domingo, 4 de setembro de 2011

Muros, Remendos, Vier Mauern, Geada

Olá, Pessoas!

Eu já escrevi antes sobre o quanto Sinal e Ruído se tornou uma obsessão para mim. Cada página, quadrinho e linha me impressiona.
Robert Frost
(um aposto: tá tocando Here Comes The Sun. É uma boa música. Não sou um grande fã dos Beatles, mas essa é ótima)
E no início de Sinal e Ruído tem três... Não sei bem como descrever, deixemos como "Obras-primas", duas de McKean e uma deles dois (os dois são Gaiman e McKean). E uma delas me levou a Robert Frost.
Eu já tinha lido algumas coisas dele, mais especificamente, já tinha lido uma coisa dele, porque a "volta" de Desejo em Noites Sem Fim se chama "O Que Eu Experimentei de Desejo". É uma linha de "Fogo e Gelo".

Eu resolvi postar um poema de Robert Frost (Muro Remendado) e o Vier Mauern (este vem depois, quero colocar o Sinal, não só o Ruído [sim, eu me divirto um bocado escrevendo essas postagens e fazendo piadas de humor semi-privado :]).

Extraí o poema daqui: http://carva1.wordpress.com/2008/05/27/robert-frost/
Achei esse blog ótimo. A autora me lembrou três pessoas completamente diferentes e similares. Experimentem ler um dia.


Muro Remendado


Quem adivinhar de onde é essa  imagem, ganha um prêmio
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que enfia bojos de terra gelada por baixo,
E derrama as pedras superiores ao sol,
E faz buracos onde até dois podem passar abraçados.
O trabalho dos caçadores é outra coisa:
Eu cheguei depois deles e fiz a reparação
Onde não deixaram pedra sobre pedra,
Mas conseguiram pôr a lebre fora do esconderijo,
Para deleitar cães latidores. As brechas, quero dizer,
Ninguém as viu fazer ou as ouviu fazer,
Mas na época primaveril dos arranjos encontramo-as lá,
faço o meu vizinho saber para lá da colina;
E um dia encontramo-nos para percorrer a linha
E assentarmos o muro outra vez entre nós.
Mantemos o muro entre nós enquanto avançamos.
A cada um as pedras que caíram para cada um.
E algumas são formas e outras são tão como bolas
Que temos de usar um feitiço para as equilibrar:
“Fica onde estás até voltarmos as costas!”
Ficamos com os dedos ásperos de as manipular.
Oh, somente outro gênero de jogo ao ar livre,
Um de cada lado. Mas vai mais longe:
Aí onde se encontra, nós não precisamos de muro:
Ele é todo pinheiros e eu sou um pomar de maçãs.
As minhas macieiras nunca atravessarão
Para comer os cones sob os seus pinheiros, digo-lhe eu.
Ele só me diz, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”
A primavera instiga-me e pergunto-me
Se lhe posso despertar a razão:
“Porque razão fazem bons vizinhos? Isso não é
Onde existem vacas? Mas aqui não há vacas.
Antes de construir um muro eu inquiriria para saber
O que estaria a incluir ou a excluir,
E a quem era suposto ofender.
Alguma coisa existe que não aprecia o muro,
Que o quer no chão”. Poderia dizer-lhe “duendes”,
Mas não são duendes exactamente, e eu prefiro
Que ele o diga a si próprio. Vejo-o por ali,
A agarrar uma pedra com firmeza pelo topo
Em cada mão, como um antigo selvagem armado de pedras.
Move-se na escuridão e parece-me,
Não apenas a das florestas e a da sombra das árvores.
Ele não irá atrás do dito de seu pai,
Gosta de ter pensado naquilo tão bem

E diz novamente, “Boas cercas fazem bons vizinhos.”




Muro na fazenda de Frost


Em breve postarei mais coisas de Robert Frost.
"Existe alguma coisa que não aprecia o muro." Coloquemos abaixo alguns deles.
Bons sonhos a todos.

5 comentários:

  1. Isso mesmo! :DDD
    Tinha dito que quem adivinhasse de onde era a imagem ganharia um prêmio, mas acho que fui eu quem ganhou.
    Obrigado.
    Vou deixar uma pequena piada que acho que quase ninguém no mundo entenderia. "Luvas? Ah, luvas..." E um pequeno Ankh.
    http://www.ankhpendant.com/jewelry/gothic-ankh.jpg
    Tenha bons sonhos. Sempre.

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  2. oi Rafa...gostei de seu blog........

    Facebook: mm.olive@hotmail.com

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  3. Obrigado, Monica. Fico contente. Bons sonhos.

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  4. Oi Rafael!!!!

    Tenho sentido saudades de você e seus posts... Mas, a parte isso chegou minha edição de Sinal e Ruido, li esse texto de Gaiman e lembrei desse seu post e vim correndo compartilhar com você a alegria de uma leitura tão refrescante!!!! Faz bem a alma!!!

    Ah, deixe-me compartilhar com vc um pensamento que tive enquanto lia o texto: Realmente "Existe alguma coisa que não aprecia o muro." Mas outra coisa me diz suavente que fora das muralhas não é seguro, muros realmente são necessarios a uma boa visinhança imagine se eu soltasse tudo que há em mim???? O que me sobraria????

    Cheros Rafael e obrigada por ter compartilhado Sinal e Ruido e me proporcionado esse encontro!!!!

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