quinta-feira, 5 de novembro de 2009

A mentira e a desinformação/informação seletiva

Há um grande equívoco conceitual em relação as duas formas de engodo. A mentira, mãe das grandes abominações, é algo muito pouco praticado pelos políticos e pela elite em geral. A mentira suja as mãos e é injustificável.
"Mentira é uma declaração feita por alguém que acredita ou suspeita que ela seja falsa, na expectativa de que os ouvintes ou leitores possam acreditar nela. Portanto uma declaração verdadeira pode ser uma mentira se o falante acredita que ela seja falsa; e histórias de ficção, embora falsas, não são mentiras."
Logo, mentir é criar um falso engodo, baseado em fatos não existentes (os quais o enunciante acredita serem falsos) e enuncia-lo como sendo uma verdade, no intuito de enganar e incutir idéias de uma forma larápia.
A mentira não pode ser explicada, por isso, seu uso é de risco muito alto. Já a desinformação seletiva é um método mais inteligente e sutil de enganar. Neste processo, o enunciante, munido de um fato ou idéia verdadeira, altera sua sequência ou omite fatos de forma que a história pareça outra. Desinformar seletivamente é exibir apenas os pontos de seu interesse de forma que a comédia que você invetou pareça realidade. Se você tem uma afirmação (tomemos por exemplo "eu matei"), você tem dois caminhos para nega-la. A primeira é mentir. Mentir de forma seca (eu não matei) é o artefato mais inútil para uma pessoa em apuros (como um ladrão que diz na delegacia "não roubei não senhor"). Com muito pouco de jogo mental qualquer um é capaz de inverter a história e encontrar a suposta verdade. Rodeios e enfeites na mentira (como por exemplo, jogar a culpa nos outros, negando a sua) é uma forma um pouco mais inteligente de evitar que desvendem o seu engodo. Mas desinformar seletivamente é uma arte. Se você possui "eu matei", narrativa de um único fato, você pode alterar a ordem cognitiva da frase de forma que uma pessoa entenda uma coisa que você nunca disse. A desinformação seletiva é irmã da informação seletiva.
Se você informa a pessoa com "eu jamais seria capaz de matar alguém" (exemplo mais simples da informação seletiva) você torna subjetivo para a maioria das pessoas que você não matou. Assim, com um pouco apenas de trabalho, você pode fazer alguém entender algo que você nunca enunciou, podendo assim desviar das futuras acusações, inclusive, gerando mais informação inútil ou ocultando peças da narrativa de forma que ela se pareça com a história ao inverso.

Um comentário:

  1. ★ Concordo!
    ★ Dizem que a mentira polui a mente de qualquer um de nós.
    ★ Mas a mentira também não só polui, também ajuda-nos em momentos mais delicados possíveis.
    ★ Não é fácil acreditar em quem deveriamos confiar, até nossos amigos de infância são capazes de disfarçar bem, pq já nos conhecem.
    ★ Qto mais inocente vc for, mais será pescado como presa fácil daqueles que possuem habilidades de inveja e mentira


    ★ Sobre a desinformação, não deveremos saber de tudo, naturalmente não nascemos conhecendo o mundo...
    ★ Portanto, é bom conhecer cada novidade para não ficamos desinformados e não sofremos consequências de discriminações sociais.

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