem ler no lugar de louco "alienado de esquerda") do que nunca. Desculpem por isso.
Bons sonhos.
Há quanto tempo!
Hoje eu estava pensando sobre a Morte. Sem nenhum motivo em especial, apenas lembrando de algumas teorias sobre ela. Talvez tenha sido devido a uma das minhas últimas postagens e o fato de Pandora ter comentado que a taxa de sobrevivência de alguém ter chegado a zero.
E eu lembrei de As Intermitências da Morte, de Saramago.
"No dia seguinte ninguém morreu. O facto, por absolutamente contrário às normas da vida, causou nos espíritos uma perturbação enorme, efeito em todos os aspectos justificado, basta que nos lembremos de que não havia notícia nos quarenta volumes da história universal, nem ao menos um caso para amostra, de ter alguma vez ocorrido fenómenos semelhante, passar-se um dia completo, com todas as suas pródigas vinte e quatro horas, contadas entre diurnas e nocturnas, matutinas e vespertinas, sem que tivesse sucedido um falecimento por doença, uma queda mortal, um suicídio levado a bom fim, nada de nada, pela palavra nada. Nem sequer um daqueles acidentes de automóvel tão frequentes em ocasiões festivas, quando a alegre irresponsabilidade e o excesso de álcool se desafiam mutuamente nas estradas para decidir sobre quem vai conseguir chegar à morte em primeiro lugar.".
(Sinopse de As Intermitências da Morte. E um trecho também.)
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Sexton e Didi |
E não, a postagem não faz muito sentido. É basicamente uma forma de tirar algumas coisas da mente. E de aproveitar o ensejo para dar um aviso: o único outro autor que continua constante está mais louco (podem ler no lugar de louco "alienado de esquerda") do que nunca. Desculpem por isso.
Bons sonhos.
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sábado, 2 de julho de 2011
Fim.
Oi.
Tem um bom tempo, né?
Quero dizer, eu sei que tem um bom tempo.
Não tanto quanto no ano passado.
Não vou tentar criar desculpas para ter sumido. É contra a Regra Nº 1 da lindissima, fofissima, charmosissima Agente Especial Abby Borin (nunca fazer desculpas [ela é de NCIS. É interpretada por Diane Neal, que fez Casey Novak em Law & Order SVU]). Vou pedí-las. Sinto muito.
E eu estive procrastinando essa postagem a muito tempo.
Cerca de um mês e dez dias.
Ontem eu assisti o ultimo episódio da 3ª Temporada de Castle (sendo honesto, ontem eu devo ter assistido no mínimo seis episódios dessa temporada.) e pensei "Amanhã eu faço essa postagem. Não tem como adiar mais.".
É sobre fim. O Fim. (nota póstuma: a postagem está longa e é baseada em citações. Trechos inteiros. Se desistirem, de ler, não vou julgar vocês. E, mais importante: eu estou malucão hoje [só hoje?!], então, eu vou entender se quiserem colocar nos comentários coisas como "Rafael, na salada se coloca vinagre, não cachaça." ou "Acho que o Zé da sua mercearia está te vendendo outras coisas no lugar de coentro".)
Tem mais ou menos um mês e dez dias que eu comprei Sinal e Ruído.
É lindo.
Em certos momentos, é o melhor trabalho da parceiria Gaiman-Mckean (é claro que eu escreveria o nome de Gaiman antes, não poderia ser diferente no meu mundo).
Em certos momentos, é o melhor trabalho da parceiria Neil-Richard-Gaiman.
Em outros, é o que mais aproxima Gaiman da realidade.
Aprendi muito lendo esse livro.
Aprendi como sobreviver.
Aprendi como morrer.
Sobrevivi e morri.
Mas essa postagem não é sobre mim.
Ou talvez seja totalmente sobre mim.
Desculpa, estou me adiantando. E fazendo uma piadinha bem sutil, que só quem já leu muito pode perceber. Não é mais do que uma curta parafrase de um trecho de Signal to Noise. Divagando. Este trecho eu não escrevi na ordem que lhes aparece, devo dar um aviso: estou divagando demais hoje.
Minha ideia era postar um pouquinho só sobre Castle (uma parte eu já coloquei, a outra vem agora: é um dos meus seriados favoritos. Assistir o ultimo episódio disponível me fez pensar sobre fins e o quanto podem ser dificeis. Estou com saudade do seriado. E Stana Katic está lindíssima esta temporada. Caramba, ela é que nem um bom vinho: fica melhor com a idade. Quando eu a vi no inicio da temporada eu fiz ":-O Beckett? A mesma Beckett?".
E estou elocubrando demais. Saindo do foco.
Enfim, minha ideia era postar sobre Castle, Sinal e Ruído e fazer um link entre Sinal e Ruído e uma música que eu tenho ouvido... Bem, eu diria "obcecadamente", roubando as palavras de um amigo meu, mas o correto é 24/7, porque na minha mente, mesmo o mais obcecado tem que pausar por um momento sua obsessão (mesmo que seja para dormir durante 1/4 de segundo e voltar a lurkar. O mais dedicado stalker continua tendo sono, não? Embora ele possa dormir enquanto a presa que ele está stalkando [essa palavra não existe] também está [divagando de novo... Por favor, não me deixem sair assim do foco, tá?]). Voltando ao assunto, entre Sinal e Ruído e uma música que tenho ouvido o tempo todo. Literalmente. Estou ouvindo agora no Youtuberepeat.
Acho que eu deveria ter nomeado a postagem propriamente, e vou me retificar. É fazer um link entre a música e Sinal e Ruído.
A música é Waiting For The End.
Marquei um trecho.
Esse não é o fim, esse não é o começo
Apenas uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento
Embora as palavras pareçam firmes, tem algo vazio dentro delas
Nós dizemos, "yeah"
Com os punhos voando no ar
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Pois estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos,
Esquecermos,
Deixarmos tudo desaparecer
Esperando o fim chegar,
Desejando que eu tivesse força para suportar
Não é isso que eu tinha planejado
Isto saiu do meu controle
Voando à velocidade da luz,
Pensamentos giravam na minha cabeça
Tantas coisas que não foram ditas
É difícil deixar você partir
(oh) Eu sei o que é preciso para seguir em frente
(oh) Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive
Sentando em um quarto vazio,
Tentando esquecer o passado...
Isso nunca foi feito para durar
Eu queria que não fosse assim
(oh) Eu sei o que é preciso para seguir em frente
(oh) Sei qual é a sensação de mentir
Tudo que eu quero é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive
O que restou quando o fogo acabou
Eu achei que era o certo,
Mas o certo era errado
Tudo apanhado no meio da tempestade
E tentando entender qual era a sensação de seguir em frente
E eu nem mesmo sei que tipo de coisas eu disse
A minha boca continuava mexendo e a minha mente morreu
Juntando os pedaços sem ter por onde começar
A parte mais difícil de terminar é recomeçar
Tudo que eu quero fazer é trocar essa vida por algo novo
Tomando posse do que eu não tive
Esse não é o fim, esse não é o começo
É só uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento
Embora as palavras pareçam firmes algo se esvazia dentro delas
Nós dizemos, "yeah!"
Com os punhos voando no ar
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Pois estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos,
Esquecermos,
Deixarmos tudo desaparecer
(segurando naquilo que eu não tenho)
Agora eu vou para Sinal e Ruído.
Tem andado comigo todo dia desde que eu comprei.
Praticamente não sai das minhas vistas.
A sinopse é "Em Londres, um diretor de cinema descobre que está com câncer e tem pouco tempo de vida. Ele estava para iniciar a produção do que seria seu maior filme: a história de um vilarejo na Europa Central durante os últimos minutos do ano 999 d.C, aguardando a vinda do apocalipse. Agora, esse roteiro jamais será filmado.
No entanto, ele continua trabalhando na pr odução em sua mente, fazendo um filme que ninguém jamais verá. Ninguém a não ser você."
Um dia talvez eu digitalize esse que nem eu fiz com A Paixão do Arlequim, cujo arquivo em .rar, acabei de reparar, está M.I.A... Tenho que achar... Talvez eu ache no meu antigo e-mail. Divagando... Enfim, eu digitalizo quando descobrir um jeito de digitalizar que não envolva machucar o meu bebê. E isto significa dobrar ou colocá-lo numa multifuncional. Ou seja, não tão cedo.
Pensei em tirar fotos de alguns trechos interessantes, mas a qualidade das fotos está horrível.
Não vou dar nenhum Spoiler.
Usarei citações desconexas e fora da ordem. Leiam Sinal e Ruído. Amem, riam, chorem. Desesperem-se. Mas não deixem de ler. Vale a pena. Cada milésimo de página.
"999 d.C., ultimo dia do ultimo mês do ano."
"A mortalidade é algo difícil de encarar.
'Aquilo que não nos mata nos fortalece'. Pode até ser, mas o que nos mata nos mata, e isso é dureza.
O que é preciso para a vida ter sentido?
Sinal e ruído:
O que é sinal? O que é ruído?"
Há algum tempo eu pensei um bocado sobre isso. Às vezes é melhor morrer que se fortalecer. Pode ser mais justo ou menos doloroso ou o certo. Às vezes é o errado. Às vezes, simplesmente é.
"A história é menos verdadeira por ser uma mentira?"
"Talvez eles estejam olhando para o céu.
Ali, está vendo?
Um deles está gritando...
...mas não conseguimos escutar o que diz.
Talvez estejam se preparando para deixar para trás tudo que possuem.
Talvez estejam, lenta e verdadeiramente, começando a acreditar..."
"Parado em um sinal de trânsito, olho de relance as linhas da minha mão - da mesma forma como o faço agora.
Vejo uma cicatriz na base do polegar, onde me cortei na infância com uma garrafa quebrada. Meu passado está escrito ali.
Mas e o meu futuro?
Examino a minha mão, tentando adivinhar um futuro na sua rede de ranhuras e caminhos.
Eles se mantêm ilegíveis.
E eu retorno ao passado."
Eu coloquei vários trechos para dizer coisas a um amigo. Tópicos que surgiram na nossa ultima conversa. Este é simplesmente para dizer a ele que não acredito em Destino. Ou se acredita em Destino ou em Justiça. Prefiro esse ultimo.
"Inanna falando,
dizendo coisas,
ela sente muito,
os médicos cometem erros,
ela sente muito mesmo,
novos tratamentos a cada dia,
se ela puder fazer alguma coisa,
sente muito de verdade,
e por aí vai,
falando,
mas sem dizer nada.
Somente ruído".
"Estão indo para um lugar mais alto esperar pelo fim do seu mundo."
"Só que eu não acredito no apocalipse.
Acredito na apocatástase.
Acho que esse é o título ideal para o Filme. É uma palavra difícil, e ninguém sabe o que significa, mas, fora isso, é um ótimo nome.
A-po-ca-tás-ta-se.
o significado:
1) Restauração, restabelecimento, restituição;
2) Retorno a um estado ou condição anterior;
3) (Astronomia) Retorno de um astro à sua posição aparente, conclusão de um período de rotação.
Pense a respeito."
Não acredito na Apocatástase. Nada retorna a um "estado ou condição anterior". Na primeira vez que pensei em voz alta (para mim mesmo, sendo honesto) sobre não acreditar na Apocatástase, me apareceu um diálogo entre duas pessoas. Dois amigos. Um homem e uma mulher (certo, vou admitir quem são e contar um segredo meu. Eram Castle e Beckett. Eu assisto isso tem mais de um ano, quando foi ao ar aqui. E gostei muito mesmo. É engraçado e divagando. Mas toda vez que eu gosto assim de um seriado ou filme, ou livro, ou um acontecido na minha realidade, entre um episódio e outro eu paro um pouco e penso como poderia ter sido ou um possivel diálogo que não foi às telas. Da ultima vez que isso me aconteceu, ou da penúltima, foi com O Livro do Cemitério) e ele falava para ela o porque de não acreditar. E ele ia "Não dá pra acontecer isso. Pense comigo. Estamos aqui, sentados. Se eu me inclino por esta mesa e te beijo, mesmo que não significasse nada pra mim ou que não signifique nada pra você e nós nunca mais falemos sobre isso e que isso não mude nada no nosso relacionamento, nunca vai voltar a ser o que era antes. Porque nós sabemos o que aconteceu." Inventei isso tudo. Agora. Não que eu brinco com possiveis realidades que aconteceram, não, isso eu faço. Acredito na MWI, e tenho certeza que há pelo menos uma centena de outros mundos em que eu estou escrevendo uma postagem diferente. Inventei a metáfora agora. Na minha mente deturpada e cansada, ficou legal. No papel site, eu não sei. Tem um mundo em que a Primavera em Paris nem sangrou nem terminou. Tem um que em que ela sangrou por um motivo completamente diferente. Tem um que nunca existiu. E por aí vai. Deixo aqui outras duas recomendações: FlashForward, livro e seriado. Eu amava esse seriado. Há um mundo em que esse seriado não foi cancelado na 1ª temporada, um em que ele nunca foi filmado, outro em que é um remake, outro que Gaiman faz o roteiro de um episódio, outro que Jack Sparrow aparece faz uma belíssima cena de luta de sabres de luz com o Comodoro Norrington (piadinha... Jack Davenport [Norrington] faz um dos papeis principais no seriado, o qual, por acaso, é no livro o protagonista), outro em que... Vocês já entenderam. Em qualquer um dos mundos.
"Eles disseram - os críticos, os resenhistas - que as minhas imagens eram desoladoras. E eu concordei com eles.
Na época eu concordei. Mas agora...
Talvez seja verdade.
Eu não sei. Vivemos em um mundo onde as únicas imagens utópicas são as que aparecem em intervalos comerciais: visões mágicas de um mundo impossivelmente hospitaleiro, povoado de homens, mulheres e crianças dotados de grande beleza, olhos faiscantes...
Onde ninguém morre...
Onde tudo o que é necessário se resume a um produto barato e fácil de encontrar - um pacote de amendoim salgado, ou um novo produto para limpar tapetes -, que trará felicidade imediata em altas concentrações.
Nos meus mundos as pessoas morriam.
E eu achava isso honesto.
Achava que estava sendo honesto.
Achava que estava dizendo a verdade. Achava que..."
"Os seres humanos estão sempre vivendo os seus ultimos dias.
Quanto tempo nós temos?
No máximo cem anos antes que o nosso mundo acabe."
"E eu me pergunto:
Por que estou escrevendo um filme que nunca vou filmar,
criando algo que ninguém vai ver?
O mundo está sempre acabando para alguém.
É uma boa fala.
Eu a coloco na boca do pai da crianla.
Ele diz isso à esposa.
'O mundo está sempre acabando para alguém', ele diz.
Ela está tentando acalmar o bebê, e não o ouve.
Duvido que faria diferença se tivesse ouvido."
"O grande apocalipse não existe. Só uma procissão de pequenos apocalipses."
Em algum momento em Signal to Noise, é afirmado algo como "Não acredito no Apocalipse. Existem diversos apocalipses. Um para cada um de nós.". Não concordo com essa ultima parte. Existem muito mais que apenas um apocalipse pessoal. Não sou a mesma pessoa que acordou esta manhã às 09:13 ou às 09:23 ou algo do tipo de um sábado. E que não era qualquer sábado. Mudei desde então. Não sou a mesma pessoa que almoçou. Ela morreu. Todo mundo muda. Ninguém nunca muda. Eu continuo sendo eu. Tenho a mesma altura, quase o mesmo peso, mesma cor de cabelo. Mesmos gostos. Mas na pior das hipóteses eu estou mais velho. E isso me muda completamente. E não muda nada. E esta postagem está mais louca do quê conversa de um bêbado com um poste, mas precisava tirar isto da mente.
"A parte mais dificil do fim é recomeçar." É. Em todos os níveis. Pensei em fazer uma relação com um trecho de O Livro do Cemitério, mas vou poupar vocês.
"Os apocalipses estão a cada esquina. As palavras significam o que nós queremos que signifiquem."
Está ficando tarde a a postagem está começando a feder de tão longa. Na realidade, acho que o que está fedendo são os cadáveres dos camaradas que tentaram ler a postagem toda e morreram no meio do caminho de velhice. É sério, Matusalém vai postar um comentário dizendo que ele demorou mais tempo lendo esse post do que vivendo antes de ser arrematado ou foi arrebatado, algo do tipo. E foram 969 anos. Saio com a uma sensação de dúvida: disse ou não tudo o que tinha pra dizer? Acho melhor pensar que disse tudo o que era pra dizer hoje.
Tinha uma nota que eu deveria fazer. E eu esqueci.
Uma eu ainda me lembro: o sábado é especial porque é Dois de Julho. Independência da Bahia. Me faz lembrar das aulas de Filosofia com Belzinho... Deus... Faz tempo. Toda uma vida.
Tem uma outra nota: é chato ter que esperar até uma temporada de um seriado querido ir ao ar. A 4ª de... Castle, é claro, não deve começar antes do dia 20/09/2011. Talvez, com sorte, seja no meu aniversário. Ia ser muuuuuuuito bom.
Desejo bons sonhos a vocês, meus amigos...
"But in the end,
It doesn't even matter."
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domingo, 15 de maio de 2011
Retratos de Desespero - Números 6, 7, 9 e 10, fora o 3
Boa noite.
Não tenho um Scanner aqui.
Não tenho como arranjar um também. Vou direto para a postagem.
"E as pessoas perguntam
será que a Desespero se desespera,
será que o Sonho sonha,
será que o (a) Desejo deseja?
É mais simples que isso.
Ele é Sonho.
Ela(e) é Desejo.
Ela é Desespero.
Tire o desespero e nada sobra.
Nada, exceto um quarto vazio,
e um anzol de tamanho e forma
perfeitos para fisgar seu coração.".
"Seu beijo é o oceano profundo.
Seu beijo não é o oceano profundo.
Seu beijo são os céus cinzentos.
Seu beijo é um beco sem saída.
Seu beijo é seu toque, é sua respiração
é seu dedo, é o que resta
quando os risos se encerram.
Seu beijo é o cão negro que segue você na escuridão.
Existe um cão negro sob os céus cinzentos, pelo
beco sem saída, junto ao oceano profundo.
Não é o beijo dela. Aproxime-se..."
"Não foi o fato de se amarem, ou saberem que nunca poderiam estar juntos,
Não foi o fato de acordar com ela morta, enquanto você ainda estava vivo.
Foi a maneira como seus dedos tremeram. Fui um gagejar e o jeito de sua lingua
quando tentou falar. Foi o som das sirenes chegando mais perto.
Foi saber que nunca mais você teria outra chance."
"Desespero se lembra.
É uma recordação peculiar e chata,
na qual as coisas se tornam desoladoras e atadas à escuridão.
Existe alegria aqui,
é claro,
e amor,
e carícias.
A presença que faz
o presente ser absolutamente
insuportável.
"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.
Então, ela olha fixamente o papel,
incapaz de pensar em algo mais.
Por fim, começa a escurecer."
E eu estou experimentando alguns retratos de Desespero.
Já escureceu também.
Não matei ninguém, porém.
Não que eu saiba.
Não tenho um Scanner aqui.
Não tenho como arranjar um também. Vou direto para a postagem.
"E as pessoas perguntam
será que a Desespero se desespera,
será que o Sonho sonha,
será que o (a) Desejo deseja?
É mais simples que isso.
Ele é Sonho.
Ela(e) é Desejo.
Ela é Desespero.
Tire o desespero e nada sobra.
Nada, exceto um quarto vazio,
e um anzol de tamanho e forma
perfeitos para fisgar seu coração.".
"Seu beijo é o oceano profundo.
Seu beijo não é o oceano profundo.
Seu beijo são os céus cinzentos.
Seu beijo é um beco sem saída.
Seu beijo é seu toque, é sua respiração
é seu dedo, é o que resta
quando os risos se encerram.
Seu beijo é o cão negro que segue você na escuridão.
Existe um cão negro sob os céus cinzentos, pelo
beco sem saída, junto ao oceano profundo.
Não é o beijo dela. Aproxime-se..."
"Não foi o fato de se amarem, ou saberem que nunca poderiam estar juntos,
Não foi o vento no beiral da casa vazia, ou o ruido secoTambém não foi o gosto amargo com apenas uma caixa velha de vinho tinto para lavá-lo.
dos remédios dentro da garrafa de vidro marrom.
Não foi o fato de acordar com ela morta, enquanto você ainda estava vivo.
Foi a maneira como seus dedos tremeram. Fui um gagejar e o jeito de sua lingua
quando tentou falar. Foi o som das sirenes chegando mais perto.
Foi saber que nunca mais você teria outra chance."
"Desespero se lembra.
É uma recordação peculiar e chata,
na qual as coisas se tornam desoladoras e atadas à escuridão.
Existe alegria aqui,
é claro,
e amor,
e carícias.
A presença que faz
o presente ser absolutamente
insuportável.
Sem triunfo,
sem amor,
sem alegria,
o trabalho dela seria em vão."
"Ela decidiu fazer uma lista das coisas que a deixavam feliz.
Ela escreve 'flor da ameixeira' no topo da página.
Então, ela olha fixamente o papel,
incapaz de pensar em algo mais.
Por fim, começa a escurecer."
E eu estou experimentando alguns retratos de Desespero.
Já escureceu também.
Não matei ninguém, porém.
Não que eu saiba.
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segunda-feira, 11 de abril de 2011
Mr. Punch (ou)... Sangue! Sangue! Sangue!
Boa noite, meus amigos!
Esta postagem é para, em parte, responder a uma pergunta da Pandora. Em parte, é para me aliviar.
Hoje eu assisti Criminal Minds, e o episódio me deixou aceso. Não sei porque, o episódio não foi tão bom assim. Mas que deixou, deixou.
Para fazer a postagem, junto isso com o fato de que hoje eu estou relendo A Comêdia Trágica ou A Tragêdia Cómica de Mr. Punch. {mode ironia on] Quem conseguir adivinhar de quem é, ganha um prêmio. Quem errar, também ganha.
Não leia abaixo enquanto não der seu palpite. [mode ironia off]
Acho que esse é um dos trabalhos mais pertubadores do Neil. Embora quase todos sejam pertubadores, esse bate recorde. Os desenhos do Dave Mckean atrapalham me assustam.
E este trecho está me perturbando:
"Num mundo perfeito, ocorre-me agora, eu escreveria isto com sangue e não tinta.
Não se pode mentir quando se escreve com sangue. A responsabilidade é grande demais; e os fantasmas que a pessoa matou ressurgem e induzem a caneta a traçar linhas verdadeiras, transformam a palavra escrita em palavra não não escrita à medida que os traços vermelhos ficam marrons.
É por isso que os pactos com o Diabo têm que ser assinados com sangue. Se você assina seu nome com sangue, é o nome verdadeiro. Não há como mudar isso.
Pronto. Já estou falando de sangue, e era do passado que eu queria falar.
E dos mortos, é claro. Não há como escapar dos mortos."
A postagem é para falar dos mortos.
Mais especificamente, da estranha relação entre Harlequin e Rafael. Considerem-nos de Judy e Punch (respectivamente) nesta postagem, e só nessa. É só para que a metáfora seja entendida. A coisa real não foi nem de longe tão dramática. Na realidade, o trecho abaixo é só uma introdução. O excerto pretendido está em negrito.
Eu irei narrar a cena, não citarei apenas. É a forma como eu vejo-a, então, mil perdões se não é a forma usual. Conto com a indulgência de vocês, que já me perdoaram de coisa muito pior. Estou ficando muito folgado?
***********************************************************************
Punch acabara de arremessar o bebê para fora do palco. Judy pergunta-lhe onde está o bebê. Punch responde-lhe, com o sorriso mais irônico, louco e divertido possivel "Está dormindo".
Judy joga as palavras em Punch: "Mister Punch, seu malvado cruel. Ele não está dormindo. Está morto. Ele matou meu bebê, não foi, meninos e meninas?"
A plateia, a plateia composta de crianças responde "Sim!" "Sim!" "Sim!" "Sim!".
Punch reclama, vestido com seu roupão vermelho, laranja e verde, "Ah! Seus mentirosos malvados!". Mas Punch continua sorrindo. Sempre. É sua sina e seu dom.
E Judy, oh, Judy, envolvida em um vestido vagabundo e um avental branco exclama com sua vozinha leve e delicada "Você é muito mau, Mister Punch, e eu nunca mais vou te beijar". Punch procura no palco e acha o que procurava. Ele acha um pedaço de pau e ataca Judy com ele.
O malvado Mister Punch atinge Judy no rosto, ela cambalheia. "Eles começaram a bater um no outro, numa confusa dança de pancadas". E Punch atinge, e atinge e atinge a pobre Judy. Punch está psicótico. Seus olhos brilham numa selvageria extrema. E ele volta a bater e bater e bater.
"Até... O fantoche de Judy voar pelos ares... E cair sem vida... bem. na. frente. do. palco".
Punch fica surpreso. Arregala os olhos. Se assusta. "Punch chorou por Judy quando percebeu que ela estava morta, depois fez uma dancinha. Ocorreu-me então que a morte só acontece com tanta frequência em teatros de fantoche para que o ator fique com a mão esquerda livre, a fim de apresentar um novo personagem".
**************************************************************
O que eu descobri (ou, melhor dizendo, me dei conta) agora é que é horrivel deixar uma postagem incompleta de um dia para o outro. Chegando agora, eu percebi que havia um "A" no meio da postagem. Eu não faço ideia do que mais eu ia escrever ontem à noite.
E provavelmente terminarei a postagem por aqui... Não conseguirei lembrar o que queria escrever.
E me despeço aqui, celebrando o acontecimento do A com uma poesia do Drummond:
Bons sonhos.
Esta postagem é para, em parte, responder a uma pergunta da Pandora. Em parte, é para me aliviar.
Hoje eu assisti Criminal Minds, e o episódio me deixou aceso. Não sei porque, o episódio não foi tão bom assim. Mas que deixou, deixou.
Para fazer a postagem, junto isso com o fato de que hoje eu estou relendo A Comêdia Trágica ou A Tragêdia Cómica de Mr. Punch. {mode ironia on] Quem conseguir adivinhar de quem é, ganha um prêmio. Quem errar, também ganha.
Não leia abaixo enquanto não der seu palpite. [mode ironia off]
Acho que esse é um dos trabalhos mais pertubadores do Neil. Embora quase todos sejam pertubadores, esse bate recorde. Os desenhos do Dave Mckean atrapalham me assustam.
E este trecho está me perturbando:
"Num mundo perfeito, ocorre-me agora, eu escreveria isto com sangue e não tinta.
Não se pode mentir quando se escreve com sangue. A responsabilidade é grande demais; e os fantasmas que a pessoa matou ressurgem e induzem a caneta a traçar linhas verdadeiras, transformam a palavra escrita em palavra não não escrita à medida que os traços vermelhos ficam marrons.
É por isso que os pactos com o Diabo têm que ser assinados com sangue. Se você assina seu nome com sangue, é o nome verdadeiro. Não há como mudar isso.
Pronto. Já estou falando de sangue, e era do passado que eu queria falar.
E dos mortos, é claro. Não há como escapar dos mortos."
A postagem é para falar dos mortos.
Mais especificamente, da estranha relação entre Harlequin e Rafael. Considerem-nos de Judy e Punch (respectivamente) nesta postagem, e só nessa. É só para que a metáfora seja entendida. A coisa real não foi nem de longe tão dramática. Na realidade, o trecho abaixo é só uma introdução. O excerto pretendido está em negrito.
Eu irei narrar a cena, não citarei apenas. É a forma como eu vejo-a, então, mil perdões se não é a forma usual. Conto com a indulgência de vocês, que já me perdoaram de coisa muito pior. Estou ficando muito folgado?
***********************************************************************
Punch acabara de arremessar o bebê para fora do palco. Judy pergunta-lhe onde está o bebê. Punch responde-lhe, com o sorriso mais irônico, louco e divertido possivel "Está dormindo".
Judy joga as palavras em Punch: "Mister Punch, seu malvado cruel. Ele não está dormindo. Está morto. Ele matou meu bebê, não foi, meninos e meninas?"
A plateia, a plateia composta de crianças responde "Sim!" "Sim!" "Sim!" "Sim!".
Punch reclama, vestido com seu roupão vermelho, laranja e verde, "Ah! Seus mentirosos malvados!". Mas Punch continua sorrindo. Sempre. É sua sina e seu dom.
E Judy, oh, Judy, envolvida em um vestido vagabundo e um avental branco exclama com sua vozinha leve e delicada "Você é muito mau, Mister Punch, e eu nunca mais vou te beijar". Punch procura no palco e acha o que procurava. Ele acha um pedaço de pau e ataca Judy com ele.
O malvado Mister Punch atinge Judy no rosto, ela cambalheia. "Eles começaram a bater um no outro, numa confusa dança de pancadas". E Punch atinge, e atinge e atinge a pobre Judy. Punch está psicótico. Seus olhos brilham numa selvageria extrema. E ele volta a bater e bater e bater.
"Até... O fantoche de Judy voar pelos ares... E cair sem vida... bem. na. frente. do. palco".
Punch fica surpreso. Arregala os olhos. Se assusta. "Punch chorou por Judy quando percebeu que ela estava morta, depois fez uma dancinha. Ocorreu-me então que a morte só acontece com tanta frequência em teatros de fantoche para que o ator fique com a mão esquerda livre, a fim de apresentar um novo personagem".
**************************************************************
O que eu descobri (ou, melhor dizendo, me dei conta) agora é que é horrivel deixar uma postagem incompleta de um dia para o outro. Chegando agora, eu percebi que havia um "A" no meio da postagem. Eu não faço ideia do que mais eu ia escrever ontem à noite.
E provavelmente terminarei a postagem por aqui... Não conseguirei lembrar o que queria escrever.
E me despeço aqui, celebrando o acontecimento do A com uma poesia do Drummond:
"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."
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quinta-feira, 10 de março de 2011
Volta de Viagem...
Boa noite, meus amigos e amigas.
♠ Como vão vocês? Faço esta postagem como uma espécie de desculpas por não haver postado nos ultimos dias, e destrincho as minhas ações como justificativa. E também (principalmente) porque faço hoje à noite reflexões sobre o porque de Amar é Para Todos e sobre a Querida Liese*, e acho que é bom ter alguem com quem conversar sobre isto. No fundo, este post é muito mais sobre música do que qualquer outra coisa.
♠ Muita coisa pode ter mudado nos ultimos dias, eu espero que as mudanças na vida de vocês tenha sido para melhor.
♠ Pois bem, eu voltei de viagem, e o saldo foi bem positivo, embora o saldo em conta corrente esteja muito próximo do negativo.
♣ Tirei muitas fotos, vi animais incriveis, vi o voo de um flamingo. É uma das coisas mais belas que já vi. Arranjei ainda uma pena de arara e duas de flamingo.
♣ Comprei algumas coisas para mim, algumas lembranças para amigos. Nada demais. E uma das compras que mais me alegrou foi um xadrez, provavelmente feito à mão, comprado em uma cidadezinha chamada Punto do Iguazu, salvo engano. Há engano, depois eu descubro o nome.
♣ Me "apaixonei" três vezes. Provavelmente a palavra real é me "encantei", e faço aqui um aposto para falar sobre isto, e não irá se repetir. A razão para este aposto é que há poucos dias conversei com uma amiga sobre paixonites, e elas também me divertem.
♦ Uma das moças era uma jovem brasileira, acredito que de São Paulo, por quem passei no Parque das Aves. Lembrava bastante a linda Pauley Perrette, e a paixonite passou cerca de duas horas depois, quando peguei a pena da arara.
♦ A segunda foi uma também jovem, também brasileira, cujo nome eu conheço. Passou também depois de pouco tempo, acredito que tenha sido depois de ouvir que meu irmão que quatro meses completa hoje, já está engatinhando.
♦ A ultima foi uma bela mulher, de cerca de trinta anos, argentina, ruiva. A vi por dois momentos, ambos no Parque das Nacional das Águas argentino. E isto me divertiu um pouco enquanto durou, que neste caso seria após andar um bocado até o Salto Adan y Eva.
♠ E agora me retiro deste entorpecimento pueril e volto à minha usual atitude. Me pergunto o que me está fazendo encantar por tantas moças nos ultimos tempos, sendo que foram quatro num espaço de um mês. Me pergunto porque existem as paixões. Me pergunto o porque do amor. E se o Amor é Para Todos?
♠ Eu me lembro que há alguns dias descobri o que é dialética, mas achei estranho. E eu não faço ideia do porque de ter comentado sobre isto. E agora concluirei minha postagem, pois Coraline me aguarda. E ela está segurando uma vela, me convocando. Bons sonhos.
* Esclarecimento: Liebe Ist Für Alle Da é um cd do Rammstein, com músicas belissimas e músicas que eu acho que pode-se classificar como excepcionalmente sinistras [muitas vezes os dois] e Liese é uma música que foi de bônus para quem comprou a edição de colecionador. É uma das belas e sinistras. Não recomendo a leitura da letra de Liese, apenas que escutem. Já a de Roter Sand, cuja melodia é compartilhada com Liese, tudo bem. Agora, vou-me. Estou esperando o Ultimo Voo do Flamingo.
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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Morre Moacyr Scliar
Boa tarde.
♠ Estava hoje pesquisando sobre a Academia Brasileira de Letras e descobri uma coisa inusitada: há duas cadeiras vagas, e a última foi ocupada por Moacyr Scliar.
♠ Certo, tudo bem. Nada mais natural que um escritor morra e a cadeira dele se torne vaga, afinal, diz-se que a academia se constitui por 39 autores e 1 defunto rotativo, principalmente porquê não me parece que algum dos escritores que lá estão tenha menos de 55 anos, e digo 55 porquê é a idade de Mia Couto (e eu estou divagando). Mas o problema é que o cara morreu ontem.
♠ Não sei muito sobre ele, lembro que há muito, muito tempo atrás, li um livro dele, que se chama Um País Chamado Infancia, que foi um dos livros do colégio na minha 7ª Série, e há alguns anos atrás li um ou dois contos, e eu estou divagando novamente. O que eu quero dizer é: o corpo do homem mau esfriou (se é que já esfriou) e já estão se refestelando pela (ex-)cadeira dele.
♠ Pois bem, mais algumas informações: a foto acima foi tirada em 2003, então pode-se ter uma ideia da idade dele. Chutou quanto? Faltava pouquinho menos de um mês para que ele fizesse 74.
♠ Pois bem, já fiz o post, falei um pouquinho e compartilhei a informação. A propósito: eu falei a vocês que sou um ignorante? Tem umas duas semanas (farão 14 dias amanhã) que descobri que há uns 8 meses o Caetano Veloso escreve todo domingo para o A Tarde (o da Bahia, ao menos) e o Verissimo publicou um artigo no mesmo caderno que vi o do Caetano. (é no B). Bem, é isso.
♠ Desejo que todos vocês fiquem bem e que o Moacyr esteja em paz.
Bons sonhos a todos.
♠ Estava hoje pesquisando sobre a Academia Brasileira de Letras e descobri uma coisa inusitada: há duas cadeiras vagas, e a última foi ocupada por Moacyr Scliar.
♠ Certo, tudo bem. Nada mais natural que um escritor morra e a cadeira dele se torne vaga, afinal, diz-se que a academia se constitui por 39 autores e 1 defunto rotativo, principalmente porquê não me parece que algum dos escritores que lá estão tenha menos de 55 anos, e digo 55 porquê é a idade de Mia Couto (e eu estou divagando). Mas o problema é que o cara morreu ontem.
♠ Não sei muito sobre ele, lembro que há muito, muito tempo atrás, li um livro dele, que se chama Um País Chamado Infancia, que foi um dos livros do colégio na minha 7ª Série, e há alguns anos atrás li um ou dois contos, e eu estou divagando novamente. O que eu quero dizer é: o corpo do homem mau esfriou (se é que já esfriou) e já estão se refestelando pela (ex-)cadeira dele.
♠ Pois bem, mais algumas informações: a foto acima foi tirada em 2003, então pode-se ter uma ideia da idade dele. Chutou quanto? Faltava pouquinho menos de um mês para que ele fizesse 74.
♠ Pois bem, já fiz o post, falei um pouquinho e compartilhei a informação. A propósito: eu falei a vocês que sou um ignorante? Tem umas duas semanas (farão 14 dias amanhã) que descobri que há uns 8 meses o Caetano Veloso escreve todo domingo para o A Tarde (o da Bahia, ao menos) e o Verissimo publicou um artigo no mesmo caderno que vi o do Caetano. (é no B). Bem, é isso.
♠ Desejo que todos vocês fiquem bem e que o Moacyr esteja em paz.
Bons sonhos a todos.
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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Gregorio de Matos - Sal, Cal e Alho
Boa noite!
♠ A postagem da noite é um curtissimo poema do ilustre Gregorio de Matos. Tenho orgulho que este cara tenha sido da minha Bahia, embora nem sempre tenha orgulho dela.
♠ Extraí o poema deste site, não tenho certeza de onde foi publicada primeiramente esta... Obra única.
♠ Estou refletindo há, talvez, meia hora sobre este poema, sem conseguir chegar a uma conclusão real sobre ele. Estou apenas encarando o monitor, no site em que li o poema, e achei que talvez me sentisse melhor se compartilhasse isso com vocês.
"Sal, cal, e alho
caiam no teu maldito caralho. Amém.
O fogo de Sodoma e de Gomorra
em cinza te reduzam essa porra. Amém
Tudo em fogo arda,
Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda."
♠ Na realidade, cheguei a algumas conclusões:
♣ Eu espero nunca irritar ninguém a ponto de me rogarem uma praga dessas.
♣ Segundo... O "Mestre" amaldiçoava muito, muito bem.
♠ E estou improdutivo pelo resto da noite, paro por aqui.
Bons sonhos...
♠ A postagem da noite é um curtissimo poema do ilustre Gregorio de Matos. Tenho orgulho que este cara tenha sido da minha Bahia, embora nem sempre tenha orgulho dela.
♠ Extraí o poema deste site, não tenho certeza de onde foi publicada primeiramente esta... Obra única.
♠ Estou refletindo há, talvez, meia hora sobre este poema, sem conseguir chegar a uma conclusão real sobre ele. Estou apenas encarando o monitor, no site em que li o poema, e achei que talvez me sentisse melhor se compartilhasse isso com vocês.
"Sal, cal, e alho
caiam no teu maldito caralho. Amém.
O fogo de Sodoma e de Gomorra
em cinza te reduzam essa porra. Amém
Tudo em fogo arda,
Tu, e teus filhos, e o Capitão da Guarda."
♠ Na realidade, cheguei a algumas conclusões:
♣ Eu espero nunca irritar ninguém a ponto de me rogarem uma praga dessas.
♣ Segundo... O "Mestre" amaldiçoava muito, muito bem.
♠ E estou improdutivo pelo resto da noite, paro por aqui.
Bons sonhos...
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domingo, 6 de fevereiro de 2011
Blogagem Coletiva: Inte(g)ração Social Parte 2
Bom dia, pessoal!
♠ Como vão todos?
♠ Como eu havia dito, a segunda parte da blogagem coletiva está aqui:
♠ O Panfleto em questão é uma ação dos seguintes orgãos e tem como objetivo conscientizar um pouco a população, em especial, jovens, porque tem uma linguagem simples e direta.:
♣ SalvadorCard,
♣ Transalvador,
♣ Setin (Secretaria dos Transportes Urbanos e Infraestrutura)
♣ Cocas (Comissão Civil de Acessibilidade de Salvador)
♠ Desculpem novamente pela demora, e agradeço a todos pela compreensão.
♠ Obrigado também pelos comentários e pela oportunidade de participar de uma ação coletiva tão bacana.
Bons sonhos a todos.
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Abismos e Monstros
Boa madrugada!
♠ Como vão desde o ultimo post?
♠ Duas coisas devo comentar antes do post:
♣ No post anterior, cometi um erro. O nome do personagem de The Pretender é Sydney, não Sidney. (tenho principios de TOC, não me olhe assim!).
♣ A segunda coisa é... No post intitulado Passagem de Lugar Nenhum com "As Fúrias", eu falei mais do que devia, e agora estou, nas palavras de um sábio que certa vez conheci "numa sinuca de bico". Há duas frases igualmente memoráveis que no momento me esqueci, e são as seguintes: "Em boca fechada não entra mosca" e "Quem come e guarda, come duas vezes".
♠ Agora, lá vou eu:
♠ Lembrei mais cedo de um de meus seriados preferidos, Criminal Minds, e uma de suas mais belas citações.
♠ Nietzsche:
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."
♠ Me lembrei de Os Outros. Me lembrei de uma música de Fleet Foxes cujo nome eu não me lembro, mas que já apareceu aqui antes. Me lembrei de quando eu era jovem e tolo, e tinha tempo e mais escolhas. E percebi que o abismo mais uma vez começava a me encarar. E esta frase é muito bela (nos dois sentidos). Me fez refletir sobre o Determinismo e o Possibilismo. Se somos o produto do meio, fruto de nossas companhias, amizades, escolhas ou se somos tudo isto, mas podemos alterar tanto ao meio quanto a nós mesmos.
♠ E lembrei de uma outra citação que não tem realmente relação com o assunto, mas que passa e passa pela minha mente:
Um homem saudável não tortura os outros.
♠ Como vão desde o ultimo post?
♠ Duas coisas devo comentar antes do post:
♣ No post anterior, cometi um erro. O nome do personagem de The Pretender é Sydney, não Sidney. (tenho principios de TOC, não me olhe assim!).
♣ A segunda coisa é... No post intitulado Passagem de Lugar Nenhum com "As Fúrias", eu falei mais do que devia, e agora estou, nas palavras de um sábio que certa vez conheci "numa sinuca de bico". Há duas frases igualmente memoráveis que no momento me esqueci, e são as seguintes: "Em boca fechada não entra mosca" e "Quem come e guarda, come duas vezes".
♠ Agora, lá vou eu:
♠ Lembrei mais cedo de um de meus seriados preferidos, Criminal Minds, e uma de suas mais belas citações.
♠ Nietzsche:
"Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se também um monstro. Quando se olha muito tempo para um abismo, o abismo olha para você."
♠ Me lembrei de Os Outros. Me lembrei de uma música de Fleet Foxes cujo nome eu não me lembro, mas que já apareceu aqui antes. Me lembrei de quando eu era jovem e tolo, e tinha tempo e mais escolhas. E percebi que o abismo mais uma vez começava a me encarar. E esta frase é muito bela (nos dois sentidos). Me fez refletir sobre o Determinismo e o Possibilismo. Se somos o produto do meio, fruto de nossas companhias, amizades, escolhas ou se somos tudo isto, mas podemos alterar tanto ao meio quanto a nós mesmos.
♠ E lembrei de uma outra citação que não tem realmente relação com o assunto, mas que passa e passa pela minha mente:
Um homem saudável não tortura os outros.Em geral, é o torturado que se torna o torturador.(Carl Jung)
♠ E acredito que seja por aqui que eu fique esta noite. Já são duas da manhã (horário real, não o de verão), eu estou meio cansado e um amigo meu com que estou conversando há talvez quatro horas acabou de colocar "Fala que eu te escuto" em volume alto. Isto é suficiente para fazer qualquer um ir dormir.
Bons sonhos a todos! Que eles se realizem!
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sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Virando Wodwo - Neil Gaiman
♠ Esta é a minha última postagem do ano. Espero terminá-la a tempo.
Virando Wodwo
Despir minha camisa, meu livro, meu casaco, minha vida
Deixá-los, cascas vazias e folhas secas
Ir em busca de comida e de uma nascente
De água fresca.
Encontrarei uma árvore tão grossa quanto dez homens gordos
Água cristalina correndo entre suas raízes cinzentas
Bagos encontrarei, maçãs selvagens e nozes,
E chamarei tudo de lar.
Direi ao vento meu nome, e a mais ninguém.
A verdadeira loucura nos toma ou nos deixa na floresta
na metade da vida de todos nós. Minha pele será
meu rosto agora.
Eu devo ser doido. Deixando a razão com os sapatos e a casa,
meu estômago dói. Cambalearei através do verde
rumo a minhas raízes, e folhas e espinhos e botões,
e tremerei.
Abandonarei as palavras para andar no mato
Serei o homem da floresta, saudarei o sol,
E sentirei o silêncio brotar na minha lingua
como linguagem.
♠ Análise... É um homem (quero dizer ser humano) (ele me lembra um pouco Richard Mayhew de Lugar Nenhum) que se cansa da vida de... humano e abandona tudo para ser um Wodwo (ou Wodwose, protetor das florestas). E não há muito mais para se dizer, o poema fala por si. O eu-lírico (deve ter alguns meses que não uso esta palavra) deixa tudo que ele tinha como sagrado para tentar ser feliz. Ele escolhe a felicidade da floresta, longe do Ser Humano, em contato apenas com seres que não desejam mal uns aos outros. Não é uma má troca. Vocês a fariam?
♠ Pois bem, estou cansado, tenho alguma fome e é ano novo em cinco minutos. Vou-me agora. Até o ano que vem.
♠ Bons sonhos, bom ano novo e boa vida a todos.
P.S.: a hora de publicação estará como 00:5equalquercoisa, mas continuo me referindo como 23:5emuitos porque o Brasil está em horário de verão, mas o Norte-Nordeste não. Bem, lá vai... Boa noite, bons sonhos. Que Sandman e todos os Perpétuos lhe abençoem.
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A Dança Das Fadas - Neil Gaiman
Boa noite a todos.

♠ Estava pensando se postaria alguma coisa no dia do ano novo e pensei... Pra quê melhor? Neil Gaiman!
♠ Talvez poste mais um poema depois deste, mas devo avisar: descumprirei minha promessa da análise de A Câmara Secreta, ao menos no futuro próximo.
♠ Boa leitura.
A Dança Das Fadas
Se eu fosse jovem e o sonho e a morte
fossem distantes como então,
Não partiria minh'alma ao meio,

guardando dela aqui um quinhão
Que tentaria o mundo das fadas
alcançar, mas sempre em vão
Enquanto a outra parte dela
andasse pela escuridão
Até curvar-se e dar três beijos
numa bela fada de maio
Que águias do céu arrancaria, com elas
pregando-me a um raio
E se meu coração fugisse dela,
se se desvencilhasse dela,
Num ninho de estrelas envolto
a fada ainda o traria com ela
Até que dele se cansasse,
quando enfarada o deixaria
Num rio de fogo onde meninos
o acabariam roubando um dia,
O iriam pegar, dele abusar,
puxando-o, deixando-o fino,

Partindo-o em quatro fios
p'ra encordoar algum violino.
E todo dia e toda noite
tocariam nele um madrigal
Que todos poria p'ra dançar
de tão estranho e sensual,
E o público rodopiaria,
saltitaria, cantaria em coro
Até que, com o olhar em brasa,
desabaria em rodas de ouro....
Mas isso foi há sessenta anos,
e jovem eu já não mais sou:
Para tocar além do sol
meu coração já alçou voo.
Com mente e olhar cheios de inveja,
admiro as almas isoladas
Que tal vento lunar não sentem,
alheias à Dança das Fadas,
Que não seduzem que não as ouve,
quem não se atreve a ser tão forte.
Quando eu era jovem, eu era um tolo. Então
me envolvam em sonho e morte.
♠ Ok. Faltam quarenta (e um) minutos para o Ano Novo aqui na Bahia. Isso me dá mais uns dez minutos para terminar esta postagem e mais meia hora para fazer a próxima.
♠ Certo, certo, a análise.
♠ Considero este um dos melhores poemas do livro e possivelmente um dos melhores do Neil (ainda não é melhor que A Paixão do Arlequim, mas...). Este belo poema fala sobre um senhor que está se lembrando de sua juventude (ao menos é o que me parece). Ele então discorre sobre suas peripécias de jovem e tolo. Sobre como ele se apaixonou por uma fada, sobre como se amarrou a uma águia, como divertiu jovens na Grande Noite (não me pergunte o que quero dizer com isso, ainda não tenho certeza).
♠ Então, ele acorda, e percebe que tudo aquilo já passou, e ele é apenas um velho. Gosto de pensar que ele se volta para o "sonho e a morte" como Morpheus fez: uma espécie de constatação da realidade: está na hora de mudar. Espero que quando chegue a minha hora, eu possa fazer esta constatação com tanta elegância assim.
♠ Provavelmente estou falando baboseiras, estou meio cansado, estou triste, estou com borboletas no estômago. Estou também com vergonha e há séculos eu não analiso um poema. E, como sempre, estou analisando este poema com base em como me sinto.
Bons sonhos a todos.
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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
A Câmara Secreta - Neil Gaiman
Olá a todos que ainda passam por aqui.
♠ Passamos muito tempo afastados, e sei que isso é em grande parte, minha culpa.
♠ Para que possam me desculpar, irei postar A Câmara Secreta, de Neil Gaiman. Sage, esta é para você:
A Câmara Secreta
Não tema os fantasmas desta casa; eles são a menor de suas preocupações.
Pessoalmente, acho os barulhos que eles fazem reconfortantes,
os rangidos e passos no meio da noite,
seus truquezinhos de esconder coisas, ou tirá-las do lugar, acho
meigos, não pertuquietantes. Fazem o lugar se parecer muito mais com um lar.
Habitado.
À parte os fantasmas, nada vive aqui por muito tempo. Nem gatos,
nem ratos, nem moscas, nem sonhos, nem morcegos. Dois dias atrás
vi uma borboleta,
uma monarca, acho, que dançava de quarto em quarto
e pousava nas paredes e esperava perto de mim.
Não há flores nesta casa vazia,
e, temendo que a borboleta morresse de fome, forcei uma janela até escancará-la,
fiz minhas duas mãos em copas em torno do seu ser farfalhante,
e, sentindo suas asas beijando-me as palmas tão suavemente,
a pus para fora, e a vi voar para longe.
Tenho pouca paciência com as estações aqui, mas
a sua chegada aliviou o frio deste inverno.
Por favor, ande por aí. Explore quanto quiser.
Rompi com a tradição em alguns pontos. Se há
um cômodo trancado aqui, você jamais saberá. Não vai encontrar
velhos ossos ou cabelos na lareira do porão. Não encontrará sangue.
Olhe:
só ferramentas, uma máquina de lavar, uma secadora, um aquecedor
de água e um molho de chaves.
Nada que possa alarmar você. Nada sombrio.
Posso ser carrancudo, talvez, mas apenas tão carrancudo
como qualquer um que tenha sofrido o que sofri. Infortúnio,
descuido ou dor, o que importa é a perda. Você verá
a mágoa perdurar em meus olhos, e sonhará
pelos corredores desta casa. Trazendo um pouco de verão
no seu olhar, e com seu sorriso
Enquanto estiver aqui, é claro, você ouvirá os fantasmas, sempre no quarto ao lado,
e pode acordar ao meu lado à noite,
sabendo que há um espaço sem porta
sabendo que há um lugar que está trancado mas que não está lá. Ouvindo-os
lutar, gemer, bater, pisar.
Se você for sábia, correrá para a noite, farfalhando para o ar frio
vestindo, talvez, a camisola mais rendada. Os seixos duros da estrada
farão seus pés sangrarem enquanto corre,
portanto, se eu quisesse, poderia segui-la,
saboreando o sangue e os oceanos de suas lágrimas. Em vez disso, esperarei,
aqui, no meu lugar particular, e logo porei
uma vela
na janela, amor, para guiá-la na volta.
O mundo farfalha feito insetos. Acho que é assim que hei de me lembrar de você,
minha cabeça entre as saliências brancas de seus seios,
ouvindo as câmaras do seu coração.
♠ Eu ainda não tenho certeza se entendi este poema. Amanhã posto minha análise.
♠ Tenham uma boa noite, bons sonhos e um feliz ano novo.
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quinta-feira, 4 de março de 2010
Jorge Amado - Letra e Música
♠ Seguindo um pedido, estou postando aqui um cd sobre poemas e livros de Jorge Amado.
♠ O comentário vem posteriormente, espero que gostem.
♠ Shalom.
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domingo, 31 de janeiro de 2010
Apresentação - Marte, o Início do novo Mundo
"A Galáxia é o paraíso cheio de vidas.
Rhodes:

Nela, em volta de diversos planetas e asteróides, remaremos diretamente para Marte, o planeta conhecido por ser palco da maior batalha entre a humanidade de toda a galáxia: Capitalismo (Estados Unidos) e Comunismo (União Soviética)."
Estamos no Futuro. Estamos no ano 3000.
Há 1.009 anos atrás, exatamente no ano 1991, o historiador Hepróx definia eternamente a extinção da União Soviética. Mas a vida nos revelou ao contrário: o Comunismo voltara a existir no ano 2411, após uma forte crise do sistema capitalista da Rússia até então.
Marte, o planeta que passou a ser explorado e dominado pelos soviéticos foi o motivo que levaram os americanos a invadirem o planeta e capturassem o poder das mãos dos soviéticos.
Foi o suficiente para iniciar a sexta e última Guerra Mundial, por descuido da humanidade, o planeta Terra já dominado pelos americanos e seus aliados se viu dividir ao meio após o colapso da gigante bomba atômica, permitindo assim que as lavas vulcânicas do centro do planeta pudessem entrar em ação e devorar toda a natureza.
Não havia mais nada o que fazer, o mundo já tinha virado um armazén de lixo atômico e o planeta Terra, sem mais poder receber as luzes do Sol, voltara ao ínicio da Era Glaciar.
Os soviéticos e alguns americanos foram únicos sobreviventes.
Anos depois, a grande massa de população da União Soviética vazou por desidratação e fome azeda, matando quase todas as vidas humanas em Marte, únicas vidas restantes da Galáxia.
As últimas cidades em vida que restam nesta Galaxia do ano 3000:
Atlanta:
Mercúrio:

Chernobyl:
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